Capítulo 1 - HIGH HOPES

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3 anos depois...

Estados Unidos – Nova York, NY, 22 de setembro de 2020

Como posso ser tão desastrada?! Meu Deus!

Aqui estou eu, novamente atrasada para mais uma de minhas missões, infelizmente não é a primeira vez que perco o horário para estar nos locais, mas a culpa não é minha! Até para um ser celestial os fusos horários podem ti bagunçar, isto por que uma hora estou em Amsterdã, outra hora estou em Seoul, e não estou exagerando. Perder o horário dos compromissos é mais fácil do que eu imaginava.

Você deve estar se perguntando quem é essa doida né? Pois é! Sou uma guardiã protetora. Um anjo.

Anjos? Como assim anjos? Você deve se perguntar, bem, posso explicar essa loucura. Assim como me contaram, fomos criados para manter o equilíbrio do Universo desde o instante em que surgiu toda a matéria e a energia. A partir daí a biodiversidade é movida e garantida pela ordem e pelo caos. As ações humanas, com sua criatividade e realismo cru, emergem da sobrevivência. Onde toda ação tem suas reações e consequências. Saiu meio técnico? Perdão foi automático.

Me disseram que para existir a ordem é necessário que exista o caos antes, como se para que exista o mundo como é, precisasse que antes fosse tudo uma bagunça, ou algo assim, pessoalmente nunca entendi muito bem por quê pensam desse jeito!

Neste universo, os anjos não são as únicas entidades a garantir o equilíbrio. Sabe aquela história de que apenas um conjunto de mitos e lendas para os humanos são a verdade? Bem, com certeza não é por aí! Muito do que os mitos e lendas contam realmente existe, isso é para não dizer tudo. Outros como eu apenas seguem um sistema especifico, com ordens vindas dos andares de cima, por assim dizer, mas não se preocupem, vou chegar ao ponto de apresentar algumas pessoas bem diferentes. No geral conseguimos conviver em harmonia com outros seres a fim de manter a vida, em toda sua forma.

Nós, guardiões protetores, mantemos esse equilíbrio impedindo que um lado da balança pese mais que o outro. A lei é simples, ou é o que dizem, não pode existir mais caos do que ordem, como também não pode haver mais ordem que o caos. Por isso, para evitar que raças menos despertas como a humana caminhem para um desequilíbrio da balança nos são designadas missões em que observamos suas ações sem interferência direta, apenas garantindo que os eventos sigam o caminho determinado por seus fatos.

Por causa disso, convivemos com os humanos, aprendemos suas culturas, suas línguas, seus hábitos, mas jamais, em hipótese alguma, podemos nos relacionar com eles. Para a humanidade, somos apenas pessoas comuns, vivendo em sociedade, usando terno, correndo por Nova York como se estivéssemos atrasados para reuniões, assim como eles.

Estamos espalhados em todo o globo na nossa forma humanoide, sem que percebam. Claro, isso quando queremos...

Digamos que leva um esforço para esconder as asas... Ainda mais quando estão mais "a vista", mas os humanos não as veem, porque não queremos!

Já deixei sem querer alguém ver? Já...

Já deixei verem por uma estupidez minha? Já...

De longe, sou a guardiã menos competente, será que é por isso que não tenho muitos amigos guardiões? Pera, eu não tenho amigo guardião, minha chefe conta? Vejam bem, em minha defesa, eu tento socializar, mas me acham estranha! Eu sou uma pessoa agradável de conviver, perguntem para Estella, depois vocês conhecem ela, ou perguntar até mesmo para meus amigos da boate. Exato, no plural, eles só são diferentes do meio, como posso chamar, do convívio celestial.

Já faz três anos que sou guardiã, e preciso confessar que está cada vez mais difícil ser imparcial.Os humanos são seres tão peculiares. Eu tenho uma relação de amor e ódio com eles.

My Eternal KarmaOnde histórias criam vida. Descubra agora