As Regras da Casa

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Ange narrando

Todos têm o seu lugar, as suas tarefas, os seus quartos e os seus amigos, porém por mais que se tente olhar a casa está sempre fazia. De momento e depois de muita confusão, eu e a minha irmã estamos por fim a viver com o amo Tyler. Embora ele pareça que me vai matar a qualquer minuto sempre que me olha, ele tende a ser bastante amável. O amo, como eu o chamo, nunca colocou nós criados a fazer nenhum trabalho muito duro e tem sempre em consideração ao nosso bem estar. E sim, eu disse nós, depois que ele nos comprou, começou a comprar mais escravos, mesmo eu sabendo que ele não gosta.

De momento, eu e a minha irmã não somos os mais velhos, mas fomos os primeiros a vir para esta casa, então já vimos várias coisas. Como por exemplo, o senhor Tyler, já deu permissão, a escravos mais adultos para saírem de casa, para poderem viver a sua vida. Eu acho tão amável este gesto dele, mas bem, como eu e minha irmã ainda não somos ainda adultos, ele ainda não nos deu permissão,  mas felizmente educou-nos e tratou bem de nós.

Mas claro para isso foi preciso uma grande luta. E se não me falha a memória, as recordações daqueles dias são tão claras como água.

Tudo começou depois de termos chegado à primeira casa, a casa principal da família do amo. Havia fários criados que estavam a trabalhar, a correr de um lado para o outro, parecia um lugar bem animado, mas quando olharam para nós, para o amo a pegar as mãos de duas crianças , todos eles começaram a olhar com desdém. 

Claro o senhor Tyler não se importou e continuou a andar pelos grandes corredores daquela casa. Para mim e provavelmente para a Vitória também, aquilo parecia um autêntico labirinto, mas em pouco tempo chegamos em um corredor cheio de portas. Naquele momento, Tyler levou a Vitória para um quarto, bem no fim do corredor, e falou que a partir dali aquele seria o seu quarto. Ela ficou bastante feliz, mas não disse nada, apenas olhou o compartimento. Depois de um tempo a explorar aquele quarto com ela, Tyler chamou por mim. Fui até ele e o mesmo levou-me para o quarto da frente.

Era um quarto totalmente normal e simples, era como o da minha irmã, mas eu estava animado em ter um quarto só meu. Afinal, escravos vivem nos mesmo compartimento ou cela e ao monte, não que isso fosse algo impossível, para mim, até fazia parecer ter uma família. Tyler tinha sorrido com a minha animação e quando me atirei para a cama ele aproximou-se.

-Estás feliz?

Eu lembro dele perguntar tudo com aquela voz calma dele. Naquele momento ele sentou-se na cama e sorriu ao olhar para mim. O senhor Tyler levou a mão à minha cabeça e fez um cafuné bem doce. Eu gostei da sensação, mas ele não parecia muito bem, o amo suspirou meio dolorido e tirou o seu sorriso por breves instantes.

-Sabes... A vida aqui não vai ser fácil para vocês dois aqui, pode até ser mais difícil, mas... vou me responsabilizar por vocês e a vossa felicidade. 

Eu recordo-me dessas suas palavras gentis. Naquela altura colocaram-me pasmo, mas hoje em dia fazem o meu coração palpitar. Mas bem, obviamente não foi tudo um mar de rosas.

Nessa noite, depois de um jantar com a Vitória e o jovem amo, no meu quarto, houve uma grande discussão na casa. Lembro-me de um adulto bem bonito ter entrado fulo no meu quarto, tão fulo que  estava vermelho e quando ele olhou para mim e para minha irmã olhou torto. O senhor que logo descobri ser o pai do Tyler, fuzilou o amo sem piedade e sem mais nem menos uma discussão tinha começado.

"-PORQUE ESTÁS AQUI A COMER COM ESCRAVOS?

-Eles não são escravos! Eu pretendo tomar conta deles!

-CONTA DELES? PERDESTE O JUÍZO MEU RAPAZ?

-Não! Mas eles são só crianças!

-Crianças? HAHA CRIANÇAS! Filho, regra 320 da casa qual é?

-Todos os "produtos" da casa devem ser guardados e armazenados em seus respetivos locais, junto aos seus semelhantes... Mas pai eu não quebrei nenhuma das regras!

-Regra 26, 78 e 52 por favor meu caro...

-Comer sempre com orgulho na sala de jantar na presença do(a) cabeça de casa. Não... não conviver com escravos ou empregados da casa... Não levantar a palavra contra a cabeça da casa.

-Exato meu filho... E como esses são escravos da casa devem ser tratados como tal.

-PAI! No mínimo deixa eles ficar aqui...*suspira"

Depois disso recordo-me do amo baixar a cabeça, ele não parecia muito feliz e embora as coisas parecessem ir ficar más, nada de tão grande aconteceu. Pelo menos que eu me lembro, afinal, depois de uma semana naquela casa, a fazer tarefas, até mais leves que o normal, a gente foi para a casa do amo, a casa onde vivemos hoje.  

Mas bem, não me lembro de ter visto mais aquele senhor, ele apenas nos bateu no dia antes da partida, mas pra mim foi como se nada tivesse acontecido. E depois foi como se o senhor tivesse morrido, nunca mais o vi nesses tempos.

Todavia de momento estou a limpar a casa, tenho dezoito anos e algo não está correto. Estamos a preparar-nos para receber convidados importantes e eu estou a limpar o piso dos quartos e afim, mas há um cheiro muito estranho no ar, um cheiro bem forte. Começo a andar pelo corredor, até que...*PAH! Ouso algo a partir e assustado começo a abrir e fechar portas, estava á procura de algo, ou do dono do cheiro, ou o que partiu. Só por fim quando cheguei aos últimos quartos e abri a porta, deparei-me com o amo.

Ele estava deitado na cama, uma garrafa de uísque na mão, e um copo grande copo partido no chão. Suspirei ao ver a cena e entrei sem nada dizer. Coloquei os pedaços de vidro no saco que trazia para o lixo e tirei a garrafa da mão do amo. Coloquei o senhor Tyler deitado de uma forma confortável na cama. Depois disso saí e fui buscar um copo com água. Devo admitir, não entendo muito de bebidas, mas o amo sempre me disse que depois de ingerir bastante álcool, devia-se beber água para não ficar com mau estar, claramente foi o que fiz.

Retornei a entrar naquele quarto, coloquei o copo na comoda e abri um pouco a janela para deixar ar entrar, cheirava muito mal ali. Fui até ao amo e abanei-o de leve.

-Senhor...Senhor...

Sussurrava para tentar despertá-lo, mas nada. Abanei mais um pouco o seu corpo e surpreendi-me quando ele abriu os olhos e agarrou o meu ombro. Rapidamente e sem me aperceber, fui virado e fiquei deitado na cama debaixo do senhor Tyler. Ele agarrou os meus dois braços e eu não fazia nem ideia do que fazer, muito menos quando ele se aproximou sem aviso e colou nossos lábios. Aí comecei a debater-me, mas quando finalmente dei por mim, ele já tinha adormecido no meu peito. Sem saber sequer o que fazer permaneci ali, quieto, sem dizer nada e a fritar a mioleira de o quão embaraçoso aquilo foi.


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Espero que tenham gostado meus lobeloves!

Nem sei se ficou bom, mas olha espero que gostem!

Acho que mudei muita coisa aqui

hihi

mas relaxem... aquelas cenas mais marcantes e importantes vão estar lá!

Nem que eu as tenha de alterar rsrs!

Então...bjs e até o próximo cap!
( ˘ ³˘)♥︎

Apenas mais um escravoOnde histórias criam vida. Descubra agora