A Redenção

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    Pego a varinha do bolso, pensando em confrontar quem quer que seja. Corro em direção a casa, me escondendo pelas sombras, não consigo ouvir nenhum barulho vindo de dentro, subo o deque devagar, mais atenta que no incidente com Ernie, a porta já está aberta o que me poupa de fazer muito barulho.

     O ar sai pela minha boca devagar, revisto rapidamente a entrada com os olhos, o som do meu coração disparado dificulta minha missão de ouvir passos, logo quando reclamo mentalmente do fato, alguém sai pela porta da cozinha entrando no corredor.

  -Everte Statum! - Lanço sem pensar duas vezes,o homem é lançado contra a parede, assim que cai sentado no chão vejo que é o ministro da magia, Cornélio Fudge. O que eu fui acabar de fazer? - Ministro! Meu Deus, me desculpe. Não sabia que era o senhor. - Ando em sua direção.

  -Eu consigo me levantar sozinho. - ele diz levantando a mão em sinal que eu pare e se levanta com dificuldade. - Como tem sido sua vida aqui?

  -Muito boa, ministro Fudge. Aceita uma xícara de chá? - abro um leve sorriso tentando compensar o equívoco.

  -Aceito,senhorita Carver. - Me dirijo a cozinha - E como tem sido a vida do seu dragão? - paro em frente ao fogão, ligando-o para ferver a água, me viro para Cornélio.

  -Acho que boa também. Ernie aparenta gostar. - digo com confiança, eles não vão tirar Ernie de mim, moro longe dos trouxas e se sabem da existência dela, sabem da existência da proteção. Cornélio se senta na cadeira, com um sorriso no rosto que não entendo.

  -Te damos permissão para usar magia sem frequentar Hogwarts, contanto que estude sobre, mas não te damos permissão para criar dragões, Isis. - agora ele me olha sério.

  -Eu sei, mas moro longe de trouxas e a encontrei bebê, ela precisava de ajuda. - tento convencê-lo de não tirá-la de mim. Ele começa a olhar em volta, tiro a água do fogão e coloco no bule adicionando chá de camomila. Apoio na mesa e vou para o armário pegar uma xícara.

  - E se ela fugisse de novo? Igual ocorreu hoje. E se um trouxa a visse? Gostaria de ir para Azkaban, Isis? - Seu tom era provocativo, o que eu não gostei nada.Volto para a mesa com a xícara.

  - Ernie vive aqui a um ano e nunca tive problemas com ela. Hoje foi apenas um vacilo e lidei bem com a situação, sem ninguém para ajudar. Senhor Fudge, por acaso algum trouxa viu Ernie? - digo sem mais me importar com gentileza.

  - Não,senhorita...

  - Então pronto. Cuidarei para que continue assim. - eu o interrompo. Coloco chá em sua xícara e me sento na cadeira vaga, ele olha para mim e toma seu chá, logo depois assume uma expressão presunçosa apoiando a xícara de novo a mesa.

  -Senhorita Carver, olhe o estado da casa. Deixei você ficar o máximo que pude, os conselheiros vem a meses me cobrando... - Cornélio me olha com pena e já sei o que vai vir. - Você precisa ir para Hogwarts. Faltam 15 dias para as aulas voltarem, você ficará no terceiro ano mesmo não tendo feito o primeiro, nem o segundo, mas vai precisar se dedicar.

  -Eu não vou! Essa casa é a única coisa que sobrou dos meus pais, eu sei me cuidar, sei cuidar da Ernie e vou ficar aqui.- altero minha voz.

  -Sei que ainda é difícil, mas Isis... já fazem dois anos, seus pais gostariam que fosse a Hogwarts. - esse argumento foi baixo. Meus olhos se enchem de lágrimas, mas as espanto subindo a barreira novamente.

  -E eu acho que gostariam que eu cuidasse da casa por eles. Hogwarts apenas me servirá de aprendizado, coisa que tenho feito muito bem sozinha, o senhor viu. - essa não tem como negar. Ele abre a boca para falar, mas logo desiste e toma mais um pouco do chá.

  -Hogwarts te ensinará coisas que não vai aprender sozinha aqui. - há uma boba esperança nos olhos de Cornélio.

  -Tipo?

  -Tipo companheirismo. Senhorita Carver, vamos fazer um trato. Você irá a Hogwarts em primeiro de Setembro desde ano, vai cursar o terceiro ano e se mesmo assim desejar não voltar mais a Hogwarts, deixaremos... Tudo bem? - poderei fazer um ano sem me comprometer completamente com Hogwarts... até que não parece uma má ideia.

  - Mas e a Ernie? Quem cuidará dela se eu decidir aceitar? - Cornélio tenta suprimir um sorriso.

  - Mandarei um especialista, por minha conta. Irá aceitar?

  - Pensarei sobre.

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