Plataforma 9 3/4

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   A garotinha de 15 anos, se orgulharia de mim? Estou prestes a fazer uma das últimas coisas que ela queria fazer... ir para Hogwarts. Como fui aceitar isso? De qualquer forma, usarei esse tempo para aprender coisas que não conseguiria em casa sozinha, no final do ano voltarei para casa e a estudar sozinha.

   Onde fica essa tal plataforma 9 ¾ ? Talvez não exis... pera, aquilo foi um menino atravessando uma parede? Como será que faz esse feitiço? Corro com meu carrinho, cheio de bagagens, em direção a parede igual o menino.

   Quando me dei conta, havia um trem vermelho a minha frente, segui os outros alunos para saber onde deveria colocar minhas coisas, parei o carrinho no mesmo local que eles e peguei minha mala com dificuldade, parece que coloquei tijolos aqui dentro ou talvez a própria Ernie.

  - Precisa de ajuda? - uma voz desconhecida de um garoto se dirige a mim, levanto a cabeça para ver quem é, o garoto tem cabelos pretos, bagunçados e olhos verdes gentis. Olho novamente pras duas malas que tenho que carregar.

  - Acho que sim. - rio me virando novamente para ele.

  - Eu te ajudo. - quando ele se abaixa para pegar a mala, seu cabelo dá espaço para que eu possa ver uma cicatriz de raio na testa, como será que ele fez? Ele se levanta com um leve sorriso e levamos minhas malas para o trem.

  - Obrigada pela ajuda. - digo assim que colocamos as malas no chão, me virando para ele.

  - De nada. Qual seu nome?

  - Isis Carver e o seu?

  - Harry ... Harry Potter. - tenho impressão que conheço esse sobrenome de algum lugar.

- Harry, achei você! - uma garota de cabelo ondulado, acompanhada de um garoto ruivo vem ao encontro do garoto. Decido ir procurar uma cabine, mas a maioria já está ocupada, acabo entrando em uma cabine com um menino loiro oxigenado e dois meninos de cabelos negros.

  - Quem deixou você entrar? - o loiro oxigenado me mostra suas garras, assim que ponho um pé para dentro. Olho para trás antes de responder, um pouco desacreditada com sua arrogância. - Você mesmo, garotinha.

  - Eu me deixei entrar. - lanço um sorriso, fecho a porta e me sento à sua frente.

  - Vai procurar outra cabine, não quero você aqui. - me olha com seu olhar venenoso.

  - Todas estão ocupadas, loirinho oxigenado. Se preferir pode procurar outra para ficar. - respondo com desinteresse.

  - Você sabe quem é meu pai?

  - Rei da Inglaterra? - digo com ironia e seus olhos queimam de raiva, tá aí uma reação que eu gostei.

  - Lúcius Malfoy - ele pronuncia o nome como se fosse o nome mais importante do universo.

  - Dê os parabéns a ele. E quem é você, loirinho oxigenado? - Seus olhos queimam mais ainda de raiva, acabo soltando uma risadinha.

  - Draco Malfoy - mais uma vez ele pronuncia Malfoy com luxúria.

  - Prazer sou Isis Carver. - estendo minha mão e ele aperta, olha o metidinho sabe ser educado.

  - Sangue-puro? - pela primeira vez seus olhos exalam algo diferente de raiva ou luxúria, exalam interesse.

  - Sim. - viro o rosto olhando a janela.

  - Legal.

   Estamos passando por meio de campos, quando o trem começa a diminuir a velocidade, isso deveria acontecer?

  - Por que o trem parou? - volto a dirigir a palavra a eles.

  - Não sei. - Draco levanta as sobrancelhas quando diz.

  O trem começa a ficar muito frio, não tem como vir coisa boa depois disso, procuro minha varinha no bolso na jaqueta.

  - Por que pegou sua varinha?

  - É normal o trem parar e ficar frio, Draco? - ironizo meu tom.

