Capítulo 2 - Águia engaiolada

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Mayuzumi largou os pergaminhos que analisava, voltou seu olhar para Kise observando seu comportamento para calmamente falar.

— Ryouta, venha caminhar comigo. — segue em direção a saída passando por Kise e o mesmo obedece a ordem — Sabe por que o chamei?

Eles andavam pelos corredores, a primeira vista estavam sozinhos mas por curiosidade Momoi e Riko começaram a segui-los.

— É por que não confia em mim, não é? — respondeu simplista o “ruivo”.

— Na verdade não, é justamente o oposto.

Kise estava surpreso mas feliz, sabia o quanto o grisalho era cuidadoso quando se tratava sobre a tribo, tanto que nas primeiras vezes que se encontraram o mesmo quase o executara diversas vezes.

— Então… o que foi?

Ele para de andar também fazendo uma pausa em sua voz, o que deixa Ryouta preocupado.

— “No dia que o rubi dourado roubar tudo do ladrão a aranha tecerá sua teia sobre a safira, a afundando no silêncio eterno.” — ele suspira, como se falar aquilo fosse um grande peso em sua alma — Meu irmão teve essa profecia hoje cedo enquanto conversávamos.

Sentindo o peso das palavras, Kise tremeu ao perceber os significados por trás delas.

— Quer dizer que… as cores rubi e dourado são da bandeira de Rakuzan, mas quem seria o ladrão? Ou a aranha? Kurokocchi vai…? — a voz de quiser tremeu tanto quanto suas mãos.

— Não sabemos o que é ainda, porém mais do nunca precisamos ter cuidado.

— Sim! Aliás… eu posso…?

Falou deixando Mayuzumi confuso por um tempo, mas após entender ele simplesmente suspira e acena positivamente dando deixa para o ex-major sair.

— Tudo bem mesmo? — Riko perguntou a Chihiro.

— Sim, Kuroko gosta e confia nele, então talvez sua presença o anime.

Kise caminhava alegremente pelo corredor tentando afastar os maus pensamentos para não deixar seus amigos preocupados. Ainda meio afastado de seu destino conseguiu escutar uma voz melodiosa cantarolando serenamente acalmando seu coração angustiado e o hipnotizando como se estivesse o chamando. Parou na frente da entrada que se encontrava o portador da bela voz e entrou.

— Olá pessoal! — Kise falou chamando a atenção para si.

As paredes eram enfeitado por vários tecidos em diversos tons de azul formando algumas cortinas, o chão era coberto por tapetes coloridos confortáveis e almofadas de cor vinho.

— Kise, não poderia ter entrado em silêncio? — Takao, que estava ao lado de Izuki e ambos sentados no chão, reclamou.

— Foi mal mas a voz do Kurokocchi cantando me deixa animado.

— Acho que não podemos te culpar por isso. — Izuki completou.

— Bem-vindo de volta, Kise-kun — Kuroko se pronunciou.

As vestes da Seirin consistem em roupas simples como saias, capuzes em tons de azul e alguns colares com penas ou presas. Mas havia uma única exceção, e essa era Kuroko. Sua saia era mais longo que a dos outros, seu tecido era mais leve e havia um corte nos dois lados que deixavam suas pernas amostras, seu capuz era na verdade um véu azul claro, quase branco, seus colares eram de prata e em seu corpo inscrições em tinta vermelha enfeitavam a pele pálida.

— Obrigado, Kurokocchi. Como está?

— Melhor, e pelo que vejo meu irmão lhe contou sobre o que falamos mais cedo. — viu que Kise havia se calar de maneira estranho, então se levantou e foi até o mesmo e Ryouta instintivamente se ajoelhou — Não precisa se preocupar, se isso não for para acontecer sei que não acontecerá. Se ficarmos nos preocupando demais com tudo um dia essas vão cair em nossas cabeças. — fez um leve cafuné em seus cabelos e voltou a se sentar mas mudou sua postura para uma séria. — Kotaro e Kiyoshi chegarão atrasados da caçada e não trarão notícias boas. Izuki-kun, poderia verificar o perímetro? Só observe, não chegue perto de ninguém se não for necessário.

Império (im)perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora