A prometida do capo - Livro I |COMPLETO|

Capítulo 21

Matteo Greco

“A minha consciência tem milhares de vozes, 

E cada voz traz-me milhares de histórias, 

E de cada história sou o vilão condenado.”

— William Shakespeare

Como todas as sextas a noite cá estávamos todos nós em uma reunião da Famiglia. Hoje, mais do que todos os outros dias parecia não ter fim, e por incrível que pareça tudo que eu queria era chegar em casa e tomar Helena para mim, a noite toda.

Talvez assim, todo esse meu estresse com tudo o que está acontecendo atualmente, nos obrigando a ter reuniões como essa por um período muito mais longo, evaporasse de uma só vez. Pelo menos, enquanto eu tinha Helena comigo, ela parecia ser capaz de exorcizar os meus demônios, e isso era uma das coisas que me agradava nela.

Vito Mancini continuava falando sem parar sobre o que havia acontecido com uma de suas cargas de drogas que havia chegado em um navio na noite passada, e que quase foi destruída por algum dos nossos inimigos. Eles insistiam em nos desafiar, mexendo até mesmo com os nossos negócios, estavam extrapolando todos os limites.

_ No final das contas, acabei picando dois deles e enviando de presente para o Oyabun (líder) dos Yakuza. Eles estão causando problemas demais para nós.

Até certo ponto eu concordava com o que todos eles diziam, mas não estavam totalmente certos. Tem muito mais nisso do que todos eles podem ver, mas isso eu vejo devido ao treinamento que o papa deu a Giovanni e a mim.

_ Dom, o que faremos a respeito da nova boate que será inaugurada daqui a dois dias? - diz Lorenzo Ricci.

_ Você já selecionou as garotas?

_ Sim Dom, busquei algumas bem diferentes para que os clientes dos outros estabelecimentos não encontrem com as mesmas de antes.

_ Ótimo, então você simplesmente as coloca lá e deixa que os clientes aproveitem dos serviços que elas disponibilizam.

_ Nenhuma medida diferente como...

O meu telefone toca o interrompendo, e então eu levanto o dedo pedindo que espere para que eu cheque quem é. Tenho que fazer isso, pois sempre que alguém me liga pode ser algo importante.

Me surpreendo ao ver o nome de Helena na tela, ela nunca me liga. Que estranho. Resolvo atender logo, me levanto e sigo em direção a janela para tomar certa distância de todos.

_ Oi Helena.

_ Alô? - diz a voz de um homem do outro lado, um pouco insegura e temerosa.

Mas que porra é essa? Por que tem um homem me ligando do celular da minha esposa.

_ Quem está falando? E o que você está fazendo com o celular da minha esposa? - já digo com a voz alterada, e Giovanni vem na minha direção ver o que está acontecendo, e de repente algo me ocorre, e a minha espinha congela diante do tamanho calafrio que me toma.