Festa na Grifinória

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   Estou em frente a entrada do salão comunal da Sonserina, olhando para uma parede sem graça de uma masmorra, como pedido pelos gêmeos grifinórios, considerando seriamente que afinal talvez eu seja a nova pegadinha deles. Me viro decidindo entrar e começo a traçar um plano de vingança.

    - Indo para onde, Isis? - Tendo em vista o jeito, tenho certeza que é o Fred.

    - A lugar nenhum. Então, como vamos pro salão da Grifinória? - Vou para mais perto deles e George tira um pedaço de papel em branco do bolso. - No que esse papel em branco vai ajudar? - franzo as sobrancelhas. Francamente tenho cara de trouxa? Eles riem de mim. Fred pega a varinha aponta para o papel...

     - Eu juro... pera, antes como posso saber que não vai contar? - Ele me olha.

     - Hmm, não tem como. Vão ter que confiar em mim, assim como confiei que não vou ser a próxima pegadinha de vocês. - eles se entreolham.

     - Muito bem. - Fred volta a olhar pro papel. - Eu juro solenemente não fazer nada de bom. - De repente o papel começa a obter cor e traços que dizem Mapa do Maroto. Abro um sorriso. - Filch está aqui. - ele aponta com a varinha.

     - Ai meu Merlin. Esse mapa mostra onde cada pessoa de Hogwarts está? - digo em completa surpresa. Os gêmeos dão um sorriso.

     - Sim e muito mais, Isis. - George conta.

     - Teremos que ir por essa passagem secreta, para passarmos despercebidos. - Fred volta a analisar o mapa e passar as informações.

     - Uma passagem secreta? Em uma escola? - eles me olham como se fosse a coisa mais idiota para se ficar abismada. - Isso aqui é muito mais interessante do que imaginava.

     - O que está fazendo com eles, Carver? - Ouço a voz de Draco, bem atrás de mim e me viro.

     - Marcando o horário em que vamos fazer o trabalho de Runas Antigas. Sabe, caímos na mesma turma. - minto sem problema algum. Por mais que me doa, já que ele não mentiu sobre a carta. Draco me olha com um certo desprezo.

      - Amanhã tem treino. - Faço que sim com a cabeça e Draco volta a olhar para os gêmeos, novamente para mim e depois volta pro salão. Quando me viro novamente, encontro Fred e George cheios de si com um sorriso no rosto. - Vamos?

      - Então quer dizer que vai competir com a gente? - diz Fred, com um sorriso.

      - Que vou derrotar vocês? É basicamente isso. -  saio andando pelo corredor como se estivesse tudo sob controle. - Eai? Onde é a passagem?

   Quando finalmente saímos daquele túnel podre de poeira e aranhas, estamos em uma escadaria cheia de quadros. Aqui parece ser mais convidativo que as masmorras, com toda certeza.

     - Malfeito Feito! - diz Fred e o mapa volta a ser um simples papel em branco. Eles saem andando na minha frente até chegarem em frente ao quadro de uma mulher.

     - Chocolate de Dragão. - assim que George diz, o quadro abre espaço ao salão comunal que já está em festa. - Bem-vinda ao nosso salão comunal. - Começo a olhar o salão repleto da cor vermelha, é um lugar legal para se estar, é confortável. Amo meu salão comunal, ele me dá a ideia de não baixar a guarda e observar tudo. Mas esse me dá a ideia de baixar a guarda e de ficar confortável.

     - Trouxemos Firewhisky! - Grita George levantando uma sacola e só aí eu percebo que o tempo todo ele estava com essa sacola. Talvez esse tenha sido o motivo da demora. Quando todos notam nossa presença, recebo alguns olhares maldosos, que decido ignorar e recolho a guarda. Está aí o peso de ser uma sonserina.

     - Pronta? - Fred diz perto do meu ouvido.

     - Pra quê? - Franzo um pouco as sobrancelhas. Ignorando o fato de ele ter tido um leve efeito sobre mim.

     - Pra ter a melhor festa da sua vida! - ele sorri.

     - Ah, mas isso é fácil, nunca fui a uma.

     - O que? - ele pega minha mão e me leva ao centro da sala, onde há várias pessoas dançando conforme a música agitada. Então começa a dançar também. - Vai! Dança! - diz vindo um pouco mais a frente. Fecho os olhos por alguns segundos, apenas para me conectar com as batidas. Quando abro ele está me encarando.

     - Vamos dançar! - sorrimos e dançamos da forma mais tosca que poderíamos fazer, deixando as batidas coordenarem os movimentos e os pensamentos. Criando uma pequena bolha, por um pequeno tempo, onde posso ser quem quiser ser, sem nenhuma responsabilidade.

  Neste momento, esqueço que há outras pessoas ao meu redor, me vendo. Levantar o braço, mexer o quadril, trocar o lugar dos pés, fechar os olhos, mover o tronco como se a música o guiasse, é tudo o que penso, até que outra música começa e sinto o suor escorrendo. Saio da bolha que criei, tomando conta de novo que a diversos grifinórios ao meu redor. Olho para Fred que está também me olhando e vou para o canto do salão perto de uma mesa.

  Coloco Firewhisky no copo e viro, é a primeira vez que bebo álcool então minha garganta queima, como se eu tivesse bebido fogo. Ponho a segunda dose, porque sei que não vou ter mais coragem pra sentir essa ardência a não ser agora. Viro de novo. Dessa vez me pareceu bem mais forte.

     - Agora chega. - Ouço uma voz grossa falando e no mesmo instante pegando o copo da minha mão.

     - Ok papai. - Reviro os olhos, mas quem esse merdinha acha que é? Levanto a cabeça e vejo que é Fred me olhando perplexo. Pego o copo dele e dou um sorrisinho, cerrando os olhos. Coloco mais Firewhisky e viro. - Agora pode ficar com o copo. - Estendo o copo pra ele que o pega. Volto para o meio da sala, realmente agora não me importo com as pessoas ao meu redor. Volto a dançar da forma que a música me guia. Depois de um tempo um garoto moreno, chega perto de mim cheio de si com um sorriso no rosto, diferente dos ruivos ele é quase da minha altura, mas ainda sim, mais alto.

     Seu cabelo é bem mais curto que o dos ruivos. Ele se aproxima mais e eu deixo, até que seu olhar vai pros meus lábios, os mordo de nervosismo. Sinto uma mão em meu rosto, logo depois sinto algo macio e quente encostar os meus lábios. Chego mais perto dele, colocando minha mão em sua nuca. Abro uma pequena brecha, que logo sua língua toma conta se encontrando com a minha. Sua outra mão desce pelas minhas costas, chegando na cintura apertando e me levando para mais perto. É um beijo calmo que aquece meu corpo inteiro. Ele vai se separando, até parar o beijo, me dá um selinho. Quando volto a ver seu rosto, ele está com um leve sorriso.

    - Sou Olívio Wood.

O Poema em Ruínas Onde histórias criam vida. Descubra agora