Saint Velmont

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O alarme desperta às 06:30. Instantaneamente, abro meus olhos e desligo o mesmo. Depois de uns 10 segundos, me levanto, meio atordoada, e daí me lembro que preciso me arrumar para ir para a nova escola. Vou em direção ao banheiro, tomo meu banho, faço minha higiene, e visto uma roupa: uma calça jeans azul escuro, com uma blusa de mangas de renda preta, e um tênis branco. Pego minha mochila, e desço para a cozinha tomar meu café da manhã.

- Bom dia, mamãe e papai! Dormiram bem? - disse-lhes em tom de alegria.

- Bom dia, filha! - falou mamãe, me abraçando. Papai me disse a mesma coisa, me abraçando e depois me desejou um bom dia na nova escola. Ele, pegou uma maçã e falou: 

- Gente, estou animado também para meu novo emprego. Espero que dê certo lá na usina. Dizem que lá tudo movimentado, e principalmente no escritorio. 

Mamãe, de maneira terna, abraçou meu pai, o beijou e lhe disse:

- Querido, calma. Olha, vai dar tudo certo lá no escritório. E em comemoração do seu primeiro dia, farei sua comida preferida: lasanha à bolonhesa, com aquele arroz à grega, do jeitinho que você gosta. 

Papai selou seus lábios com os da mamãe, lhe abraçando e lhe dizendo (enquanto eu estava olhando todo aquele momento romântico. Sempre quis ter um relacionamento assim, como o dos meus pais: eles se respeitam, se gostam muito, sempre riem um do outro. É tudo lindo).

- Querida, você é maravilhosa. A noite lhe farei uma surpresa bem especial. Certo? 

Mamãe só balançou a cabeça em afirmativa. Beijou-a novamente, e depois beijou minha testa, desejando-me um bom dia na nova escola. Eu agradeci e lhe desejei um dia excelente no seu trabalho. E assim, papai saiu. Depois disso, mamãe me perguntou: 

- Filha, está pronta?

Eu, peguei uma maçã e disse que sim. Ela, pegou seu casaco, vestiu e colocou outro em mim. Estava frio lá fora. Ela fechou a porta, e assim que saímos, vimos Bill e seu pai saindo de casa também. Ele nos cumprimentou e perguntou se iríamos para a escola. Mamãe disse que sim. 

- Então, você quer ir conosco? Posso lhes dar carona. - disse o sr. Stellan.

-Aceitamos sim. Obrigada, sr. Skarsgård. Vamos, Lia? - disse minha mãe, pegando em minha mão. 

Concordei com ela. O sr. Stellan pediu para mamãe ir no banco da frente, enquanto, Bill e eu estaríamos atrás. Assim fizemos. Colocamos os cintos de segurança e fomos em direção à Saint Velmont. 
Passamos o caminho inteiro cantando músicas, enquanto nossos pais estavam conversando sobre carreiras. O pai de Bill já era ator, e mamãe era artista plástica. 
Enquanto mamãe falava de esculturas, estava conversando sobre como seria nós no futuro com o Bill. Ele na hora me disse: 

- Vamos estar juntos. E realizando nossos sonhos. 

- Mas é claro, Bill. E espero continuar sendo sua amiga. 

- Você será. Sempre será - disse pra mim, pegando na minha mão, e me olhando de maneira terna, parecia um bobo. 

Simplesmente sorri para ele, e o mesmo retribuiu. Chegando na escola, minha mãe me deu algumas orientações de não ficar sozinha, sempre ser gentil com as pessoas, mesmo que me retribuam com grosseria, coisas do tipo. 

- Mamãe, relaxa. Olha, prometo que vou fazer tudo isso. Me deseja sorte. 

- Ô filha. Espero que dê tudo certo, tá? Se cuida. Até mais!

- Até, mamãe!

O sr. Stellan desejou um bom dia para mim e para o Bill. Eles entraram no carro e partiram. Bill me olhava, e me perguntou se estava com medo.

- Na verdade, Bill, estou ansiosa. Como é aqui?, perguntando-lhe. 

- Lia, aqui é muito tranquilo. Todos são legais. Bem, 99% das pessoas são legais.
Eu olhava para aqueles olhos verdes, sem entender o que ele dizia, então completou:

- Tem um cara que ele não é tão legal. Ele pega no pé das pessoas, mas é só ignorar que passa. Certo? 

