CAPÍTULO 33

983 93 87
                                    

Observo como Hero olha nossos filhos com adoração.

Eu nunca tinha visto ninguém olhar para alguém dessa forma. Ele olhava com adoração para mim também, mas a forma como fazia para os bebês era tolamente diferente. Acho que pela primeira vez na vida, ele tinha algo que era dele, que ninguém poderia tirar e ele estava encantado com isso. Com a nova descoberta.

Eu era dele também, ninguém conseguiria tirar-me dele, mas suas inseguranças sempre rondariam sua mente, mesmo que fosse ínfimo. Já haviam se passado dois dias desde o nascimento. E os bebês estavam incrivelmente bem, assim como eu que, apesar da cirurgia, me sentia ótima.

— Temos que nomeá-los. — Eu digo.

Hero não me olha quando responde. Somente encara nossos filhos aninhados em meu peito.

Eles eram tão minúsculos.

— Sim. Temos.

Eu sorrio.

Ele estava em torpor. Seus olhos brilhavam como uma lua cheia. Mesmo se passando alguns dias desde o nascimento, não havíamos escolhido os nomes. Maria achava isso muito estranho, mas nós somente estávamos muito ocupados para isso.

Escolher um nome era algo importante e eu não queria fazer de qualquer forma. Então, tinha aproveitado que todos tinham saído para descansar. Estávamos somente Hero e eu no quarto, para escolhermos isso.

— Hero. — Eu chamo sua atenção.

Ele olha-me sorrindo, mas não tira suas mãos dos bebês. Eu sorrio para ele também, percebendo que seria um pecado ficar irritado com ele por estar então disperso.

— Você está feliz. — Eu constato.

Era a primeira vez que eu o via completamente feliz.

Não que ele fosse infeliz antes, mas sempre tinha alguma coisa que não o deixava em sua totalidade. Mas agora... agora ele estava radiante. E não se parecia nem um pouco com o Hero de meses atrás.

Seus olhos se enchem de lágrimas, mas ele não perde o sorriso. É como se as lágrimas nem existissem.

— Eu amo você tanto. Jo... você nunca compreenderá o tamanho do meu amor, porque é incompreensível para qualquer outro ser humano.

Ele se inclina para me beijar e eu falo em seus lábios.

— Talvez eu compreenda. Pois isso se parece com o meu amor por você.

— Isso, a família que você me deu... eu nunca pensei em nada nem perto disso. Porra eu...— Ele se freia, arregalando os olhos. — Eu xinguei perto deles, meu Deus, que exemplo de pai eu sou? Eu não serei um bom pai. Eu...

— Shhh. Está tudo bem, querido. Eles são muito novos para compreender de qualquer maneira. Mas, num futuro, quando eles forem grandes o suficiente para entender, você poderá se policiar.

— Eu farei isso. Merda eu... porra, eu fiz de novo. Eu sou um péssimo pai.

A felicidade em seu olhar diminui por um momento.

— Não. Você é o melhor pai que uma criança poderia desejar, Hero. Eles o amarão incondicionalmente e você será o herói deles. Eu não posso imaginar que exista um pai melhor que o que você será.

Ele sorri.

— Se o seu pai escutar isso...

— Ele compreenderá. Ele não foi um pai ruim para mim, ao contrário, foi muito bom, mas você... você é diferente Hero, e ele sabe disso, sabe que você se dedicará a esses bebês, como se essa fosse sua missão de vida.

MINE, Now and Forever [ Livro 2 Adaptação Herophine]Onde histórias criam vida. Descubra agora