Capítulo 6 - Guarda imperial

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Havia passado algumas horas, o esquadrão de Seirin ainda se encontrava na floresta averiguando a área para que não haja dúvidas de que  o local estava bem seguro, e — tendo certeza desse fato — seguiram cautelosamente em rumo a cidade.

— Primeiro, precisamos encontrá-los. — Teppei começou — Mas provavelmente não será tão simples quanto da primeira vez.

— Hm? Como assim? — Hayama se encontrava confuso.

— Bem, é pelo fato da habilidade dos inimigos, embora saibamos sua aparência e número aproximadamente descobrimos também que até o que mais se mostrou mais inexperiente entre eles tem a capacidade de perceber que está sendo observado por nós, agora imagina o mais habilidoso. — o moreno explicou

— Sem falar que nem sabemos quem é o empregador deles, só sabemos de uma coisa: Ele é alguém bem influente e não vai medir esforços para conseguir o que quer. — complementou Kise.

Kotaro pausou um pouco olhando para cima pensativo, analisando todas as informações que recebera, mas em seguida se demonstrou confuso soltando um breve “Hã?” no ar fazendo os outros suspirarem.

— Assim não dá. — Koganei jogou no ar e seguiu para cima de uma árvore para observar melhor  a região.

— Como assim “hã”? o que, pelo o que é mais sagrado, você não entendeu!? — o tigre berrou irritado.

— Quer dizer, se a pessoa é tão influente, por que não tem mais soldados atrás de nós?

Os maiores pararam, o cheetah estava certo. O que tudo indica é que a pessoa seria alguém de dotes inimagináveis, pois não há muitos — mesmo no palácio — com autoridade o suficiente para que desse ordens para um grupo como aquele que estão enfrentando.

— Será que… — um barulho interrompeu a fala, parecia as folhas se mexendo mas a brisa não soprava neste momento. Temendo poder serem encurralados, o meio gato subiu mais na árvore logo chegando ao topo dela e a imagem distante o fez arregalar os olhos — Acho que temos um probleminha…

Kise se pôs a subir rapidamente chegando ao lado do amigo gatuno e distante, no porto, pode-se ver dezenas de navios ancorados perto da cidade.

— Um escudo dourado com um leão rubro usando uma coroa de amarílis… esse é o brasão da família real de Rakuza. — comentou engolindo seco.

Ryouta deveria ter explorado essa possibilidade mais a fundo, afinal, o rei escarlate se mostrou dominador desde o começo. Primeiro foi Shutoku que foi conquistado facilmente mesmo o reino se localizando nas alturas, depois Yosen, também conhecido como reino dos gigantes gelados, um local onde fortes nevascas atuam maior parte do ano e suas cidades são protegidas por muros impenetráveis, mesmo assim, Akashi os dominou em cem noites. Agora Kaijo, formando o “Quotar entente”, e deixando bem claro o interesse do imperador se tornar absoluto, tal tarefa que seria bem mais fácil se seus soldados tivessem poderes místicos os quais eram guardados pelo grupo tribal.

— Era por isso a minha ordem… — começou Kise chamando a atenção de Koganei que o olhou com semblante interrogativo — Kasamatsu já pensava em se unir ao Imperador quando me enviou aqui… ele sequer me contou nada. — sussurrou a última parte, mas disse alto o suficiente para que o seiriniano o escutasse.

Shinji pousou a mão no ombro de seu colega, o que fez o ex-militar olhar para ele e o mesmo respondeu sem falar que estava bem, e no momento, deveria se concentrar em outra coisa. Kise acenou em concordância.

— Está certo! — desceria da árvore sendo acompanhado pelo parceiro — De qualquer modo ainda temos vantagem por conhecer o território.

— Sim — Kiyoshi falou — é melhor nos retiramos rápido. Vamos fugir enquanto ain-

— KIYOSHI CUIDADO! — gritou repentinamente Kagami.

Não se conseguia ver o que teria acontecido, mas onde Teppei estava uma nuvem de poeira havia se levantado com um estrondo, o que fez os outros se afastarem, e ao se dissipar conseguiram ver um homem extremamente alto — até mesmo em relação a Teppei — que teria aparecido rapidamente atrás do moreno mais alto.

