Fim do mundo

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A manhã já estava no seu fim quando os cavaleiros receberam as mensagens de Vera ordenando que eles fossem até o templo. Enquanto caminhavam até a antecâmara onde a reunião estava marcada, eles comentaram sobre o que iriam dizer quando tivessem que confrontar a Ordem sobre o roubo.

— Eu mal posso esperar para ver a cara da Vera quando ela ouvir que nós não somos mais propriedade e recurso à disposição da Ordem! — Lilith comentou.

— Hamish, o que você vai dizer a ela exatamente? — Randall perguntou.

Hamish preferiu não responder àquela pergunta, uma vez que nem ele sabia exatamente o que falar a Grand Magus. Os cavaleiros iriam dar a notícia da sua liberdade juntos e Hamish não sabia em que momento iria esclarecer a Vera que o que acontecera entre eles no cofre não tinha nada a ver com o roubo dos objetos.

Assim que chegaram até a antecâmara, Hamish se surpreendeu com as reações de tristeza e o desespero de todos os membros da Ordem. Ele iria perguntar sobre o que aquele pesar se tratava quando viu Vera abrindo as portas do relicário e dizer:

— Nós todos iremos morrer! A ferramenta que mataria Rogwan, o demônio imperador do medo, não está mais ao nosso alcance! E em menos de 48 horas, ele estará aqui.

— Inteligente. Ela não disse que o cofre foi roubado.

— Cara, você tá tão a fim dela! — Randall comentou sem prestar atenção que Jack ao seu lado ouvia tudo, chocado em descobrir o envolvimento de Hamish com Vera.

— Eu admiro uma boa liderança. — Hamish comentou, antes de ouvir Vera falando sobre as alternativas que restavam a eles para impedir Rogwan.

Enquanto os cavaleiros se dirigiram aos apartamento de Hamish, os outros discípulos procuravam feitiços que Vera havia solicitado. Assim que viram que os objetos foram roubados, Hamish sentiu um frio na barriga. Todo o esforço havia sido em vão e não só eles continuavam reféns da Ordem mas também de quem havia os roubado!

Decididos a averiguar e ver o que poderiam fazer para reaver os objetos e impedir Rogwan, os cavaleiros foram até o covil dos lobos e confrontaram Zecchia novamente.

Enquanto isso, sozinha no relicário, Vera caminhava de um lado para outro. A Grand Magus sabia que executar a morte de Rogwan já era complicada com as foices e agora sem os objetos ficaria praticamente impossível.

Durante o tempo em que pensava sobre as possíveis adaptações que teriam que fazer e o sacrifício que o Excidium exigia, Vera pensava como o cofre havia sido roubado. Ela sabia que por mais que fossem fortes magicamente falando, nenhum dos lobisomens poderiam passar pelo corredor do medo sem o amuleto. Mas Vera sentia que os cavaleiros sabiam algo sobre o roubo e que não eram extremamente inocentes ante aquele acontecimento. Inevitavelmente ela se culpava porque fora imprudente demais de levar o líder deles até o cofre, mas não se arrependeria. Se soubesse que estar com Hamish era tão prazeroso, ela haveria ficado com ele antes de tudo aquilo.

Vera se deliciaria pensando nos momentos com Hamish e no quão surpreendente ele estava se mostrando com toda sua sagacidade e coragem de enfrentar a Ordem, porém a situação de urgência com a vinda de Rogwan mostrou-se mais urgente de sua atenção.

Dentro de si, Vera sabia que os cavaleiros não haviam atuados sozinhos e mesmo que suspeitasse que eles haviam recuperado a memória ela não tinha confirmação daquele fato, logo, não seria prudente acusar Hamish sem provas. Assim que ouviu batidas à sua porta, Vera abriu-a com um gesto e caminhou até a antecâmera. Ao entrar no local, Vera sem querer deixou um sorriso leve sair de seus lábios uma vez que Hamish Duke estava ali.

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