Capítulo 7 - Armadilha

114 17 0
                                    

Kuroko estava sentado nas confortáveis almofadas de cores escuras e virado para a parede orando para uma pedra envolta de três velas, a rocha era não tão grande, tinha o tamanho de um punho, e também não era valiosa como seus colares de prata, porém nela havia desenhado, da mesma tinta que enfeitava sua pele, dois símbolos: do Deus e da Deusa.*

— Ó grandiosos Deuses, peço-lhes humildemente que protejam meu povo e os guiem para o caminho certo. — serenamente se curvou levantando somente quando viu a luz das velas tremular.

O jovem fechou os olhos para se despedir mentalmente das divindades, quando terminou abriu os olhos para então ver o amigo deitado inconsciente no chão, ainda não estava na hora dele acordar. Os Deuses os reservavam um caminho que aparentava ser incerto e sabia que seu irmão não arriscaria tanto assim, até o próprio Kuroko se dava o luxo de duvidar se algumas vezes as divindades não estavam pregando alguma peça neles, mas resolveu confiar, não porque eram deidades e sim pelos seus próprios instintos. O som de passos o tirou de seus pensamentos, o azulado se recompôs e olhou para o portal coberto pelas cortinas.

— Pode entrar, Mitobe-kun. — disse calmamente vendo o mesmo obedecer.

Ele deu uma pequena reverência e em seguida seguiu ao assunto principal, Izuki, olhou para o mesmo com uma feição preocupada e interrogativa.

— Não precisa se preocupar, ele em breve irá acordar. — Mitobe o olhou — Sim, eu sei que eles estão se arriscando mais do que deveriam, mas eu não poderia segurá-los para sempre, uma hora ou outra eles iriam fazer isso.

Mitobe acenou levemente com a cabeça, sabia que era verdade, um amigo ser atacado e voltar nessas condições deixou todos completamente irados. só esperava que tudo desse certo.

— Hm? — com voz sonolenta Izuki disse, gradualmente acordando do sono e automaticamente sendo recebido pelo mais alto — Espera… o que aconteceu?

— Nós que deveríamos perguntar isso, Izuki-kun — se endireitou ficando sentado de frente para os dois — Só sabemos que você foi capturado e provavelmente drogado.

— Sim, isso… — colocou a mão na cabeça, sua mente estava bagunçada — e quando eles me pegaram eu… — levantou-se bruscamente — Droga! Eu tenho que avisar a todos! — Shun caminhou até a saída ainda zonzo e para que seu amigo não se machucasse, Rinnosuke levantou-se e rapidamente o acompanhou.

O silêncio reinou no recinto, uma mudez ensurdecedora, então o azulado voltaria de frente para a parede, pegaria seu véu de tom celeste o pondo cobrindo seu rosto que agora estava pouco visível, juntaria as mão perto ao peito e entrelaçaria seus dedos como em oração. Escutou o farfalhar da cortina, alguém acabara de entrar no local, Tetsuya não levantou ou moveu para ver quem era, pois já sabia a resposta.

______________________________

Os felinos Kotaro e Koganei voltavam para a base em alta velocidade, a prioridade máxima era tirar todos de lá o mais rápido que puderem, também sabiam que provavelmente teriam que abandonar os três que ficaram para trás o que fazia o loiro se martirizar, dentre os outros foi o que mais insistiu entre eles e mesmo sabendo que teve a autorização não deixaria se sentir menos culpado. Saiu de seus pensamentos quando percebeu outras presenças ao redor, e não era apenas uma.

Os arbustos remexiam, as árvores se agitavam, os pequenos animais fugiam para suas tocas enquanto o moreno e o loiro estavam parados observando atentamente a sua volta cobrindo um as costas do outro e logo em seguida uma sombra familiar surgiu da mata. Era Imayoshi. Ele aplaudia lentamente enquanto se aproximava dos dois.

— Foi uma boa tentativa, uma bela tentativa! É uma pena que tenham falhado com isso — por poucos segundos ele havia fingindo uma falsa tristeza — Mas não precisam se preocupar, vocês e seus amigos irão se reunir em breve na capital imperial. Nem terão percebido que se separaram.

Império (im)perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora