Capítulo 1

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Helena Thompson

“Os miseráveis não têm outro remédio a não ser a esperança.”

_ William Shakespeare

Hoje é o meu aniversário. Eu nem acredito nisso, já se passaram 18 anos. A data tão temerosa para algumas de minhas amigas pelo simples fato de que na nossa vida na máfia isso significa só uma coisa:

Casamento!

Até me deixo suspirar com a simples palavra, pois mesmo que ela tivesse tanto peso em nosso mundo, ela significava o meu maior sonho. Eu conhecia a minha circunstância, mas nunca deixaria de sonhar.

Eu até gostava de alguns dos rapazes do nosso meio, conhecia muitos deles nos eventos sociais da Outfit, mas nunca tive convívio com nenhum deles, até mesmo porque nunca fora permitido. Na escola, éramos somente meninas, então, novamente, passava longe de conhecer outros meninos que pudessem me interessar, mas para falar a verdade, apesar de me sentir iludia e ter pleno conhecimento disso, ao achar que poderia me casar com qualquer um que me chamasse a atenção ao ponto de me apaixonar, às vezes a realidade batia em meu rosto com toda força, tentando-me colocar nos eixos e remover sonhos bobos de minha mente. 

Tudo isso, porque ela deixava claro o meu destino: me casaria com algum dos rapazes mafiosos que eram como papai.

Não havia como fugir disso, mas pelo menos, esperava poder conhecê-lo e conversar, até decidir qual seria o meu escolhido e preferido.

“Jura Helena que você disse MEU escolhido? Deixa de ser besta, você não escolhe ninguém, são eles, os made men, quem escolhem mulheres como se fossem um pedaço de carne em um açougue."

“Sabe, às vezes você fala cada coisa que chega a ser patético."

Como pode, minha própria mente zombar de mim? 

Eu realmente não entendia. Com certeza os meus lados, sensata e iludida, digladiavam dentro de mim e é claro, e bem óbvio, que a sensatez sempre vencia e deixava a minha parte iludida estirada no chão toda arregaçada de tanto apanhar.

A sensatez era como a Rochelle do seriado “Todo mundo odeia o Chris”, só que ao invés dela dizer: “Garoto, te bato até você ficar branco.”, ela dizia: “Garota, te bato até você tomar vergonha nessa sua cara e ser menos iludida.”

É, a minha vida realmente era assim, esse impasse dentro de mim. Mas a única coisa que importava naquele momento e naquele dia era:

“Eu espero muito que papai não me obrigue a casar com algum de seus homens somente por ter chegado a hora.”

Também não queria que ele começasse a jogar pontos para mim com essa assunto, insinuando que a tão temida hora chegou, pois ela passa a ser temida quando não sou eu quem escolho o meu pretendente.

Se dependesse apenas de mim, com certeza eu estaria feliz e saltitante por aí, mas como não, eu ficaria na minha e tentaria comemorar como desse.

A prometida do capo - Livro I     |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora