Aos 19 anos, Aurora Scott não tem muitas amizades e nem acredita em coisas bobas, como o amor.
Após três anos morando com seu pai, decide finalmente voltar para sua mãe e seu irmão gêmeo.
Ao tentar surpreender seu irmão, acaba sendo surpreendida pel...
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— Acho que deveríamos contar ao Arthur antes que ele nos veja na faculdade – digo assim que Daniel estaciona o carro em frente minha casa.
— Concordo, melhor morrer agora do que na frente de todos – disse já abrindo a porta do carro — vamos falar o que combinamos e vai dar tudo certo.
Ele parecia um pouco nervoso com isso, mas melhor segurar minha risada mesmo e sucesso.
Abro a porta com cuidado. Ok. Estou com um pouco de medo também, mas não é pelo que vou mentir e sim o ato da mentira.
Observo ao redor da sala e não vejo Arthur, Daniel logo entra atrás de mim e parece aliviado quando não encontramos ele de cara.
Damos um suspiro juntos.
— Por que estão com essas caras de suspeitos? – Arthur está parado de braços cruzados no batente da porta da cozinha e parece se divertir com o susto que tomamos.
Ao ouvir sua voz nós dois demos um gritinho ridículo.
— Não me diga que quebraram a casa dos seus pais brigando? – zomba olhando para Daniel.
— Você sabe que eu te amo e você é meu irmão favorito, né? Então, como a resposta é sim... precisamos conversar – dou um sorriso para ele que anda lentamente até o sofá e se senta de forma que possa nos olhar de maneira avaliativa.
Me sinto julgada.
Ficamos os três em silêncio, apenas encarando uns aos outros. Arth levanta as sobrancelhas na intenção de me incentivar a falar. Daniel segura a minha mão e o olhar do meu irmão vai de forma lenta para o gesto, sua cara de confuso aumenta consideravelmente.
Permanecemos todos olhando para as minhas mãos. Respiro fundo e solto de uma vez:
— Estamos namorando, legal né? Pois é, que vontade de assistir um filme, vocês querem escolher? – continuo falando naturalmente, talvez assim ele não perceba que mudei de assunto.
— Repete devagar, por favor – Arthur pede em choque.
— Que vontade de assistir um filme? – pergunto para ele
— A primeira parte, irmãzinha.
— Estamos namorando – repito para ele. Meu irmão fica em silêncio por alguns segundos e depois começa a gargalhar.
Aos poucos ele para de rir e vai fechando a cara ao perceber que não é brincadeira - bom, tecnicamente não é verdade, mas ele não precisa saber.
— É sério Arthur – Daniel se pronuncia pela primeira vez — quisemos manter um tempinho em segredo para ver se dava certo nossa tentativa de relacionamento e – ele para de falar e os dois levantam em câmera lenta se encarando - me senti naqueles filmes de faroeste.
Quando percebo, Daniel já pulou o sofá e saiu porta a fora com um Arthur correndo atrás.
Não vou nem me preocupar, assistir um desenho na tv que ganho bem mais. Os dois que se resolvam.
