Carta - Spoiler

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United States of America. 21 de setembro de 2012. 


Sei que não deveria estar escrevendo essa carta para você, mas foi preciso. Antes de poder falar o assunto principal dela, eu quero que saibam que por mais que eu tenha feito coisas erradas, no fundo, acabei me arrependendo. Claro, quem me vê e fala comigo, pensa que não me importei e nem me importo com o que fiz, mas pensei muito a fundo, e no final, acabei arrependida.

Eu quero pedir desculpas, primeiramente à Lia, e a sua filha. Eu passei de todos os meus limites, cometendo um crime, simplesmente por capricho meu, por a pura lascívia. Querer algo que não era  e que jamais seria meu. Vi nos noticiários que Lia estava em estado grave, e sua história de que ela aguentou toda a humilhação para proteger a filha, só me fez crer que coloquei as duas em risco, e claro, que o que eu cometi não tinha nem perdão. Me senti muito mal pela filha dela. Eu tinha a rivalidade com ela por causa das coisas que ela tinha: ela estava grávida, vivendo uma vida maravilhosa, com alguém que amava ela, e fazia questão de dizer isso até pelos cotovelos, me fez criar inveja daquilo. Eu provocava o marido dela, para que ele a traísse, se separasse e que fosse meu. 

Minhas desculpas também vão a ele. Pois eu sabia que ele não queria nada comigo, e mesmo assim forcei a ele ficar comigo, pelo menos uma noite. Quase acabei com o que ele mais amava, e claro, se tivesse acabado, eu iria levar isso para o resto da minha vida. 

Peço desculpas a todos. Hoje, tenho convicção do que eu fiz foi grave, e coloquei em risco a vida de pessoas que não mereciam. Se um dia, puderem me perdoar, eu ficarei eternamente agradecida. 

Tentarei seguir minha vida da maneira que o destino achar melhor. Eu, por enquanto, sou a dona das minhas decisões, e das minhas vontades. Sou refém de mim mesma e do mundo. De qualquer maneira, estou decidindo o que vou fazer para que as pessoas possam viver em paz. Estou cansada. E se tem uma coisa que não vou deixar, é que me aprisionem como um pássaro dentro de uma gaiola. Eu nasci para ser livre. Eu sou livre. O céu pra mim não é limite. Nada para mim é limite. Então, a partir de agora, minha vida está em minhas mãos. 

Só desejo que vocês  agora, possam ser felizes. Não se preocupem, jamais cruzarei o caminho de vocês novamente. 


Espero um dia que vocês possam me perdoar. 


Então, é isso.


Adeus.

 "Vejo" vocês daqui há alguns anos.


Com lagrimas de tristeza,

Clara Kampbell. 

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