— Hã? desviou? — disse o inimigo de maneira arrastada e sonolenta.

Os seirinianos ficaram paralisados, haviam sido descobertos muito rápido e o inimigo voltou ainda mais forte.

— Oe, Atsushi — a voz familiar para Kise se aproximou pela mata — cê quer matar eles, é? — perguntou Aomine se aproximando do companheiro.

— Hm? não, o Aka-chin disse que a gente nem deveria machucar eles.

— Então não ataque com essa força, idiota! — clamou irritadiço recebendo um “hai” entediado como resposta — Francamente porque tiveram que me colocar com um imbecil desse? 

Daiki coçou a nuca e olhou em seguida para os quatro que estavam perseguindo, seu olhar também era entediado, mas uma chama selvagem também existia mesmo na quietude. O moreno abriu a boca, o que chamou a atenção dos encurralados e se puseram em guarda alta.

— Como devem ter escutado nós não pretendemos machucar vocês, porém não garanto que vamos cumprir essa ordem se ficarem resistindo.

Os membros da tribo se entreolharam rapidamente, mesmo que tivessem o orgulho como guerreiros do fantasma safira sabiam que com esse título vinha a responsabilidade de proteger e preservar Seirin a qualquer custo.

— Certo, mas com apenas uma condição — Teppei sério falou chamando atenção para si — deixem os outros que estão escondidos em paz.

— Impossível. As ordens do imperador são outras. — O clima já tenso se tornaria mais pesado ainda.

— Então nada feito.

Fazendo um sinal com a mão, Koganei e Kotaro correram em direção oposta à que os dois homens saíram. Ao tentar segui-los, Aomine foi barrado por Kise e Kagami e Murasaki por Kiyoshi.

— Fico até um pouco feliz com essa decisão. — o moreno deu um sorriso ladino.

Aomine rapidamente assume sua postura de ataque, era bem relaxada e natural porém expelia um sentimento de perigo que preocupava até mesmo Kise que não tinha os sentidos sobre-humanos como Kagami.

Investidas vorazes, punhos velozes, chutes poderosos não eram o suficiente para deter o guarda real azul, ele sempre se defendia e atacava tão forte quanto seus adversários. Sua velocidade e agilidade era algo assustador, feroz, edaz como uma besta negra incapaz de ser saciada, uma alma feita exatamente para lutar.

Ignorante seria o homem que desconhecesse a força dos gigantes de Yosen. Kiyoshi, assim que viu o guarda de cabelos púrpuras, entendeu os seus obstáculos mas também ficou ainda mais confuso. Só ao vê-los percebeu seus níveis, guardas lendários que foram ordenados diretamente pelo imperador, porém algo não parecia certo, por que apenas eles estavam aqui? Akashi não seria descuidado a ponto disso, então Teppei refletiu, o que o fez levar vários golpes de Atsushi, mas então ele entendeu.

— Kagami! — deu um grito desesperado — Corra! eles estão em apuros!

Era uma armadilha, uma simples distração para afastá-los da base. Kagami arregalou os olhos ao perceber e ao trocar olhares com Kise deixou o local.

— Perceberam bem cedo, mas não importa mais. Até porque já vencemos. — disse Aomine convencido.

— Como as...— Kise gritou, mas não conseguiu completar a frase pois em um momento de distração recebeu um chute no lado direito de seu rosto.

— Ei, esqueceu que ainda estamos lutando? — Daiki o lembrou.

O golpe foi forte e certeiro a ponto de fazê-lo cambalear para trás, sua visão ficou turva por alguns segundo, tempo suficiente para Aomine finalizar o golpe, mas estranhamente não o fez. Ao fincar os olhos no moreno Kise percebeu que ele ficava mais desinteressado a cada momento, isso o enraiveceu completamente deixando imaginar que o tédio que sentia era porque não reconhecia Ryouta como um oponente e teria certeza que venceria.

— Quem deveria estar repreendendo alguém era eu. — Kise estreitou os lábios e franziu o cenho. —  Vamos logo com isso, eu vou te ensinar uma coisa seu desgraçado! — o fogo em seus olhos havia se acendido o que fez o outro ter um ar de surpresa em sua volta.

Império (im)perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora