Trem Infinito

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Já era o meu último dia na viagem, e sinceramente nem me importava de ser último dia, todo aquele deslumbramento do começo já tinha sido tomado pela confusão da minha mente e minhas paranóias em relação a mim e ao Rengoku.

Talvez ficar longe de tudo aquilo me faça espairecer um pouco, talvez esquecer a existência daquele homem na vida real, faça com que eu me acalme.

Eu estava deitada na cama, preparada para dormir, então fechei os olhos e aquela frase veio à minha mente.

"Ah, essa é a minha noiva, o nome dela é S/n!"

Senti um arrepio, ainda de olhos fechados, Rengoku se materializava, eu o via, bem ali, na minha frente e essa frase martelava, me inquietava, até eu pegar no sono.

Me via em um quarto, parecia um daqueles quartos dojô da casa em que estou, um quarto destinado a treinamentos, havia jogado no chão uma katana de madeira e eu estava sentada perto de Rengoku.

Estávamos perto um do outro, nossa conversa era impossível de se ouvir, ele parecia alegre com algo, apesar de sempre o ver sorrindo, até certo ponto eu também parecia feliz, sentia uma conexão entre nós dois naquele momento.

E então, de forma repentina, eu o beijei.

Foi um ato rápido, mesmo assim senti seus lábios encostando nos meus, mesmo estando longe, fazendo com que aquela cena toda ficasse bem mais devagar.

Fiquei por um mísero tempo encarando o Rengoku, com uma expressão de surpresa e saí correndo até o jardim, me escondendo atrás de uma árvore, sentando em sua base, me encolhendo me escondendo, parecendo estar com medo.

Não demorou nada para Kyojurou me encontrar, ele sentou ao meu lado, bem próximo a mim, dizendo:

- Eu gosto de você S/n san! Não se preocupe! - ele diz animado me abraçando, mas o mais interessante é que eu não parecia estar feliz como o mesmo.

Ele continuou me abraçando, conseguia sentir o seu calor e o aconchego daquilo.

O sol batia em meu rosto quando acordei, ainda sentia o abraço do sonho, queria continuar a ser abraçada por ele a todo momento, senti de novo seus lábios pressionados nos meus, o que fez com que eu acariciasse minha boca com meu polegar. Fiquei ali por um tempo, olhando para o nada até ter coragem de levantar.

Logo já estava de pé, me arrumando, comendo e saindo daquela casa e indo a minha novamente. Esperando que tudo isso fosse apenas um sonho e que Rengoku só existisse ali.

Embarquei no trem de volta sonolenta, apesar de ter dormido bem na noite anterior, senti o abraço de Kyojurou novamente, fazendo com que eu me aconchegasse naquele trem vazio, fazendo com que eu adormecesse bem ali.

Não me via naquela cena, minha única visão era de Rengoku, em frente a um trem descarrilhado, lutando com um outro homem, um ôni, de cabelos rosas e faixas azuis pelo corpo.

Não conseguia ver quase nada além de vultos brilhantes.

Estava tentando decifrar o que estava acontecendo, em meio a todo aquele fogo e explosões, era impossível ver de onde aquilo surgia.

E então a poeira seguiu tapando a minha visão toda sobre aquilo que acontecia.

Quando essa poeira foi se afastando surgiu finalmente uma oportunidade de ver o que estava acontecendo ali, porém...

Alguém me acordou.

Flor de fogo - imagine Rengoku Kyoujurou (Sendo Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora