Prólogo

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29 anos atrás

“O Inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.”

_ William Shakespeare

_Chega!! Essa situação não pode se sustentar por mais nem um dia Thompson e você sabe disso.

_ Será mesmo, Greco? Não vejo possibilidade alguma disso acontecer. Nada que façamos propicia para uma trégua entre nossas famílias, essa guerra já está tão enraizada devido os nossos antepassados que carregamos até os dias de hoje, e olha só o que está restando de nossos homens.

Stefano respira fundo e encara os olhos do seu rival, o qual tem travado uma guerra que não está sendo benéfica para nenhum dos lados. Já havia conversado a respeito disso com seu Consigliere, e pelo jeito deveria colocar a ideia em questão. Talvez seria a melhor das opções naquele momento.

_ Eu andei pensando e o melhor que temos a fazer nesse momento é um acordo entre nossas famílias. Nossos soldados estão morrendo em grande quantidade e ambas famílias ainda não conquistaram nada como essa guerra em tanto tempo. A única coisa que ela deixa é esse rastro de sangue que sempre nos obriga a gastar quantias enormes de dinheiro e cobrar favores com as autoridades para encobrir os rastros, para que nada nos alcance no futuro.

_ Isso é verdade, estou cansado de enterrar cada dia mais os meus homens e ter que aguentar aqueles corruptos disfarçados de autoridades do capeta. Mas que acordo seria esse Greco? Como pode, famílias tão rivais se unirem em um acordo e tudo ficar bem de um dia para o outro? Você sabe, tanto quanto eu, que isso é praticamente impossível.

Stefano pensou e pensou em algo que poderia ser colocado em jogo naquele momento, mas nada veio a sua mente.

“O que seria vantajoso o bastante que pudesse promover a paz entre eles?” 

As suas famílias se odiavam demais para que algo tão banal fosse capaz de tal feito.

_ Eu não sei ao certo, mas por enquanto poderíamos cessar esta guerra que em nada nos ajuda, e assim, começamos a pensar em algo que seja lucrativo para todos nós.

Joseph observou Stefano, tentando olhar por dentro de sua alma e perceber se havia más intenções em suas palavras, mas o Capo da Famiglia italiana era um homem difícil de ler. Mas é claro que era, não estaria em sua posição se fosse um homem previsível como muitos que já conheceu e teve o prazer de dilacerar em seus interrogatórios. 

Buscou no fundo de sua mente alguma coisa que poderia ser usada para esse tal acordo proposto por Greco, e então algo que um de seus Caporegimes havia comentado sobre se aliarem a uma máfia, relativamente pequena, na América do Sul através de um casamento com algum de seus filhos, brilhou em sua mente.

_ Um casamento.

Disse Joseph, pensando se não era loucura demais propor aquilo, mas era a única coisa que consegui pensar naquele momento, não havia mais nada em sua mente.

_ Como assim um casamento? Entre quem? E isso seria capaz de acalmar uma rixa tão antiga como a nossa? 

_ Entre os nossos futuros filhos, eu poderia propor entre os filhos dos nossos Caporegimes, uma vez que, ainda não temos filhos e precisamos desse acordo de imediato, mas isso é entre mim e você, nós somos os escolhidos e herdeiros de nossas famílias, nós possuímos o mesmo sangue e a mesma linhagem dos nossos antepassados que travaram esta guerra com o máximo de afinco que podiam, e eu não aceitaria que essa situação fosse repassada para outra pessoa. Então creio que o mais sensato a se fazer, é que nossos filhos sejam os propulsores dessa trégua, uma união entre eles uniria nossas famílias e os sangues que tanto foram odiados por décadas.

A prometida do capo - Livro I     |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora