BISCOITOS DE NATAL

105 15 6
                                    

Manhattan, Nova York
22 de Dezembro
9°C

─ ... e assim, nasceu o menino Jesus.

A voz de Theodoro Davenport ecoou no silêncio do quartinho cor-de-rosa da sua filha Cherry.

─ Então esse é o natal, papai?

─ Sim. Natal é amor e muito mais do que presentes.

─ Mamãe disse que Jesus foi bonzinho e ajudava os pobres. Isso é verdade?

─ Oh, sim, docinho. Ele ajudou os pobres e andou entre eles.

─ Hum...

A pequena loirinha fixou os olhos azuis em um ponto do quarto e torceu o nariz, pensativa.

─ Papai, eu já sei o que quero de presente de natal.

Theo arregalou os olhos e pensou na enorme caixa com a boneca de pano que mandou fazer exclusivamente para a filha de seis anos. Te disseram que crianças eram impressionantes e que podiam mudar completamente de ideia de um minuto para o outro, mas mudar o desejo de natal faltando um dia para a véspera, era doideira.

─ E o que você quer, Cherry?

Fala boneca de pano, fala boneca de pano, fala boneca de pano.

─ Biscoitos de natal.

Theo franziu o cenho.

─ Biscoitos de natal? Querida, mamãe sempre faz. Sério que esse é seu pedido de natal?

─ Eu quero uma caixa muito grande de biscoitos decorados. Pode ser, papai?

Cherry era a menina mais doce que Theo conhecia, e não porque era sua filha. Cherry Yildz Davenport era amigável, risonha e fofa em todos os momentos, até na manha. Era como se um pote de açúcar tivesse sido quebrado na barriga de Summer enquanto estava grávida, com pedaços de cookies e alguns marshmallow, e então nasceu a pequena raio de sol.

─ Tudo bem, podemos fazer isso. Quantos biscoitos você quer, docinho?

Cherry colocou o dedinho no queixo, pensativa.

─ Cento e vinte-dez.

Theo prendeu o riso. Sua filha o encantava mais dia após dia.

─ Ok, mocinha. Agora está na hora de dormir. Amanhã a mamãe terá muito trabalho em fazer os seus biscoitos.

─ Ajude ela, papai.

─ Você confia no seu pai na cozinha?

─ Não, mas você pode ser como um ajudante do papai noel, só que da mamãe.

Cherry bocejou e Theo a cobriu com carinho.

─ Dorme bem, meu amor. O papai te ama.

─ Eu amo o papai.

Se dissessem para Theodoro Davenport que ele seria pai e amaria isso, ele daria risada. Theo não tinha noção de que ouvir de um filho que te ama era a melhor coisa da vida.

Ele parou na porta do seu quarto e observou sua esposa, Summer, passando hidratante nas pernas. Cabelo amarrado, pijama cor-de-rosa e uma concentração determinada no creme deslizando na pele lisa. Não importava o dia, os problemas e as dores, quando chegava no seu quarto e tinha aquela visão, Theo sabia que havia vencido na vida.

─ Querido, o que foi? ─ Summer perguntou docemente e sorriu.

─ Sabe o dia que vou parar de te admirar?

─ Hum...

─ Quando não mais poder abrir os olhos. Você é a minha visão predileta, Summer Davenport.

com amor, o meu natal Onde histórias criam vida. Descubra agora