Décimo Segundo

444 40 3
                                    

Kizashi Haruno se voltou para encarar a filha, após observar a saída intempestiva de Naruto.

- Que homem desagradável!

- Pai, como pôde lhe oferecer dinheiro? - Gritou Sakura, transtornada.

- Achei que era isso que queria.

- O que lhe deu essa impressão? Naruto... o sr. Uzumaki... ele é um homem orgulhoso. Acha que salvou minha vida por dinheiro?

- Não ficaria surpreso. É um tipo desagradável pelo que ouvi falar.

- Andou perguntando por aí?

- Certamente. Tão logo o identificaram como o homem que estava com você quando foram resgatados. Estar isolada com ele não deve ter sido fácil.

- Tínhamos nossas diferenças - replicou Sakura com um sorriso cauteloso. - Mas ele podia ter me abandonado e salvado a si mesmo a qualquer momento.

- Ele não faria isso. Não quando poderia obter uma recompensa por tê-la salvado.

- Ele não sabia que teria.

- É um homem sagaz. Deduziu que eu não mediria despesas para resgatá-la se ainda estivesse viva. Talvez tenha ficado ofendido com a quantia. - Kizashi ergueu o cheque rasgado e o estudou por instantes. - Pensei ser uma recompensa generosa, mas talvez ele seja mais ganancioso do que imaginei.

Sakura fechou os olhos e deixou a cabeça pender sobre os travesseiros, sentindo-se derrotada.

- Pai, ele não quer seu dinheiro. Ficou muito satisfeito em se livrar de mim.

- O sentimento é mútuo. - Kizashi se sentou na beirada da cama. - No entanto, é uma pena que não possamos tirar proveito do seu infortúnio.

Os olhos de Sakura voltaram a se abrir.

- Tirar proveito? A que está se referindo?

- Não tire conclusões precipitadas até escutar o que tenho a dizer.

Sakura já tirara várias conclusões e nenhuma delas a agradara.

- Não está se referindo a um livro, certo? - Quando uma das amigas o mencionara, sentira-se aterrorizada.

Kizashi bateu de leve em sua mão.

- Nada tão grosseiro, minha querida. Temos mais estilo que isso.

- Então, de que se trata?

- Um de seus problemas sempre foi a falta de visão, minha filha. - Com um gesto afetuoso, Kizashi fingiu lhe socar o queixo. - Seu irmão teria vislumbrado de imediato as possibilidades empreendedoras que esse episódio nos proporcionaria.

Como sempre, a comparação com o irmão a fez se sentir inferior.

- Como o quê?

- Fez seu nome no mercado imobiliário. E não debaixo de minhas asas. Posso ter plantado algumas oportunidades em seu caminho, mas soube se valer delas.

- Obrigada, mas aonde quer chegar?

- No seu próximo bem. É uma espécie de celebridade nesta cidade. - Ela sacudiu a cabeça, com expressão de escárnio. - Estou falando sério. Seu nome é conhecido nos círculos mais importantes. E nos últimos dias, seu nome e sua foto estamparam notícias de todos os meios de comunicação. Foi transformada em uma espécie de heroína popular. Esse tipo de publicidade grátis é tão bom quanto dinheiro no banco. Proponho que tomemos vantagem desse detalhe.

Beirando o pânico, Sakura umedeceu os lábios.

- Quer dizer promover o fato de que sobrevivi à queda de um avião para incrementar nossos negócios?

SurvivorsOnde histórias criam vida. Descubra agora