Vidas

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Desde criança sempre ouvi histórias de espadachins, espadachins incríveis que protegiam os humanos de criaturas horrendas que comiam carne humana, onis, essas criaturas eram cruéis diziam meus avós, mas eram fortes, muito mais fortes que os humanos, era necessário que pessoas muito fortes protegessem as pessoas, e várias pessoas cumpriam essas funções, de protetores, agindo em segredo em meio às sombras da noite.
Eu ouvia aquilo me deslumbrando, brincava com meus avós de ser uma espadachim que protegia os humanos dos onis, me divertia com aquilo. Mas é claro que conforme fui crescendo parei de acreditar em tudo aquilo, porém com os sonhos me atormentando cada vez mais, chego a acreditar nessas histórias.
Não era sempre que os sonhos eram tranquilos como agora, a maioria deles mostravam batalhas, onde todas aquelas brincadeiras viravam realidade, onde eu era uma espadachim. Às vezes lutava sozinha, às vezes com Rengoku. Nossas roupas pareciam alguns uniformes usados por escolas atualmente.
Nossas batalhas aconteciam em florestas, dentro de construções, fora de construções, tudo era clássico, parecendo ter sido retirado do passado.

Depois do último sonho resolvi ligar para a Mitsuri, eu contava para ela esse negócio dos sonhos desde o começo deles, lembro de que no começo tentávamos encaixar as peças, conectar os sonhos, era engraçado porque não sabíamos de quase nada, percebemos depois que talvez fosse uma história bem longa, sem pé nem cabeça.
Mesmo assim, toda vez que conto para ela mais coisas sobre esses sonhos ela me atormenta, mais que eles, dizendo que Kyojurou é minha alma gêmea, que fomos feitos um para o outro e que esses sonhos eram uma premonição disso. Ela me dizia que todos aqueles sonhos poderiam ser visões de uma vida passada, e ela reafirmou tudo isso quando a liguei, tanto por conta desse novo sonho, quanto por conta da aparição de Rengoku.
Ela me disse que tudo aquilo era um sinal, para que eu e Rengoku ficássemos juntos, ter uma garantia de ficarmos juntos em uma segunda vida, mesmo parecendo já estarmos juntos na primeira. Ela disse que nossas almas estavam tão destinadas a ficar juntas que o universo fará com que nós fiquemos juntos em todas as vidas que tivermos, de certa forma, isso é meio assustador.

Quando paro para pensar, a ideia de reencarnação faz certo sentido, relembro das brincadeiras que fazia quando criança, da minha alegria ao brincar daquilo, da sensação de nunca querer sair daqueles sonhos, da arquitetura e vestimenta antiga dos sonhos, de toda aquela ambientação vinda de pelo menos um século atrás, talvez tudo isso realmente esteja conectado, que talvez eu não esteja na minha primeira vida.

Então, me pergunto se Kyojurou também sonha comigo, se também sente as coisas que eu sinto.

Flor de fogo - imagine Rengoku Kyoujurou (Sendo Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora