Capítulo 2

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Os próximos dias eu não fiz nada, apenas fiquei de pijama, me concentrando em terminar meus quadros. Liguei para o trabalho e disse que estava com gripe. Me disseram para tirar folga o resto da semana, o que foi algo que não tive problema. Eu estava com medo que não pudesse arcar com as despesas, mas eu precisava terminar minhas pinturas e levá-las para a galeria de arte. Eu não teria sido uma boa companhia para qualquer pessoa, de qualquer maneira.

 Eu fiz o meu terceiro pote de café do dia, e verifiquei meu telefone para ver se tinha alguma mensagem. Jeff não tinha feito qualquer tentativa de entrar em contato comigo desde que ele me deixou. Como é que uma pessoa esquece alguém, depois de estar com ela por quatro anos? Uma queimação se agitou no meu sangue só de pensar nisso. Pela forma como eu via as coisas, eu tinha duas escolhas: eu poderia me sentar no meu minúsculo apartamento e deixar a minha vida morrer, ou eu poderia absorver o que aconteceu e sair para o mundo e viver. Optei por sair e viver. Eu não estava pronta para morrer ainda, eu ainda tinha muitas coisas que queria fazer. 

Eu freneticamente limpei meu apartamento, que já tinha passado do prazo, e eu estava com vergonha de deixa-lo continuar assim. Eu peguei um saco de lixo, e comecei a jogar tudo o que me fazia lembrar de Jeff. Eu estava determinada a livrar este apartamento de qualquer sinal dele. No momento em que terminei, a minha pequena casa estava praticamente nua. As prateleiras da estante que abrigavam imagens de mim e Jeff agora estavam vazias, me lembrando do vazio que eu sentia no meu coração. 

Eu finalmente tomei banho, e fiquei na frente do espelho do banheiro. Eu levei a minha mão e  limpei o vapor que se formou sobre ele. Eu me olhei pela primeira vez em dias. Meus olhos verdes, que Jeff costumava me dizer que lhe lembravam esmeraldas, pareciam cansados, com as bolsas que se formaram debaixo deles. Eu corri uma escova pelo meu longo cabelo loiro, e depois coloquei mousse, para que ele secasse ondulado. Eu coloquei um pouco de maquiagem para tentar esconder o fato de que eu estava deprimida e trancada no meu apartamento por uma semana. Vesti meu jeans favorito, e fiquei surpresa que eles estavam soltos em lugares que nunca estiveram antes. Meu corpo de um metro e sessenta e seis, e tamanho P, parecia ter encolhido um pouco desde a separação. Eu procurei em meu armário pela minha camisa rosa favorita. Uma vez que estava pronta, dei uma respiração profunda e chamei um táxi. Era hora de sair para o mundo e começar minha vida de novo. 

August parou seu táxi amarelo no meio-fio do meu apartamento, enquanto eu caminhava pela porta. Me vendo lutar com os três quadros que estava carregando, ele saiu do carro para me ajudar.

 – Hey, Emms, deixe-me ajudá-la. 

– Oi August, obrigada. – eu sorri para ele. 

August era o meu motorista de táxi favorito, e eu o conheço desde que me mudei para Nova York. Quando eu chamo um táxi, eu sempre pergunto por August, às vezes ele está disponível e às vezes não. Ele tinha cerca de um metro e oitenta e três com uma constituição musculosa. Ele sempre usava o cabelo preto em um rabo de cavalo, e seus olhos azuis sempre brilhavam quando eu perguntava a ele sobre seus filhos. Ele era um homem de família, e uma das pessoas mais legais que eu já conheci. Seu táxi foi o primeiro que eu e Jeff pegamos, quando chegamos em Nova York. 

Me sentei na frente do táxi com ele, para que minhas pinturas fossem confortavelmente na parte de trás. 

– Como está o Sr. Jefferson, Emma?

 – Jeff foi embora há mais de uma semana atrás, August. – eu suspirei. A expressão em seu rosto foi simpática. 

– Eu sinto muito Emma, você está bem? – Eu olhei para ele, e um leve sorriso surgiu em meus lábios. 

– Eu estou indo. Eu estava uma bagunça na semana passada, mas agora estou me ajustando. –Eu estava realmente? Ou eu era apenas uma boa atriz.

 Ele dirigiu até a galeria de arte e me ajudou a tirar os quadros do taxi. Paguei a tarifa e agradeci por sua ajuda. 

– Se precisar de algo, me ligue Emms, e eu quero dizer exatamente isso. – ele acenou para mim quando entrou no táxi, e se afastou lentamente. 

Regina me viu da janela da galeria e veio me ajudar a levar os quadros. Ela ligou para o proprietário, Gold, e o avisou que eu cheguei. Ele desceu de seu escritório e me beijou em ambas as bochechas.

 – Ah, deixe-me ver o que você trouxe aqui, Emma. – ele disse, enquanto pegou os quadros uma um, e colocou-os contra a parede. 

Fui contratada para apresentar três pinturas em sua galeria como uma experiência. Uma das pinturas era uma cena romântica, de um homem e uma mulher dançando sob a luz da lua cercada por nuvens. O segundo quadro, de um jardim com uma fonte rodeada por belas flores. A última pintura era de uma criança, sentada em um campo de flores com um vestido branco, com três anjos olhando do alto, no céu para ela. Todas as três pinturas falavam algo sobre mim.

 – Uau, Emma, estes são lindos. Tenho certeza de que não terá qualquer problema em vender estes. – Gold sorriu. 

Eu me senti um pouco envergonhada, porque esta era a primeira vez que eu ia mostrar meu trabalho para o mundo. Ele me levou até uma pequena parede nua.

 – Este é o lugar onde seus quadros serão exibidos. Eu vou ligar assim que um, ou todos eles venderem. – Eu agradeci e assim que ele se afastou, Regina começou a pular para cima e para baixo, batendo palmas. 

– Vamos sair para comemorar esta noite. – ela gritou.

 Sair era a última coisa em minha mente. Eu não estava pronta para ser a garota solteira na noite e toda essa coisa, mas Regina foi persistente, e eu sabia que eu não tinha a menor chance contra ela. Então, eu hesitantemente concordei. 

Saí da galeria e comecei a andar pela rua. Eu me atrapalhei com a minha grande bolsa para encontrar meu celular tocando. Eu agarrei-o, e olhei para o número familiar que resolveu tocar no meu celular um pouco demais recentemente. Eu bati ignorar, e decidi andar até em casa pelos seis quarteirões. Não demorou muito para que o alerta de novo correio de voz iluminasse meu telefone. No momento em que cheguei em casa, eu estava exausta. Eu joguei minhas chaves e bolsa em cima da mesa ao lado da porta e ouvi a mensagem que tão irritantemente permanecia na minha tela. 

– Oi, Emma, aqui é o Dr. Hopper. Eu percebi que você cancelou os dois últimos compromissos desde a nossa última visita. Eu quero ter certeza de que você ainda vem me ver. É vital que nós falemos sobre isso. Eu posso te ajudar Emma. Por favor, ligue para o meu escritório para marcar um encontro o mais rápido possível. 

Revirei os olhos e balancei a cabeça, enquanto apertava o botão delete. Fui até o quarto, e decidi deitar algum tempo, aquela caminhada de seis quarteirões estavam agora cobrando seu preço. Eu só tinha dormido cerca de uma hora, quando acordei com o som do meu telefone tocando.

Jones Para Sempre | Adaptação CaptainSwanOnde histórias criam vida. Descubra agora