Capítulo 12

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 - Locke? Para de brincar, cadê você? – Olho para a floresta em busca da garota, mas não encontro vestígio sequer. Eu juro que a vi passar por aquela porta também. – Megan!

- Você não vai encontrar nenhuma Megan por esses lados garoto. Não há mulheres aqui. – Um homem de armadura aparece em um cavalo. Sua barba é bem espeça e a armadura é bastante arranhada, mas ele parece ser alguém bastante habilidoso.

- Onde eu estou? Quem é você?

- Coitado, não deve ter se recuperado ainda do choque do recrutamento. – O cara murmura. – Estamos em Gildehamm, na parte norte, governada por sua majestade real Hélios Caddaviam IV. E levando em conta o emblema em sua armadura, garoto, você pertence ao meu batalhão.

Armadura?

Estou mesmo de armadura. E caramba, pareço um daqueles cavaleiros que vejo nos cinemas, com armaduras bem brilhantes e grandes. Convenhamos que sou tão bonito quanto. Se eu fosse um pouco mais teatral eu até me apresentaria pra aquela cineasta que mora lá perto de casa, tenho certeza que ela ia adorar me ter em seu elenco. Mas talvez eu deva apresentar Megan, ela sim é uma ótima mentirosa.

Ok, foco Jake. É difícil, mas você precisa se esforçar.

- O que você quer dizer com Batalhão?

- Você deve estar perdido mesmo garoto. Como não sabe da guerra que assola Gildehamm?

- Acho que bati a cabeça em algum momento. – E nem estou brincando, aquela porta não era não era tão alta.

- Deve ser isso. Serei seu general de agora em diante garoto, logo, me acompanhe até o batalhão. - O homem barbudo meche as rédeas para que o cavalo se mova, ele o obedece imediatamente e começa a andar lentamente pela estrada. Penso em recusar, mas sua lança não parece nada amigável. Estou a pé, mas consigo seguir ao seu lado. – Esse lugar era repleto de paz, sabe? Todos estávamos sempre felizes, as maiores brigas que tínhamos eram as brigas bobas entre vizinhos rabugentos. Mas o dragão nos cobriu com suas assas de ódio.

- A guerra é contra um dragão?

- Exatamente. E logo, logo teremos uma cabeça de dragão empalhada.

Eu sempre quis ver um dragão, quando pequeno eu tinha vários pôsteres com dragões incríveis e também um dragão de brinquedo que quando eu apertava o botão saia um fogo de mentira da boca dele – era o meu brinquedo favorito.

Mas lutar contra um? Isso é insanidade! Qual a chance de um punhado de homens de armadura vencer um dragão gigante que solta fogo e voa?

Falando assim... até que lembra um pouco um avião de guerra do nosso mundo – só que isso não é nada reconfortante.

- O seu físico me parece bom, garoto. O que fazia antes de vir pra cá? – O general pergunta enquanto nos dirigimos para o que acho ser a base dele.

- Hum... Eu não me lembro de nada. – Minto. Até porque ali nem deveria existir futebol americano. – A única coisa da qual me lembro é que me chamo Jake.

- Felizmente você não precisa da memória para ir à guerra. – O general diz e continua o caminho. Não falamos muito mais até chegarmos ao local que o homem chamara de base.

Uma fileira de grandes troncos trabalhados se estende em um formato quase circular por uma longa distancia. Penso o quão ridículo é aquilo. Querem lutar contra um cuspidor de fogo com madeira? Uma cuspida do dragão e esse lugar vira uma lareira para gigantes.

 O Último Final FelizOnde histórias criam vida. Descubra agora