  - Não. - me responde de mal gosto. - Deve ter dado algum problema. Era só o que faltava. - Quando algo preto passa pela porta e decide abri-la, é um dementador, mas por quê? Deveriam estar em Azkaban. Assim que ele termina de abrir a porta, tento lembrar de um feitiço contra dementadores, que havia lido semana passada.

   - Expecto Patronum! - Lembro da vez em que mamãe e eu decidimos ir para a praia de última hora, em um dia lindo e ensolarado, durante toda a viagem me contou a história que eu mais amava, como ela e papai se conheceram e desenvolveram seu próprio romance, enquanto ouvíamos suas músicas favoritas. Foi a última vez que nos divertimos juntas e foi o melhor momento da minha vida.

   - Que feitiço é esse, Carver? - Draco está parado em pé atrás de mim apavorado.

   - Não conhece esse feitiço? - Ele estuda em Hogwarts e não conhece? O que ensinam lá?

  - Se eu te perguntei é obvio que não conheço. - ele franze as sobrancelhas. Decido ignorar sua resposta e lhe ensinar um pouco de magia. Fecho a porta da cabine e me sento.

   - É um feitiço defensivo que conjura um patrono, pode ser usado contra dementadores e para fazer temos que pensar em um momento feliz da nossa vida e focar nossa atenção nesse momento.

   - Me ensina!

   - Só se pedir com jeitinho. - abro um sorriso ganancioso para ele.

   - Nem pensar! - franze as sobrancelhas com tom superior na voz, que pretendo tirar.

   - Então não vou ensinar. - viro o rosto novamente para a janela e vejo de relance a fúria nos olhos de Draco Malfoy.

   - Me ensina... por favor Carver. - viro para ele e vejo que seus olhos expressam derrota, ele nunca pediu por favor antes?

   - Tudo bem, eu ensino. - procuro ser gentil após ter tocado em sua possível ferida.

Malfoy dispara a minha frente em direção ao castelo junto a Crabbe e Goyle, franzo as sobrancelhas sem entender a atitude repentina quando o loiro oxigenado e seus amigos param um pouco a frente do garoto da plataforma 9 ¾.

  - Você desmaiou, Potter? Longbottom está falando a verdade? Desmaiou mesmo é? - o tom de
superioridade havia voltado para ele, mas por quê?

  Draco passa por Hermione acotovelando-a, fazendo ela tampar a passagem para... Potter? Quando vejo seus olhos claros brilhando de malícia, sinto uma raiva crescer em mim e disparo em sua direção.

  - Se manda, Malfoy. - vocifera o ruivo, parecendo perder as estribeiras. Paro ao lado de Draco.

   - Seus amigos? - encaro ele com um sorriso igualmente malicioso, quando seu olhar muda e não consigo manter contato visual. - Aaa, desculpa. Prazer Isis Carver. - me dirijo ao ruivo e a garota de cabelos ondulados.

    - Hermione Granger. - ela abre um pequeno sorriso.

    - Rony...

   - Weasley! - interrompe Draco com seu veneno gratuito e o garoto volta a estampar raiva no rosto

   - Sobrenome bonito! - digo com um sorriso, Draco transfere sua raiva a mim por segundos e depois volta ao alvo principal.

   - O velho dementador apavorante também o assustou, Weasley? - pergunta Draco em voz alta, assim que Rony dá indícios de voar para cima de Draco o interrompo.

   - Aposto 2 sicles que seu grito no vagão foi maior que o dele, Draco. - rio da minha própria piadinha merda e dou um empurrãozinho no loiro oxigenado para sairmos dali. Contra  a própria vontade ele volta ao caminho.

   - Nunca mais fale assim sobre mim! - ele se fecha como uma rocha.

   - É normal sentir medo, loirinho. Não se envergonhe! - digo e saio andando a sua frente.

O Poema em Ruínas Onde histórias criam vida. Descubra agora