11 - Castiel

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Castiel acordou cedo. E nunca sentiu emoções tão confusas quanto quando Dean lhe trouxe uma xícara de café na cama, e foi realmente perfeito. O quarto é lindo. A cama está além de confortável. Faltam apenas alguns dias para o Natal e parece um cartão postal perfeito do lado de fora com o cobertor interminável de neve.

Além disso, ele está aqui com Dean, nu e sexy com aquele sorriso e corpo viciante como um deus grego.

Um milhão de homens teriam prazer em trocar de lugar com Castiel por apenas cinco minutos desse tipo de maravilha. Mas Castiel ainda não consegue sorrir. Ele não pode fingir que está nem um pouco feliz por deixar tudo isso para trás. Especialmente porque sabe para o que voltará em casa. Um trabalho estressante e uma vida monótona e solitária fora do trabalho.

Ele nunca se sentiu assim sobre sua vida cotidiana antes, mas agora... é como se tivesse experimentado pela primeira vez as cores vivas depois de viver toda a sua vida em preto e branco.

— Você vai me deixar emocionado se continuar parecendo tão triste — Dean diz, o lábio inferior se projetando quando ele se senta ao lado de Castiel na cama. — Mas não posso dizer que te culpo.

— É só que... não é justo — Castiel diz. E tudo bem, isso parece um pouco chorão, como algo que uma criança poderia dizer, mas é a verdade. Ter alguns dias perfeitos chegando ao fim, de repente não é justo. Nem um pouco. — Quero dizer, acho que sabia que isso ia acontecer, certo?

— Parece que me lembro de você contar os minutos apenas alguns dias atrás — Dean diz, lançando uma piscadela brincalhona para Castiel. — Também não posso culpar você por isso.

Castiel ri. Parece que faz muito tempo que ele realmente temia passar um tempo no mesmo quarto que Dean.

Que diferença alguns dias podem fazer.

— Você tem que admitir que tivemos um... passado interessante — Castiel diz. — Eu simplesmente não sabia... mas admito que estava completamente enganado a seu respeito.

— Da mesma forma — Dean assente. — Pensei que éramos completamente incompatíveis, mesmo como amigos ou colegas. Muito menos... bem, qualquer outra coisa.

E isso é outra coisa.

O que isso significará para eles? Para os dois? O que eles farão quando voltarem para casa? Castiel deveria dar a Dean o número dele? É loucura esperar uma ligação, ou qualquer outra coisa, depois deste fim de semana?

— Acho que nós dois aprendemos um pouco sobre o outro neste fim de semana — Castiel diz, finalmente. Pelo menos ele terá boas lembranças. Isso é melhor que nada, certo?

— Acho que aprendi um pouco sobre mim também — Dean diz. — E tenho que agradecer por isso.

Castiel coloca sua caneca de café na mesa de cabeceira e passa os braços em volta de Dean. — Você não precisa me agradecer por nada. Este fim de semana foi muito melhor do que eu poderia esperar.

— Então... para onde vamos a partir daqui? — Dean pergunta, expressando a pergunta que está na cabeça de Castiel. — O que acontece depois?

— Sinceramente, não sei — Castiel confessa. — Provavelmente é tolice pensar que as coisas poderiam ser tão perfeitas quando voltarmos ao mundo real, certo? Tipo... estamos nessa bolha aqui. Esse casulo onde tudo parece meio mágico.

Dean franze a testa. — Sim, você provavelmente está certo. Provavelmente seria pedir demais esperar isso o tempo todo... certo?

Ele não parece convencido, no entanto. E sinceramente? Castiel não está convencido de que é pedir muito também.

Por que eles não podem ter esse tipo de maravilha, esse tipo de perfeição todos os dias? Eles merecem ser felizes tanto quanto os outros caras, não é?

Castiel acha que sim, pelo menos.

Mas não quer pressionar. Ele não quer tentar convencer Dean de algo que não tem certeza. E mesmo que Castiel pense que eles podem realmente tentar algo juntos depois deste fim de semana, seria estúpido fingir que nada mudaria.

Eles ainda têm vidas separadas em Manhattan. Eles ainda trabalham para jornais concorrentes.

Provavelmente ainda há toneladas de problemas e complicações em que Castiel nem sequer pensou.

— Sim, provavelmente seria pedir demais — Castiel diz, suspirando quando ele deixa os braços caírem ao redor do corpo e se arrasta de volta para o seu próprio lado da cama. — Acho que não devemos ser gananciosos.

— Mas não vou mentir — Dean diz, virando-se e dando a Castiel um olhar que não tem o menor sinal de seu sorriso despreocupado. — Vou sentir falta disso. E... de você.

Oh Deus.

Essas palavras atingem Castiel com força.

— Eu também sentirei sua falta — ele diz, mal conseguindo passar as palavras pelo nó crescente na garganta. — Muito.

Mais do que você imagina.

E mesmo que Castiel sinta vontade de chorar, ele está determinado a aguentar. Desabar agora só tornaria as coisas mais difíceis para os dois. Castiel iria para casa com muitas boas lembranças. Memórias que ele pode olhar para trás e sorrir. Se ele não puder ter Dean, essas memórias serão a próxima melhor coisa.

Elas tinham que ser.

O Natal Nos Uniu ❆ Destiel VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora