A Chegada Da Peste

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Para todos os que acharam que eu evaporei... Aí têm o novo capítulo.

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Ange on

Contrariado não tive outra opção se não ir para o meu quarto e trocar de roupa. Fiquei socegado e infeliz, com os estores fechados e apenas a vela da mesinha acessa.

Fui ao meu armário, tirei aquele fato bastante inapropriado e vesti algo mais normal para mim. Uma fato formal, preto, porém não quis pôr a gravata.
Depois de vestido coloquei as minhas luvas e sorri.

-Muito melhor...

Disse calmo, antes de sair do quarto.
Vou até à sala de estar e como uma das últimas tarefas do dia, começo a limpar o lugar e a deixar algumas preparações já prontas para a festa de amanhã. Comecei por tratar dos móveis e depois com ajuda do escadote das enormes janelas e estores que eram bem difíceis de tirar o pó.
Só por fim peguei na minha vassoura, que numa dança calma para me ajudar a relaxar ia varrendo toda a sujeira daquele sítio.

Estava frio, afinal era um espaço praticamente vazio, excluindo alguns vasos e jarros espalhados pelo local.
Aquele lugar era divertido e aconchegante, no meio daquela dança improvisada ia de azulejo em azulejo mudando a posição do pé até por fim estar tudo limpo.
Passei apenas mais um tempo naquele lugar a regar as plantas e a apreciar a calmaria do local.

-Então estavas aqui...

Uma voz rouca ouvesse de cima da escadaria captando a minha atenção.

-Sim, estava a limpar o local para a festa de amanhã senhor.

Respondo formal e ainda envergonhado com as lembranças daquele pedido maluco de usar um vestido.

-Pois bem... Mas então gostou do fato?

Sua voz um tanto divertida fala, enquanto o vejo descer a escadaria. Nem penso duas vezes e a minha cabeça movesse de um lado para o outro em negação.

-Continuo a achar muito constrangedor.

Falo sério, cruzando os braços e virando o rosto. Ele vem até mim, com aquele olhar doce e sorriso gentil, pega no meu queixo, fazendo com que o olhe.

-Não foi isso que eu perguntei.

Ele diz calmo, me deixando a pensar. Não é como se eu não gostasse do fato, ele era bonito e atirado, bastante confortável e fazia umas curvas interessantes nos sítios corretos.
Quando dou por mim perdido nesses pensamentos coro um pouco e me afasto.

-Desculpe amo o fato pode ser muito belo e tudo, mas acho que prefiro trabalhar mais do que usar aquilo.

Falo sério, o olhando no fundo dos olhos e ele ri.

-Bem... Já estava à espera, sem novo fato está no seu quarto. Amanhã de manhã ela chega... Tenta... Não falar muito com ela... E às vezes ignora-a... Ela precisa um pouco.

Ouso os seus avisos como cuidado, mas logo me vem à cabeça.

-Esse novo fato tem calças?!

Pergunto com uma voz ríspida, enquanto o vejo desviar o olhar, enquanto os seus olhos sorriem animados.
Ele começa a andar e de forma bem rápida e descreta me deixa ali sozinho.
Suspiro e olho em volta, sorrindo logo em seguida pelo belo trabalho.

Peguei nos materiais de limpeza que tinha levado e fui guardar na despensa. A seguir foi o jantar bem divertido e como de costume com as ameaças da minha irmã de uma coisa Boba ou outra, enquanto eu brincava com o seu crush com menina Suzanne.
Os jantares entre nós eram sempre divertidos, maioria das vezes não eram na presença do amo, bem como hoje, mas parecia que deixava todos mais à vontade.
O som da guitarra no fundo que alguns dos mais velhos tocavam, enquanto os pequenos, que nem idade para trabalhar tinham, dançavam, animava todos.
Pelo menos, até o assunto vir ao de cima.

Apenas mais um escravoOnde histórias criam vida. Descubra agora