Concordei com a cabeça, e assim entramos no prédio da escola. E como era grande, e tinha um estilo simples. Estava encantada com aquele lugar, e Bill claramente ficava me olhando e sorrindo pela forma que eu admirava aquele lugar. Ele, pegou na minha mão, me levando para a sala que eu iria estudar. Todos me olhavam, e do nada, me senti como se não era pra que eu estivesse lá. Abaixei minha cabeça. Chegando na sala, ele me levou até uma cadeira, na qual eu sentaria. E, por coincidência, era atrás da sua. Ou seja, iríamos conversar mais do que já conversamos. A professora entra na sala, e diz " Bom dia" para seus alunos. Todos a cumprimentam de volta.

- Bem, temos uma nova aluna aqui na sala. Diga, qual o seu nome, mocinha?, apontando para mim:

- Meu nome é Lia Martinez. Sou natural do México, mas agora moro aqui. É um prazer conhecer você e a todos. 

E acreditem, fiz amizade com vários colegas na sala, e dentre os principais, estão: Alex, Diana, Valter e Anne. Foram os que me conquistaram de primeira. O jeito deles, o humor, tudo. 
Com o final da aula, fomos para casa. Não vi mamãe me esperando. Bill veio atrás de mim, dizendo que queria falar comigo. Estava um pouco ansiosa pra saber. Ele pediu para acompanhá -lo e assim fiz. Chegando em um parque, que ficava perto das nossas casas, ele me entrega uma caixa, e quando abro, tinha uma pulseira e uma carta, dizendo assim: 

"Liavocê é a pessoa mais incrível que já entrou na minha vida. E sou grato todos os dias por ter você ao meu lado. Como símbolo de nossa amizade, por favor, aceita essa pulseira como forma de fortalecer nosso elo. 
Te adoro. 
Pra sempre, 
seu melhor amigo."

Na hora, chorei, porque nunca tinha recebido algo de alguém, e tão rápido. E, de imediato, aceitei. Ele amarrou a pulseira em meu braço, beijou o pingente de coração e disse:

- Para sempre e por todo o sempre. 
Eu, fiz exatamente do mesmo jeito que ele. Nos abraçamos, e fomos para casa conversando.

Chegando, nos despedimos e entramos em nossa casa. Mamãe estava terminando o almoço, e papai já tinha chegado do trabalho. Me abraçou e perguntou como foi o meu dia. Contei das amizades que fiz, contei da professora, contei sobre tudo que tinha passado. Perguntei ao papai como foi o dia dele, e ele respondeu que foi uma maravilha. Mamãe escutava aquilo muito feliz, e, depois que aprontou o almoço, nos chamou para comer. Terminado aquele momento, ajeitando a louça suja e meus pais foram dormir no quarto. Subi para o meu também, e pela janela, estava pensando em como Bill foi fofo comigo, mesmo com poucos dias que nos conhecemos. Deitei na cama, e dormi também. 

O dia passava tão rápido que nem percebi que estava chegando a noite. Olhei pela janela, e a lua já estava lá. Desci para jantar, e assim comemos. Mamãe e papai tinham um talento grande na cozinha, e quando faziam o jantar juntos, não tinha pra ninguém. Naquela noite, quando íamos jantar, Bill bateu na porta de casa, junto com seu irmão, Alexander. Nos convidaram para jantar na semana seguinte, pois Bill estaria fazendo aniversário. Na hora, aceitamos. Nos entregaram o convite, e antes de ir, Bill me falou:

- Espero te ver lá, Lia! Boa noite a todos vocês. 

Me abraçou e depois saiu. E algo estranho tinha acontecido: notei que seus olhos estavam brilhando, era tão lindo. Senti meu rosto começar a corar. Não era possível. Mas, enfim. Meus pais trancaram a porta, pois já era hora de dormir. Me abraçaram, me desejaram "Boa noite", e foram dormir. Fui diretamente ao meu quarto, troquei de roupa, escovei os dentes e me deitei. Estava com o pensamento alto, pensando sobre o Bill. Olhei para minha pulseira e a beijei. Olhei para a janela e disse:

- Boa noite, Bill. Até amanhã. 
E assim, adormeci.

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