Capítulo 22

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Em algum lugar no mundo

_ Porraaa, mas que merda esses dois fizeram. Eu vou matá-los, juro que vou matá-los. Bastardos do caralho.

As imagens queimavam na minha mente, os idiotas ainda me mandaram uma foto do "serviço". Helena estava no chão frio do asfalto, toda ensanguentada em uma bagunça de vidro quebrado com os restos do que um dia já foi um carro.

_ Acalme-se irmão, toda essa fúria não o levará a nada. - como sempre, ele era calmo demais.

_ Não me peça para me acalmar. Não adianta vir com esses discursos calmos Andrei. Nem todos nós temos o seu transtorno de sociopatia. Você viu o que eles fizeram com ela? Eles tiveram essa capacidade de deixá-la nesse estado. - pego de novo o meu celular e quase esfrego na cara dele para tentar colocar um pouco de juízo naquela cabeça.

_ Só porque não sinto emoções, nem mesmo raiva por culpa de um transtorno, não significa que você não pode tentar controlar a sua. Mas do que adianta pedir isso, justamente a você. E sim, eu vi o que eles fizeram.

_ Sim irmão, diga o quanto eu sou irracional. Que todos me temem por eu ser louco o bastante para matar alguém que me irrita até com um espirro.

_ Você fez a sua caveira, eu apenas repasso o que eu sei e vejo. - às vezes eu não sei como eu o aturo.

_ Nada do que você me disser irá absolver aqueles dois inúteis. Nada! Está me ouvindo? - volto a berrar novamente, creio que a minha explosão anterior não tenha exaurido totalmente a minha raiva.

_ Você os escolheu para o trabalho, e agora que fazem besteira fica todo irritado. Como te entender? Juro que não sei.

_ Eu fui bem explícito, Andrei. Dei a eles uma tarefa bem simples para falar a verdade, e eles foram capazes de causar todo esse transtorno.

_ Eles são imbecis demais irmão, tudo que veem na frente deles é poder, e estão loucos para alcançá-lo. E como não sabem da sua obsessão com a garota, com certeza pensaram que estariam fazendo um grande favor a você, causando aquele acidente.

_ Não justifique o erro deles Andrei, pois se dei uma ordem de que não era para tocá-la, eles deveriam ter acatado. Ou a minha palavra não tem mais valor nenhum nessa porra?!

_ Pelo jeito a histeria do nosso irmão já está a solta nessa casa. - diz Dimitri ao entrar na sala.

_ Não o provoque, Dimitri, as coisas já estão difíceis por aqui.

_ E você como sempre tentando apaziguar tudo. Perda de tempo Andrei, assim que os idiotas chegarem,  todos aqui nesta sala sabem que o nosso querido irmão irá degolá-los.

_ Não dê ainda mais corda a ele Dimitri, já basta o que ele está pensando em fazer.

_ Calem-se vocês dois, é óbvio que eu farei pior que degolá-los. Eles irão sofrer pela desobediência deles...

_ E por machucarem a sua estimada Helena. É, nós sabemos disso também. Pobre coitados, irão pagar o preço por tentarem eliminar o inimigo. - diz Dimitri.

Eu não dou muito tempo a ele, vou logo lhe dando um belo soco em seu bonito rosto. O bastardo como sempre, mesmo depois de levar um soco não tira o sorriso cínico do rosto.

_ Uau! Jura que você me deu um soco por dizer a verdade? Quando eu fico com as minhas tramóias por aí, eu não recebo um desses. - diz ele passando a mão pelo queixo, enquanto um pouco de sangue escorre pelo canto da sua boca.

_ Nunca mais fale dela dessa maneira desrespeitosa. Ela não tem culpa de ter se casado com aquele verme do Matteo Greco. Tudo isso é culpa daquela porra de casamento arranjado, que aqueles italianos antiguados usam até hoje.

_ Como eu sempre digo, você fala demais Dimitri, e por esse motivo você acaba de levar um soco do nosso irmão. - Andrei fala com uma sugestão de sorriso no rosto. Não passa de um bastardo arrogante que sempre tem razão no que diz.

_ Nossa Andrei, você é tão óbvio, chega a ser chato. - enquanto isso Dimitri, é irritante com o seu cinismo e brincadeiras.

Mas nenhum deles era brincadeira, azar daqueles que os julgassem pela primeira impressão das suas personalidades. Muitos já pagaram pra ver, e não estão aqui hoje para contar das suas experiências dolorosas de uma sessão de tortura. Ambos eram cruéis quando se tratava dos negócios, levavam muito a sério os seus papéis na nossa organização.

_ Pelo menos não sou eu que vou ficar com um hematoma no rosto. Se ficasse mais calado, não teria que cuidar disso aí pelos próximos dias. - não deixo que Dimitri o responda, já vou mudando o assunto.

_ Fique avisado, vocês dois, de que eu não quero ninguém falando mal dela nessa casa.

_ Longe de mim criticar o seu anjo. - dou um olhar duro para o sarcasmo de Dimitri, enquanto o Andrei olha pra ele com um olhar decepcionado, percebendo que não importa o quanto ele o adverta, ele continua cometendo os mesmos erros.

_ O filho da puta não aprende mesmo. - ainda consigo ouvi-lo resmungando baixinho.

_ Quando eles chegarem amanhã, vocês vão trazê-los para mim sem fazer alarde. Eu não quero que eles tentem fugir, já estou sem paciência para as burrices deles.

_ Pense com clareza antes de tudo irmão.

_ Não Andrei, eu irei passar por cima deles com tudo. Eu deixei claro que nela não era pra tocar, e eles fazem uma merda dessas.

_ Deixe-o Andrei, se ele quer castigá-los, você, nada pode fazer a respeito.

Nem mesmo se ele tentasse iria conseguir alguma coisa de mim dessa vez. Eles podiam mexer com qualquer um, mas com Helena não, ela é minha para cuidar e proteger. Como se não bastasse o Greco tê-la me tomado, vem esses idiotas e tentam matá-la.

Mas eles vão pagar pela afronta em machucá-la. Agora eu só tenho que esperar notícias do quadro hospitalar dela, para assim me tranquilizar.

Ela não pode morrer agora, ainda tenho muitos planos para o futuro dessa família Greco.

"Você continua sonhando e tramando algo obscuro
Sim, você continua
Você é venenosa e eu sei que isso é verdade
Todos os meus amigos acham que você é viciosa
E eles dizem que você é suspeita
Você continua sonhando e tramando algo obscuro
Sim, você continua"

_ I feel like i'm drowning - Two Feet

A prometida do capo - Livro I     |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora