A prometida do capo - Livro I |COMPLETO|

Capítulo 16

Helena Greco

Uma semana havia se passado do meu encontro com Beatrice e em todos esses dias nós fizemos questão de manter contato, sendo por mensagens ou ligações. Nisso, as coisas para a organização do tremendo evento iam se ajeitando a cada dia, e mantínhamos a esperança de que tudo sairia perfeito.

Estava descendo para tomar o meu café da manhã, pois hoje acordei mais cedo que o normal, estava meio inquieta na cama essa manhã, mas não sei o porquê. As coisas com Matteo não mudaram, mesmo depois daquela revelação no nosso jantar que me magoou muito.

Quando chego na sala de jantar que sempre está com a mesa posta a minha espera, me deparo com Matteo sentado à mesa, algo que nunca havia visto antes, pois eu custo a vê-lo de dia em nossa casa.

_ Bom dia Helena. - ele disse sem nem mesmo tirar os olhos do jornal que estava lendo, acho que percebeu e sentiu o meu embaraço por encontrá-lo aqui.

_ Bom dia. - respondo e me sento na cadeira que tem um prato disposto naquele lugar da mesa.

Irina aparece perguntando se eu desejo mais alguma coisa, como sempre tentando me agradar ao máximo, mas recuso pois o que está na mesa é o bastante.

Me sirvo de um pouco de café e pego um croissant para passar manteiga e comê-lo, tudo isso em um completo silêncio. Não quero falar com Matteo, ele foi muito grosseiro comigo e sabe disso, mas é orgulhoso demais para se desculpar por qualquer coisa que tenha falado. Mas caso ele tente falar algo, irei responder pois não sou mal educada como ele.

_ Chefe? - diz Alessandro entrando na sala, ele era o soldado principal do meu marido.

_ Sim? - responde Matteo com a mesma falta de preocupação. Acho que Alessandro fica um pouco incomodado com a minha presença em ter que dizer algo na minha frente. Mas não vou sair daqui, eles que se retirem se quiserem.

_ Temos um problema com Ferrari.

_ Resolva você mesmo, não tenho tempo para isso agora. - o soldado pareceu um pouco relutante em aceitar, mas era o Dom falando, então ele simplesmente concordou e se virou para sair.

E nós voltamos àquele silêncio ridículo que nos cercava. O que seria esse tal Ferrari que Alessandro se referia, qual o problema que isso estava implicando ao meu marido.

Paro de pensar um pouco em tudo isso quando começo a me sentir mal, estou suando frio e o estômago dando reviravoltas. Tento respirar fundo para me controlar, mas o mal estar não passa.

_ Está tudo bem Helena? - parece que até mesmo Matteo percebeu a minha situação.

_ Sim. - mas não tenho tanta certeza disso, parece só piorar, e de uma só vez a sensação piorou e me levanto rapidamente para correr em direção ao banheiro social.

Foi só questão de chegar até lá para eu vomitar todo o meu café da manhã. Eu não entendo o porquê desse mal estar de repente. Quando eu acabo com todo esse sofrimento eu fecho a tampa e sento no chão, e só assim eu vejo um par de sapatos masculinos do meu lado. Matteo deve ter me acompanhado quando saí correndo da sala.

_ Você está bem Helena? Quer que eu chame o médico da família?

_ Não, tá tudo bem, foi só um mal estar. - ele não parece acreditar muito no que eu disse, continua me dando um olhar desconfiado.

_ Venha. Deixe-me ajudá-la. - ele estende sua mão para que eu a pegue, e assim o faço. Ele me escora com o seu corpo depois de eu estremecer devido as pernas bambas e me ajuda a subir até o nosso quarto. _ Acho melhor você voltar pra cama, ainda está pálida.