Capítulo 6

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Emma estava usando uma meia calça preta e um vestido tubinho preto por cima. Carregava consigo um sobretudo preto e uma bolsa na cor branca. Metade daquelas roupas eram de Ruby, bem, na verdade, tudo era da morena, exceto a calcinha. Emma jamais ousaria gastar mais de 50 dólares em uma bolsa e nem podia, assim como a sua amiga, mas a fã do RBD nem se importava muito em ter o nome sujo.

-Eu ainda acho que quem deveria ir é a Zelena e que estou arrumada demais. Eu não sei porque eu caí na pilha daquela ferrugenzinha! -olhou com cara fechada pra Ruby, mas ambas sabiam que era muito mais o nervosismo da loira sobre a pessoa com quem ia do que, de fato, o ambiente.

-Regina pediu a você, num foi? - Ruby disse antes de estender a mão com um gloss. -Ela te pediu e você não pensou dois segundos antes de falar que sim...

-É porque eu não sabia o que era exatamente! - Emma ficou vermelha. -Quer dizer, eu sabia, mas eu também não sabia, só que mesmo eu sabendo disso...

-Mulher, cala a boca e vem aqui pra eu terminar de ajeitar essa roupa em você! - Swan caminhou até Luccas como uma criança de cinco anos emburrada. -Você sabe que ela te pediu isso porque não quer mais sobrecarregar a Zelena, não é? Zel já disse que por ela estava tudo bem, mas fora isso, acredito que também prova a confiança dela em você e que te tem como uma pessoa segura, Ems... - Ruby virou o vestido no corpo da loira para ajeitar e depois segurou seu rosto nas mãos. - Eu sei que deve ser difícil pra você ver ela só como amiga, pois né, mil anos pra você conseguir sequer falar mais que o valor da compra... -Emma deu um tapinha no topo da cabeça da morena. -Enfim, é uma oportunidade para você se aproximar dela e sei lá, às vezes, conseguir definir essa relação melhor pra você. Se isso te doer muito, patinha, você vai ter que se afas...

-Nunca! - disse ela antes de Ruby sequer terminar. -Eu prefiro, juro mesmo, prefiro passar o resto da minha vida tendo a amizade da Regina do que nunca mais ver ela!

Ruby olhou para Emma com orgulho. Sabia que sua amiga era muito mais do que poderia colocar em palavras. Emma tinha um coração maravilhoso que nunca, em toda sua vida, viu igual. Puxou a loira pra um abraço apertado e deixou um beijo na sua testa.

Elas já estavam descendo as escadas quando ouviram o interfone tocar. Swan apertou a mão de Ruby como quem esperava que ela fosse conseguir, no último segundo, planejar algo mirabolante para que ela não tivesse que estar sozinha com Regina, sem ninguém para frear sua boca grande. A morena foi até o aparelho e disse que a loira já estava descendo.

-Só tenta se divertir um pouquinho, você vai comer uma comida boa em semanas!

-Você anda muito abusada, lobinha... Enfim, boa noite e me deseje sorte! -Emma empurrou o ombro da amiga e lhe jogou um beijo antes de fechar a porta.

Swan passou as mãos na lateral do corpo tentando se acalmar. Regina, mesmo com esse pouco tempo de amizade, tinha se tornado uma pessoa muito importante pra Emma e ainda mais, bem mais, devido a tudo que ela passou. Queria poder ajudar Mills de todas as formas possíveis, queria ser o apoio e suporte que Regina precisava naquele momento e, se essa fosse a oportunidade pra isso, então seria. Seus sentimentos podiam ficar em segundo plano nesse caso.

Emma abriu a porta e, mesmo que tentasse, não conseguiu segurar o sonoro "uau" que saiu de sua boca. Seu queixo poderia escorrer baba a qualquer momento ao olhar a mulher na sua frente. Regina estava com uma calça preta de alfaiataria mais larga e um body de renda na mesma cor junto com um blazer por cima. Não era nada demais num geral, mas pra Emma, talvez fosse o ápice da divindade.

-Vou tomar como um elogio! -Regina sorriu e puxou a loira pra um abraço. Seu coração palpitou mais uma vez e seu corpo, inteirinho, se arrepiou.

O último ela podia dizer que era o frio daquela cidade, pois realmente, soprava um vento mais gelado naquela noite. Entretanto, o coração não tinha explicação. Depois de um mês, havia ido ao médico naquela manhã. Walter lhe indicou uma cardiologista e esta disse que ela estava em perfeito estado. Regina pediu pra médica refazer a bateria de exames, pois "Não pode ser possível que eu não tenha nada. Meu coração, às vezes, fica muito acelerado sem nenhuma razão" e a doutora acabou brincando que podia acontecer isso até mesmo pelo simples gostar de alguém. Depois dessa sentença, Regina ficou muda. Preferiu acreditar que fossem, talvez, sintomas da sua ansiedade ou talvez, quem sabe, dos ataques de pânico após a perda de seu marido. Não poderia, nesses seis meses, ter criado qualquer sentimento por ninguém. Nem sequer cogitava amar uma pessoa depois de Daniel.

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