O tempo passa como uma tartaruga sem pernas. O ar dentro do Silverado parece cada vez mais escasso. O fluxo de pessoas na calçada me deixa tonto. E eu não posso mais esperar para vê-la novamente.
Quando, em uma agonia profunda, resolvo sair do carro para esperá-la do lado de fora, eu travo. Congelo onde estou. E em uma respiração ofegante, eu a observo.
Ela caminha pela calçada, parece alheia ao seu redor. Seus cabelos estão mais longos, mas há olheiras embaixo de seus olhos. Ela parece cansada, esgotada, mais dura. Não há o brilho tão costumeiro em seu olhar. Não há o sorriso de orelha a orelha que eu tanto amo. Eu a deixei assim, eu a fiz ficar dessa forma.
Eu acabei com a mulher que eu amo.
Culpa corrói todo o meu corpo.
Sua forma está mais cheia, desço meu olhar por seu corpo. Seus seios estão visivelmente maiores, mas é quando eu chego a sua barriga que eu travo.
Ela não está somente proeminente como há um mês. Agora ela é totalmente visível e não se pode passar por uma barriga de uma pessoa mais cheinha. Está nítido que ela carrega um bebê.
Ela para na porta da clínica, tomando uma respiração profunda. E fala com pessoas ao seu redor que ainda não tinha me dado conta. Logo reconheço Ray, mas quando observo a outra pessoa, é como se tivesse voltado no tempo. E o sonho que tive quando ela foi embora, volta nitidamente em minha mente.
Não.
Porra não.
Ele não irá roubá-la.
Ele não irá roubá-los!
Não caralho. Eu não permitirei.
E tomando finalmente uma atitude, eu salto do carro pronto para tudo. Principalmente para recuperar minha mulher.
Atravesso a rua determinado.
E quase sou atropelado quando o faço sem sequer olhar para os lados. Eu não enxergava mais nada. Somente ela e Chad. Mas esse último sumiu de minha mente quando a encarei de perto depois de um mês.
Ela demora um pouco para me notar. Mas, quando o faz, me olha como se não conseguisse acreditar. Eu passo o olhar por seu corpo novamente, parando em sua enorme barriga. Ela percebe meu olhar e coloca os braços sobre a barriga, como que para proteger o bebê.
Meu coração sangra com o gesto.
Mas lembro que eu sou o único culpado por isso.
— Jo. — Sussurro seu nome.
Ela não responde e somente me encara. Como se não conseguisse acreditar que sou eu. Eu não me seguro por mais tempo. E antes que ela possa ao menos se dar conta, eu me atiro sobre ela, pegando-a em meus braços, mas tomando cuidado com sua barriga.
— Cristo. Como eu senti sua falta, baby. —Eu cheiro seu pescoço.
Rosas e campos.
Como eu senti falta de seu cheiro.
De seu corpo no meu.
De sua presença.
Ela coloca as mãos em meu peito e me empurra para longe. E eu a deixo ir, somente para que ela não ponha forças demais tentando me afastar e prejudique o bebê.
Eu encaro seu rosto e estico uma mão para tocá-la. Como se estivesse vendo uma miragem e precisasse tocar para comprovar a realidade. Mas ela me impede disso, quando balança a cabeça.
De repente uma lágrima escorre em seu rosto.
— Como me encontrou? — Questiona.
— Eu te busquei tanto. — Aproximo-me dela. Querendo pegá-la em meus braços outra vez. Mas ela dá um passo para trás. — Jo, você não sabe o que eu passei todo esse tempo. Eu estive no inferno. Eu vivo nele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MINE, Now and Forever [ Livro 2 Adaptação Herophine]
FanfictionSINOPSE Hero Fiennes. Encontrar o amor era algo que nunca almejei. Casar? Nunca na vida, ou na morte. Mas quando Josephine entrou em minha vida... Quando atravessou as portas daquele bar... Eu logo me vi afundar em seu mar cor de rosa. E eu não quer...