Capítulo 8

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-Acho que vou pegar uma pneumonia daqui uma hora. Definitivamente, não posso ir! -Emma se jogou de costas na cama com os braços no rosto. Já tinha um mês que, todos os dias de todas as semanas, Swan inventava estar com uma doença diferente para justificar não ir viajar.

-Vá a merda, garota!

-Eu ainda não acredito que eu aceitei passar por essa pataquada toda! -Emma se levantou e começou a jogar as suas coisas na cama com certa força, mas Ruby sabia que tudo aquilo nada mais era que o nervosismo da loira.

-São dois dias e meio com a Regina e você já tá querendo se matar, minha filha?

Emma não respondeu Ruby. Puxou a mão da amiga e a empurrou pra fora do quarto fechando a porta. Swan estava nervosa de passar tanto tempo assim com Regina Mills. Nunca passou mais de um dia na sua presença e agora ficaria quase o triplo. Ficaria tantas horas com Mills que seria capaz, com sua boca grande, de pedir a mulher em casamente sem querer.

Emma não sabia como proceder desde o acordo feito entre as três e que a loira só foi comunicada depois de que estava inclusa na viagem. Regina fez questão de ir até o café, mesmo já tendo ido lá de manhã, para contar a novidade: viagem das meninas. Regina estava, realmente, empolgada com a ideia de passar quase três dias longe da cidade e desligada do mundo. Emma não queria tirar a felicidade da outra falando um sonoro "nem fodendo". Então, lá estava ela sentada ao lado de sua mala preta com algumas roupas e sapatos que levaria para Hamptons na casa dos pais de Zelena e Regina. Engraçado como as coisas são, conhecia uma grande parte da vida de Regina e não tinha coragem de falar tudo que sentia.

Regina havia perdido Daniel há 9 meses e Emma Swan amava a mulher, em segredo, há 7 meses. A vida sempre foi uma grande piada e pregadora de peças na vida da mais nova.

Primeiro Milah, sua grande paixão adolescente e de quando saiu do armário. Não foi um bom começo já que sua mãe, muito diferente de seu pai, não aceitou de cara a sexualidade de Emma. Com Milah deu seu primeiro beijo, foi seu primeiro namoro e a primeira vez que levou um belo par de chifres e foi trocada pela aluna nova do intercâmbio que acabava de chegar no colégio. Depois de ver todo sofrimento da filha, Mary Margareth achou prudente deixar todo seu preconceito de lado e dar todo amor e carinho para a filha que teve seu primeiro coração partido.

Depois, uns anos mais tarde, no último ano do colégio, conheceu Sarah. Ela era uma garota linda com quem Swan começou uma amizade e acabou se apaixonando mais uma vez. Entretanto, Sarah tinha pais conservadores e passou a relação toda num namoro escondido até ser obrigada a se mudar para fora do país por conta do emprego do pai. Emma, até hoje, tinha certeza que descobriram sobre elas e por isso estavam mandando Sarah para Irlanda.

Então, por fim, teve Ane. Foi, talvez, o seu relacionamento mais leve e tranquilo. Até certo ponto. Ane era abertamente assumida e não se importava com a opinião alheia. Isso se estendia até Emma e por isso, ou melhor, pelo fato de Ane ser não-monogâmica, o relacionamento havia sido findado. Sentia falta da brasileira, do seu jeitinho alto astral e das risadas sinceras que tirava da loira. Ainda eram amigas, mas não tinham mais tanto contato frequente.

No fim, Emma percebeu que nunca amou nenhuma delas. Tinha paixão, companheirismo e tesão, mas não tinha o que Emma, uma romântica incurável, procurava: o amor. Emma sabia exatamente onde ele estava e nesse instante, ela estava parada na sala de sua casa, com as mãos na cintura e gritando de lá que Swan atrasaria a viagem delas. Regina Mills era, inegavelmente, o amor da sua vida. O primeiro e o último.

Swan desceu as escadas usando um maiô branco de alcinhas, uma saia envelope azul claro com algumas flores espalhadas e seu all star branco nos pés. Era o melhor look de verão que tinha sem ser um biquini e um short jeans surrado que, se sua mãe visse, provavelmente o jogaria fora na primeira oportunidade.

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