Capítulo 11

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O celular de Emma vibrava sem parar embaixo do seu travesseiro. Tentou ignorar o barulho do aparelho, mas quem quer que fosse não desistia de forma alguma em fazer com que Emma acordasse. Tirou os fios de cabelo loiro do rosto olhando no visor o nome "General" e sorriu aberto.

"Finalmente, Emma" sua mãe quase gritava do outro lado da câmera. "Você ainda está dormindo?" a mulher olhava, com um tom julgador, para Emma e a mesma revirou os olhos.

-Fui dormir tarde ontem, tava estudando. -disse enquanto sentava na cama e coçava os olhos. -Como você tá, mãe? Cadê o papai? Neal?

"Seu pai saiu com Neal para dar uma volta no parque." disse ao enfiar uma garfada de comida na boca. "Aproveitar meu sossego para almoçar sem o Neal me chamando a cada dois segundos." a mulher deu de ombros e Emma riu. Desde o jantar de noivado de Ruby, na semana passada, que Emma não falava com os pais, apenas mensagens para avisar que estava bem e sem tempo. Não queria interrogatórios da sua cara de boba por Regina.

-Eu estou morrendo de saudade de vocês! -Emma disse choramingando e sentindo os olhos lacrimejar. -Não vejo a hora de abraçar você, mãe! -a loira disse tentando conter as lágrimas.

"Filha, não chora!!" Mary suplicou com a voz embargada. Emma e sua mãe eram muito emotivas, mas a mulher conseguia ser ainda mais que a filha. Mary limpou os olhos e respirou fundo. "Bom, vamos mudar de assunto?" sorriu para a filha. "O que vai fazer hoje?"

-Vou almoçar com a Ane. -disse e viu sua mãe dar um sorrisinho. -Não, não voltei e nem vou voltar com ela, Mary Margareth!

"Eu sei que não. Você está apaixonada demais por essa outra mulher que você não me deixa saber quem é e..." tomou um gole do suco antes de continuar destilando seu pequeno deboche sobre a filha. "Que eu não gosto muito já que ela te fez chorar por um bom tempo!" a mãe de Emma revirou os olhos e a jovem sorriu.

-Não foi bem desse jeito aí. -Emma disse caminhando para fora do quarto, indo para cozinha. -Ela não fez de propósito, mãe. Ela tem algumas questões que não davam para passar por cima assim só porque eu queria! -Emma apoiou o celular na bancada e foi até o armário pegando um pão para comer com geleia. -Ela é importante para mim, queria que você soubesse disso, tá bom? Ela é extremamente importante, na verdade. -Swan sorriu ao pensar em Regina.

"Não sei não, patinha." Mary arqueou uma sobrancelha. "Você não quis falar com a gente, Emma e ainda ficou doente!" a mulher começava a ficar irritada com a ideia da filha sendo feita de boba por alguém.

-Mãe... -Emma parou o que estava fazendo e respirou fundo apoiando os braços na beirada da bancada. -Olha, Regina não...

"Ah, então o nome dessa des-querida é Regina!?" Mary deu o seu melhor olhar debochado para a filha.

-Você é impossível! -Emma riu e jogou os braços para cima. -Seguinte, vou te resumir os acontecimentos e vamos ver se você continua com essa ideia. -Emma desafiou a mão com as sobrancelhas arqueadas e um sorrisinho no rosto. -Regina perdeu o marido há quase um ano, mãe. Nos conhecemos muito perto de quando aconteceu tudo com ela. Regina passou por um momento bem triste e complicado depois de Daniel, ela amava ele com todo o coração, tipo você e o papai. -Emma fez uma pausa para morder seu pão. -O Daniel, ele tinha um tumor no cérebro que acabou se complicando com o tempo e virando metástase e bom, Regina perdeu o amor da vida dela. -Emma disse passando mais geleia no pão e viu sua mãe quase abrir a boca toda em choque e com um pouco de pena da tal Regina. -Então, acredito que seja muito compreensível que ela ficasse muito confusa e acabasse respingando em mim, né?

"Coitadinha, Emma!" Mary havia parado de comer e estava surpresa. "Prometo dar uma chance para ela, mas olha aqui..." Mary chamou a atenção da filha. "Não quer dizer que eu concorde com o que ela fez, tá bem? Mesmo ela tendo passado por tudo isso e juro, eu juro que eu compreendo o quanto ela foi afetada. Só que ela pisou na bola, patinha!" Mary disse respirando fundo. "Eu vou tentar julgar menos ela, mas não assim agora de cara, ainda tenho um resto de rancor para sentir dela!" Emma riu mais alto de sua mãe.

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