Pós-Guerra

Capitulo 11

Harry sonhou que seus pés pisavam sobre os mortais.

Sonhou que andava pelo céu. Ou deveria ser o céu, pois tinham massas brancas, translucidas, prateadas e transparentes vagando entre ele. Elas pareciam sacolas plásticas flutuando em direção aos céus, procurando un conforto no calor dos braços do Sol ou um abraço apertado da Lua.

Enquanto andava sob as núvens, Harry escutava sons. Eram pequenos barulhos que faziam parte do dia-a-dia. A chave sendo jogada na mesa da cozinha pelo sr. Weasley, os pássaros que entravam pela janela aberta do quarto de Gina, o som da descarga depois que Rony comia os doces não-testados de Jorge...

Harry também escutou gemidos e pequenos gritinhos. Como um choro de gato. Continuou flutuando, tocando a sola dos pés em algo invisivel que nem mesmo ele sentia.

O choro co tinuou mais potente, como se estivessem chutando alguém. Harry repentinamente se lembrou de Neville, por nenhum motivo importante.

-Harry.

Ele olhou para frente e se viu. Olhou para tras e se ciu. Eram filas e filas dele mesmo, se encarando com a mesma expressão no rosto. Era como se ele se colocasse sentre dois espelhos. Só que não eram dois espelhos. Eram muito mais.

Harry levantou a mão para tocar no outro Harry a sua frente e.

ele sumiu.

Toda a fila de Harrys sumiram. A fila da frente. As outras estavam intactas.

-Harry.

-Quem está falando?

-Olhe para baixo.

Harry olhou para baixo e viu as nuvens. Ele não estava pisando em nada, estava com os pés livres.

-Não estou vendo nada.

-Olhe agora.

Quando Harry olhou de novo...

Era como se estivesse de cabeça para baixo. Estava vendo um Harry em pé, olhando para ele e vestindo a mesma roupa cinza.

-O que você quer?

-Eu...

Harry levantou a mão.

-Quero...

Ele colocou ela para frente.

-Destruir...

Menos de um palmo para tocar o outro Harry a sua frente.

-A sua mente.

Ele tocou no Harry a sua frente e tudo se dissolveu.