MEUS PRESENTES

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Manhattan, Nova Iorque

20 de dezembro
13ºC

Mentiria se eu dissesse que sempre fui empolgado com a história do Natal. Vim de uma família clássica e minha mãe sempre incentivou o espírito natalino em mim e nos meus irmãos. Mas na real, sempre gostei mais do fato de ter férias.

Isso até me casar.

Minha esposa, Vanessa, é o sinônimo de Natal. Ela é o tipo de pessoa que se empolga com absolutamente tudo e isso é uma das coisas que admiro nela. Espero que nossos filhos possam ter esse espírito feliz que ela tem.

─ Então, está combinado.

Escuto ela falando enquanto saio do closet. Vejo ela na cama, ainda de pijama, falando empolgada no celular.

─ Sim, Ashley. Eu sei e não se preocupe.

Tento fazer algo, mas o riso sapeca da Vanessa prende minha atenção. Definitivamente ela é a minha menina mulher.

─ Sim, sim, sim!

Ela dá alguns pulinhos e eu sorrio. É até contagiante, devo admitir. E tenho medo das ideias que ela tem junto com sua melhor amiga, Ashley.

─ Vou resolver isso. Te amo.

Vanessa desliga e me encara. Arqueiro uma sobrancelha ao ver seu risinho de lado. Sei quando essa mulher quer algo de mim, e é exatamente esse o caso.

─ O que foi dessa vez? ─ pergunto dobrando uma coberta.

─ Sabe, amor da minha vida, faz muito tempo que eu só vivo por você e nossos filhos.

─ Hum... Isso é tão ruim?

─ Não, Zac. ─ Ela revira os olhos. ─ Eu amo isso. Mas faz tempo que não tenho um tempo com as meninas.

─ Nossas filhas? Bom, acho um pouco difícil agora que Jully é mãe e mora longe. Sophia na faculdade e a Elisa é uma adolescente... Enfim, você pode aproveitar a Mel que só tem quatro anos.

─ Não digo elas. E sim a Ashley e a Lia. Sabe, um momento nosso.

─ Hum... Onde quer chegar?

─ Amor, nós vamos nos mudar para Portugal no ano que vem. Esse será o nosso último Natal morando aqui. Pensei de eu ter um dia só com elas, sabe?

─ Sei...

Semicerro os olhos e ela sorri começando a engatinhar na cama, se aproximando de mim.

─ Que tal se você ficar com as crianças hoje? Só pela tarde. Seria tão incrível.

Ela tem um jeito de convencer os outros que é admirável. Vanessa consegue me convencer a escalar uma montanha assim, o risinho de lado, o rosto inclinado, as mãos juntas e os olhos piscando rapidamente.

─ Theo e Melina?

─ Sim. Bom, não sei que horas as meninas chegarão. Elas estão na casa da Jully.

─ Hum... Acho que pode ser.

Ah!

Vanessa dá um pulo e se joga nos meus braços. Agarro-a com força e ela me abraça.

─ Você é o melhor! Eu te amo, te amo!

─ Você não presta, sabia?

─ Presto sim. ─ Ela se afasta e me encara, com as duas mãos na minha nuca. ─ Eu sou perfeita e você sabe.

com amor, o meu natal Onde histórias criam vida. Descubra agora