CAPÍTULO 01

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Duas semanas.

Duas malditas semanas.

Ando de um lado para o outro no pequeno estúdio de Bill.

— Dá para sentar por uma porra de momento? — Jax resmunga. — Aliás, quando foi a última vez que você dormiu? — Ele questiona.

Dormir? Como se eu conseguisse.

Não dormia havia dois dias, não conseguia fazê-lo. E não o fiz realmente desde que ela tinha ido embora. Jo.

Jo.

Jo.

Jo e o bebê.

Assim eu passava as horas do dia e da noite. Quando não estava no estúdio, estava pensando nela. Pensando nela e no bebê. Jax estava adorando isso, pois eu mergulhava fundo no trabalho para que não pensasse nela. Não que isso resolvesse, mas ajudava um pouco.

As últimas semanas haviam sido de trabalho intenso, Ayla nos arrumou inúmeros compromissos. E, em três semanas, faríamos uma turnê por todo os Estado Unidos, abrindo o show da banda Infinit. Eu não queria viajar pelo país, isso significava ficar longe de Jo.

Eu pretendia trazê-la de volta antes da turnê.

— Eu não consigo dormir sem Jo. — Confesso.

— Eu nunca pensei que diria isso, mas, cara... obrigado Deus pela volta às aulas. — Jax fala aliviado.

As aulas voltariam amanhã e eu seguiria para Berkeley hoje. Passei as últimas semanas em São Francisco. Acamparia em frente à Universidade e só sairia de lá quando conseguisse falar com minha menina.

O sol aparecia no céu quando fui para a UC. Estacionei meu Silverado em frente ao prédio de Jo e a aguardei. A aguardei por três horas, que se tornaram quatro rapidamente. Alunos iam e voltavam, mas não via Jo em lugar nenhum.

Logo já passavam das três da tarde e a maioria dos alunos que tinha voltado para as aulas já tinha ido embora. Quando o sol se escondeu eu finalmente desisti, por hora, e voltei para casa. A casa estava um desastre. Não houve arrumação desde que a tinha destruído e não pretendia fazê-la tão cedo. A sala estava coberta de cinzas do que costumava ser um sofá e as paredes, antes brancas, estavam negras. Somente os enfeites de natal haviam sido retirados do jardim por Ash, Blake, Jax e Ryan.

Subi para o quarto e me joguei na cama ou o resto dela. E olhando para o quadro, onde Jo repousava como um anjo, eu adormeci pela primeira vez em três dias.

Horas.

Horas e horas passam e nem sinal de Jo.

Batuco meus dedos no volante, quando vejo uma figura familiar. Saindo do carro, corro em sua direção.

— Ray. — Chamo quando seguro seu ombro. Ela, que estava com fones no ouvido, me olha assustada.

— Mas que porra, cara! Você quer me matar?

— Desculpe, eu...

As palavras acabam quando sou acertado no rosto por sua mão.

— O que diabos... ?

— Isso é por você ser um imbecil! Como pode abandonar Jo grávida por ai?

A olho boquiaberto por um segundo, mas volto à realidade quando suas palavras me batem.

— Ela me abandonou! — Defendo-me.

— Despois de você rejeitar seu próprio filho! De querer matá-lo! — Ela grita em meu rosto.

Me calo sem poder me defender quanto a isso. Passo as mãos em meu rosto, tentando eliminar o sentimento de culpa e frustração. Esfrego a palma em minha barba, que agora está grande resultado de duas semanas sem fazê-la.

MINE, Now and Forever [ Livro 2 Adaptação Herophine]Onde histórias criam vida. Descubra agora