5 - Grávida

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- Bom dia papá. Apressei-me a dar-lhe um beijo na bochecha no momento em que saí do quarto e encontrei o meu pai a chegar.

- Bom dia querida. Vim buscar-te para o pequeno almoço, já que temos convidados indesejados. Bem, não posso negar completamente que os convidados são indesejados, mas o tio Alex e o Yuki não são definitivamente convidados indesejados.

- Vamos lá então. Oh, papá o Príncipe Alfonse também irá juntar-se a nós ou ainda está de castigo? Perguntei curiosa andando ao lado do meu pai enquanto o Felix andava atrás de nós.

- Penso que ele irá se juntar a nós. O Alfred pareceu bem incomodado quando percebeu que ficaste chateada ontem. Bem, não é para menos. Durante o resto do baile eu apenas interagi com o meu grupinho de amigos e com o papá. Se bem que é normal eu fazer uma birra já que nem deveria estar a frequentar bailes.

- Papá, porque o Yuki e os gémeos participam nos bailes? Se me lembro bem, as participações em bailes devem ser feitas a partir do momento em que as crianças são apresentadas à sociedade aos 15 anos. Eu participo porque o meu pai iria sentir-se desconfortável se eu não estivesse lá, mas aqueles três não têm que participar.

- Bem, os gémeos participam para te fazerem companhia e o Yukiya participa porque o pai dele quer... É a mesma coisa com o Alfonse, ele só vai aos bailes porque o pai dele manda. Concordei sem falar nada. Então eles vão aos bailes que eu vou só mesmo para me fazerem companhia. Os gémeos são os teus amigos após o Lucas. Como não podemos ter um mágico a ir ao baile só porque é o melhor amigo da princesa, o Hiroshi leva as pestes dele para garantir que não ficas sozinha.

- Oh, percebo. Então os gémeos vão, porque o Lucas não pode ir. Sorri ao entender que o meu pai e o Hiroshi estavam apenas a cuidar de mim.

Continuamos a conversar normalmente até chegarmos ao salão onde iríamos comer com os nossos convidados. Assim que entramos, vi que os outros tinham acabado de chegar e estavam apenas a colocar-se à volta da mesa redonda.

- Bom dia, Imperador, Princesa Imperial. O Rei de Auron foi o primeiro a cumprimentar-nos, mas eu não consegui evitar ignorá-lo.

Ao olhar para a janela, vi uma figura ao lado do meu melhor amigo que não esperava ver no palácio. Sem dizer nada, apenas virei as costas e saí a correr. Quero lá saber do que iriam pensar. De qualquer maneira, eu sou a filha do imperador, por isso não sou obrigada a nada.

- Hana. Chamei assim que cheguei ao jardim, vendo a Hana virar-se com um sorriso. Corri até ela e abracei-a.

- Princesa. A Hana casou com um dos trabalhadores do palácio à alguns meses atrás e por isso parou de trabalhar no palácio. Quando ela foi embora, eu fiz uma birra, mas no fim acabei por pedir que ela garantisse-me que iria ser feliz com o homem que ela escolheu e que iria vir visitar-me. Como a princesa cresceu tanto neste tempo.

- Eu tive tantas saudades Hana. Foi então que percebi uma coisa. A Hana estava mais gorda, mas... Hana tu estás grávida? Perguntei com um sorriso, ignorando completamente os olhares que sentia do meu pai e dos outros convidados. É possível que eles já tenham percebido que eu estou aqui no jardim.

- Sim princesa. Eu pensei em fazer uma visita agora porque não vou conseguir quando o bebé nascer. Estou tão feliz. A Hana que cuidou de mim tinha crescido muito e agora estava para ser mãe. Ainda me lembro de todas as vezes que ela fez um escândalo por eu ficar bonita com o vestido que ela sugeriu ou quando era reclamava quando eu recusava usar alguma coisa que ela dizia que ficaria bem em mim.

- Estou feliz. Eu quero fazer uma visita quando o bebé nascer. Pedi com um sorriso, ainda abraçando a Hana. Sei que a Marie é que era a minha ama e a Hana a ajudante da ama, mas para mim, as duas eram as minhas amas e as minhas amigas. Elas cuidaram de mim durante tanto tempo que eu fiquei muito apegada às duas.

- Seria uma honra receber uma visita da princesa quando o bebé nascer. Sei que ele também está feliz pela princesa visitar-nos. Soltei a Hana, olhando atentamente para a sua barriga. Será que se eu falar, o bebé vai ouvir?

- Bebé, eu irei visitar-te quando nasceres por isso cresce saudável antes de saíres da barriga da Hana. Disse como uma criança, falando diretamente para o bebé, enquanto a Hana começou a rir.

- Sakura, não devias estar com o teu pai a tomar o pequeno almoço? O Lucas perguntou, falando pela primeira vez desde que eu cheguei ali.

- Devia, mas eu vi a Hana pela janela e achei que seria mais divertido vir falar com ela do que ficar num pequeno almoço com três adultos a falar de políticas e três crianças a ouvir. Sim, eu estava a incluir-me nas três crianças. Mas aquela era a verdade. Aqueles três não iriam esperar para acabarem de comer antes de começarem com os assuntos deles, enquanto eu, o Yuki e o Alfonse, ficaríamos calados a ouvir.

- Ah, a princesa não pode fazer isso. A Hana intrometeu-se, preparando-se para brigar comigo. O pequeno almoço é uma refeição importante que a princesa não deve saltar e se tem convidados deve acompanhá-los. Quando é que ela cresceu assim tanto? Pelo que eu me lembro, a Hana que eu conhecia antes ficaria feliz por eu ter vindo até ela, mas ela agora realmente brigou por isso.

- Eu sei, mas eu realmente tinha saudades tuas, Hana. Admiti com um tom mais baixo e mais calmo, mostrando que estava arrependida.

- Hana, é bom receber a tua visita. Olhei para trás, vendo o meu pai aproximar-se enquanto os nossos convidados mantinham-se afastados.

- Majestade, que a luz sempre... A Hana curvou-se começando a cumprimentar o meu pai.

- Não. Tu és uma convidada muito importante da minha filha. E vejo que estás grávida. Parabéns. O meu pai disse, parando a Hana de cumprimentá-lo. Que a luz acompanhe esta criança. O papá apenas tratava assim a Hana e a Marie. E sim, podem acusá-lo de favoritismo, mas ele apenas tratava bem as duas pessoas que cuidaram de mim desde o momento em que eu cheguei ao palácio.

- Obrigada Majestade. A Hana agradeceu com um sorriso.

- Agora se não te importas, Sakura, temos mesmo que ir e comer o pequeno almoço com eles. Concordei não muito animada, mas despedi-me da Hana com mais um abraço. Ela disse que iria embora após falar com a Marie, mas o meu pai permitiu que eu fosse visitá-la quando o bebé nascesse, por isso não fiquei chateada. Depois disso, dei a mão ao meu pai e voltamos para o pé dos nossos convidados, enquanto eu mentalizava-me que teria que pedir desculpas por ter abandonado o salão sem dizer nada.

The Loved One - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora