Primeira vida

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Oi galeris!!
Demorei mas tá aqui, finalmente o capítulo "Primeira Vida" isso aqui no começo é só pra avisar que o capítulo tá beeeeem longo.

💖6250 palavras a seguir💖

Aproveitem o capítulo, espero que gostem💕💛

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Era frequente a situação em que eu pensava na frase "Você ainda não está pronta para enfrentar onis, ainda há muito a melhorar. Caso um dia essa casa for atacada fuja, sua sobrevivência é mais importante". Era o que minha mãe frequentemente me dizia, era exatamente a frase que eu lembrei quando ouvi minha casa sendo destruída, sendo invadida por um oni.
O cheiro do incenso de glicínias não era tão forte quanto nos últimos dias, eu, por ser a mais nova e ainda não ter completado meu treinamento, dormia, até ouvir o pequeno barulho da porta abrindo, das espadas sendo empunhadas, do caos acontecendo em minha volta.
Ao invés de fugir, continuei escondida em um canto do meu quarto, inclusive por um bom tempo, até ver o amanhecer transparecendo por minha porta.
A mesma porta que eu abri para ver toda minha família morta, meus irmãos à minha frente, meus pais do lado de fora, perfurados, arranhados.
Desde sempre, lembro de todos os membros da minha família sendo sérios o tempo todo, lembro de seus corpos em batalha, de toda técnica que diziam ter, que não pareciam ter, ali fora eram apenas os meus senseis, meus irmãos, nem sabia direito quem eram, a perda daquelas pessoas aparentava ser a perda de meros desconhecidos, sem sentido, sem sentimentos.
Fiquei encarando aquela cena por um tempo, decidindo o que faria dali para frente, encarei mais um pouco a figura de meu pai, lembro de apesar ser distante, de seu olhar, como o mesmo sempre aparentava demonstrar carinho pelo olhar, se comunicar pelo olhar, como o mesmo me ensinou a fazer ao longo dos anos. Encarando-o peguei sua nichirin, detalhada e trabalhada da melhor forma possível e parti dali sem rumo, deixando todos eles, tudo aquilo para trás.

Durante o passar dos dias, minha aparência era como a de um corpo morto andando pelas ruas, mas parecia não ser vista por aqueles à minha volta. À noite, com certo medo e com a fala de minha mãe em minha mente, costumava me esconder das criaturas que podiam aparecer durante o luar.
Andei por dias nesse mesmo esquema, a fome já não parecia me incomodar mais, o meu medo de onis aparecerem foi diminuindo, porém foi por esse único descuido que fui notada por um deles.

O oni já corria em minha direção, parecia estar mais faminto do que eu, não aparentava ter nenhuma arte de sangue demoníaca, era apenas um oni de patente fraca, porém que em pouquíssimo tempo conseguiu me ferir.
Quando pensei em sacar minha espada, a criatura já tinha avançado muito, se encontrava muito perto de mim e cravou suas garras em meu braço esquerdo, e em seguida arranhou meu abdômen, ainda estava em posição de defesa, sem nem mesmo ter empunhando minha Nichirin.
Apesar de seu ranking baixo, seus golpes eram rápidos, desferiu socos e chutes em mim sem nem mesmo eu ter o mínimo de tempo para pensar. Foi com um desses chutes que o mesmo me impulsionou para trás, abrindo uma brecha.

Sem pensar duas vezes, saquei a espada, a empunhei já em posição, já estava na hora de lutar, provar que minha família estava errada e utilizar as técnicas que aprendi ao longo desses anos. Ou pelo menos tentar fazer isso.

Assim como treinei, fui combinando minhas respirações, a primeira forma de cada uma, assim conseguindo avançar contra os ataques do oni.

Shizen no Kokyū
(Respiração da planta)

Kinzoku no Kokyū
(Respiração do metal)

Ichi no kata
(Primeira forma)

切断鍛造
Setsudan tanzō
(Forja cortante)

Quando olhei para a criatura, sua cabeça já estava no chão e seu corpo, desmoronando.

Flor de fogo - imagine Rengoku Kyoujurou (Sendo Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora