Capítulo 4

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Ruby e Zelena raspavam o prato de brigadeiro e Emma estava atenta demais em seu celular esperando um sinal de vida da Ane. Regina estava apoiada no braço do sofá e ria de algo que Luccas ou a outra Mills haviam dito. Emma não se atentou ao que era dito, mas se atentou a gargalhada gostosa que Regina soltou.

Swan saiu do seu "mundinho brasileiro" e prestou atenção em como Regina sorria aberto e em como seu corpo se inclinava um pouco para trás ao começar a rir. Sua mão direita dava pequenos tapinhas na perna e aquela cena, definitivamente, fez a loira se derreter ainda mais pela outra.

-Emma, você fez isso?

-Fiz o quê? -a loira voltou ao mundo real e sentiu que aquilo seria vergonhoso pra ela. -Ruby do céu, o quanto você me difamou para a Regina?

-Eu tava só contando da vez que a Ane entrou no Wallsé? – Emma maneou com a cabeça já sentindo suas bochechas corarem de tamanha vergonha. -Estava contando para Regina daquela vez que sua mãe veio fazer uma visita surpresa e....

-Não! -Emma quase berrou ao ouvir qual de fato era a história que Luccas estava contando. -Regina, pelo amor de Deus, entenda que eu não sabia que a minha mãe viria e que eu jamais quis traumatizar meu irmão antes dos meus pais! – a loira fez uma pequena careta ao recordar das incontáveis vezes em que pegou seus pais no flagra e quis jogar ácido em seus olhos. -Eu juro por tudo que eu tenho na minha conta bancária...

-Ih, então não acredite no juramento, Regina. Emma e eu, juntas, temos uns 5 doláres na conta este mês.

-Ô Audrey! -Swana deu um tapinha na testa e negou com a cabeça. -Enfim, eu não teria feito essas coisas na cozinha da minha casa. Mas ela surgiu do nada por aqui e o que eu poderia fazer?

-Tentar enfiar a Ane na geladeira da sua casa? -Regina explodiu em outra risada com o tom que sua irmã usou para cutucar a loira.

-Ai minha gente, eu estava nervosa. Imagine você estar num clima super bom com a sua namorada e então sua mãe chega na hora e ainda por cima berrando "Patinha, cheguei!". Claro que eu ia tentar esconder a Ane em algum lugar...

-Sério, eu amo essa e quanto mais a Emma tenta se justificar melhor ela fica!

Depois dos inúmeros foras de Swan que Ruby delatou para as outras duas mulheres, as irmãs decidiram que já estava na hora de ir pra casa. Regina agradeceu Ruby e lhe deu um abraço apertado falando que tinha meses que não sentia-se tão bem assim e se divertia de uma forma tão gostosa. Regina saiu do abraço de Luccas e olhou para Emma, abrindo um sorriso.

-Você não vai se despedir de mim, Swan? -Regina sorria ainda mais aberto e quase debochando da loira.

Mills não era burra e sabia que a mais nova estava ligeiramente nervosa na sua presença, ainda mais ouvindo Ruby falar para sua irmã que Emma estava tendo muitos "gay panics" e não foi muito difícil perceber isso quando todas as vezes em que falava com a mulher ela não olhava muito tempo para seus olhos, mexia as mãos sem parar numa maneira de ignorar o fato de Regina estar falando com ela ou até mesmo na engasgada que ela deu na cozinha e em mais outras ocasiões. A morena viu graça daquilo e não queria perder a oportunidade de importunar a loira mais um pouco, era divertido.

-Sério mesmo que não vai me dar um abraço de despedida? Vou ter que conversar com a Dona Mary sobre sua educação....

-Falando assim eu vou ser obrigada a te abraçar, porque se você falar isso pra minha mãe eu sou uma pessoa morta!

Mills riu e se aproximou da mais nova envolvendo-a em um abraço. Ambas se arrepiaram com o toque e a mais velha não estava esperando por isso. Seu coração errou uma batida e a respiração travou por um momento. Emma poderia jurar que uma escola de samba entrava na avenida e que a qualquer momento Regina fosse perguntar se a mulher ia morrer. Nenhuma das duas tinham capacidade cognitiva de explicar o que estava acontecendo ali.

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