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Assim que meu simpático "sogro" nos deixou a sós, eu o observei caminhar até seus convidados de honra, Greta e família

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Assim que meu simpático "sogro" nos deixou a sós, eu o observei caminhar até seus convidados de honra, Greta e família.

Ela é realmente muito bonita, os cabelos são escuros e um corpo magro. Constatar a beleza dela fez com que eu me sentisse cem vezes inferior.

Será que vou conseguir fingir ser a namorada de Daniel?

Não é por nada, mas Daniel realmente é um dos caras mais bonitos que eu já vi em todo os meus dezenove anos de vida, é praticamente inexplicável sua beleza e não sei se alguém acreditaria nesse falso namoro. Ele pode ter as meninas mais bonitas sondei lado e não alguém como eu, sem graça.

Percebi que nem ele e nem eu fizemos questão de soltar nossas mãos, mas com todos os meus pensamentos parecia que eu tinha acabado de levar um choque de realidade. Soltei e imediatamente levantei a assustando.

— Está tudo bem? – ele perguntou confuso.

— Sim, eu só preciso de um banheiro – sai no mesmo instante, deixando para trás um Daniel intrigado.

Tentei me recordar onde ficava o banheiro daquela casa, mas meus pés me levaram para o que ficava no quarto do Daniel. Fechei a porta atrás de mim e foquei o meu olhar no espelho.

Não sei por quanto tempo fico parada ali, só me olhando e vendo todos os meus defeitos.
Passo a mão pelo meu corpo e avalio cada parte dele. Olho para cada pedacinho de mim e não vejo nada que possa me deixar minimamente bem.

Só percebo que estou com meus olhos vermelhos de prender um choro quando escuto batidas na porta.

Respiro fundo e me olho uma última vez antes de abrir e encarar meu "namorado". Ele apenas olha nos meus olhos e me puxa para sentar em sua cama.

Daniel fica me encarando com os braços cruzados tentando entender o que aconteceu comigo.

— Desculpa invadir o seu quarto, lembrei do banheiro aqui e nem pensei direito – me explico e finalmente observo o local.

O quarto não parece tão diferente de quando eu fui embora, no canto tem seu violão e sua guitarra, em uma das paredes um pequeno mural de fotos.

— Realmente – ele fala interrompendo minha observação — entrar no quarto dos outros sem permissão é uma boa invasão de privacidade, mas não me importo com isso – deu de ombros — O que aconteceu?

— Eu só queria usar o ba – tento me explicar mas sou interrompida no meio da frase.

— As vezes eu acho que você se esquece desde quando eu te conheço. Se quer mentir pra mim vai ter que melhorar isso. Quero saber a verdade, Aurora.

— Você vai ficar bravo se eu falar – ele fechou os olhos e se sentou ao meu lado.

— Eu só quero saber o que aconteceu.

— Eu não sei como explicar isso, mas eu acho que as pessoas não vão acreditar que esse namoro seja verdadeiro, muito menos na casa do meu pai – me sinto uma idiota de estar falando essas coisas pra ele.

— Por que você acha isso? – perguntou confuso, mas paciente.

Eu não quero expor esses meus pensamentos no momento, é meio vergonhoso mostrar a maneira que me sinto em relação a outras pessoas.

Como explicar para alguém, que eu me sinto inferior a tantas pessoas que existem ao meu redor? Que eu nunca me sinto bem com uma roupa? Ou então, que sempre pareço estar inadequada em diversas situações?

Não sei se quero falar sobre isso agora, eu realmente me sinto uma tola por sentir isso e por me importar tanto com o que estão pensando até mesmo sobre meu relacionamento que nem verdadeiro é.

Daniel percebe a minha hesitação em dar a resposta.

— Não precisa me explicar isso agora, se quiser conversar e me contar seus pensamentos e sentimentos, eu estarei aqui. No seu tempo – ele se levantou e estendeu suas mãos para mim — agora vamos descer porque as pessoas acreditando ou não, você está aqui como amiga do Bento e minha namorada. E ah, só pra constar, você está linda hoje.

O sorriso que se abre em meu rosto é pequeno, mas é verdadeiro.

— Dantezinho – a voz dela é irritante na mesma proporção em que ela é bonita — eu estava procurando por você

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— Dantezinho – a voz dela é irritante na mesma proporção em que ela é bonita — eu estava procurando por você.

Daniel que estava parado ao meu lado, levou sua mãos até a minha cintura e o gesto não passou despercebido por ela que nos encarou com o rosto em uma expressão confusa.

— Oi Greta – ele disse com um sorriso tentando parecer simpático — essa é minha namorada, não sei se você conhece...

— Oi querida – disse um pouco desapontada e me olhando por inteiro — irmãzinha do Arthur, não é?

— Prefiro só Aurora mesmo – fiquei desconfortável com o olhar que ela me lançou.

Não gosto de ser sempre conhecida como irmã do cara popular da faculdade, não é o título que mais me agrada.

— Não sabia que estavam namorando... quase não vejo vocês dois juntos – disse de uma maneira desconfiada.

Olhei para Daniel e ele apertou minha cintura, ficando desconfortável com a conversa.
Coloquei minha mão sobre a dele e olhei para Greta.

— Nós estávamos mantendo isso entre a gente por enquanto e não precisamos estar colados, estamos juntos e é isso que importa — Daniel respondeu antes de mim — com licença, agora é hora do parabéns.

Ele me guiou até a mesa do bolo. Bento estava radiante, todo suado e com um sorriso enorme no rosto. Sorri junto por ver sua felicidade.

Cantamos parabéns e o primeiro pedaço do bolo foi dado para o irmão, que ficou todo bobo com o gesto.

— Ei, quer um pedaço de bolo? – Daniel perguntou — é seu favorito, morango com chantilly.

Não consegui negar, mesmo que eu coloque pra fora depois, vou precisar comer.

Só concordei com a cabeça e ele me direcionou um sorriso.

O restante da festa passou rápido e tranquilo, fora os olhares de desgosto de John.

Daniel e eu voltamos em silêncio pra minha casa, mas dessa vez sem desconforto

Daniel e eu voltamos em silêncio pra minha casa, mas dessa vez sem desconforto

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