8 - Aria

10 1 0
                                    

- Não vão responder? A Aria perguntou relembrando-me do que estava a acontecer. É verdade, eu estava prestes a ser atacada.

- Oh mais raparigas... mais dinheiro. Que raio de lógica é esta? Eles estão a pensar vender-nos? Mas é que nem em sonhos. Não vou preocupar o papá... pelo menos não vou preocupá-lo mais do que já estou.

- Quem ensinou-vos isso? Perguntei sem medo, vendo que os homens voltaram a atenção para mim. Se bem me lembro, o Imperador proibiu a venda de pessoas sob pena de morte. Quem proibiu foi o meu avô, mas isso não importa agora. Vi uma das raparigas que estava com a Aria aproveitar a distração dos homens e desaparecer. Por favor que ela esteja a ir chamar um guarda.

- Que corajosa a pequenina. Percebi que eles tinham mordido o isco quando um dos homens começou a se aproximar de mim. A Aria e a rapariga que manteve-se ali começaram a aproximar-se, agarrando nuns paus que estavam naquela rua.

- Parece que tens boa memória, mas... O homem calou-se e caiu no chão, no momento em que a Aria atacou-o na cabeça. O problema começou depois disso. A outra rapariga que eu não sabia quem era conseguiu atacar outro dos homens, mas ainda tínhamos dois acordados.

Os dois que não tinham sido atacados ficaram logo alarmados. E foi nesses momentos de distração que eu agarrei numa pedra que estava no chão. Olhei atentamente para o homem que mentiu para mim, preparando-me para jogar-lhe a pedra. Mas no momento em que joguei, ele olhou para mim, conseguindo desviar-se a tempo.

- Muito corajosa tu, achas que vales assim tanto? O homem logo se aproximou de mim, pronto para me agarrar. Fechei os olhos como se aquilo fosse parar com o meu ato. E foi então que ouvi algo cair mesmo à minha frente.

- Não abras os olhos ainda. Ouvi a voz do Lucas, assustando-me. Como é que ele me encontrou com tanta facilidade?

- Não, não. Ouvi o último dos homens falar enquanto mantinha os meus olhos fechados. Ao mesmo tempo, ouvi passos apressados e logo várias mãos agarrarem-me.

- Está tudo bem, somos nós. Ouvi a Aria dizer baixo ao meu lado, fazendo-me agarrar a mão que estava mais próxima das minhas mãos.

- Pensas que vais sair impune após tentares tocar na minha irmãzinha? É que nem morto. Yuki? Quando é que...?

Fartei-me de esperar para saber o que estava a acontecer, abrindo os olhos rapidamente e vendo três rapazes que não esperava ver. Como é que eles me encontraram? Espera, eles sabem que eu sou a princesa? Nã... ok sabem, o Yuki acabou de chamar-me de irmãzinha. No momento em que abri os olhos, o Yuki tinha uma espada apontada ao pescoço do último homem acordado, que tremia de medo.

- Yuki não. Pedi, fazendo o Yukiya parar de aproximar a espada daquele homem. Ele respirou fundo antes de baixar a espada e, em vez de atacar com a espada, atingiu o homem com o pé, fazendo o homem desmaiar.

- Só sabes te meter em problemas não é, Sakura? O Lucas perguntou, enquanto o Alfonse mantinha-se quieto a olhar fixamente para o homem que estava caído mesmo à minha frente.

- Quem são vocês? Sayuri, eu disse para chamares guardas. A Aria reclamou, olhando para a amiga.

- Quem somos nós? Quem são vocês? Sabem quem é que estão a agarrar neste momento? O Alfonse perguntou, olhando irritado para a Aria. Espera, se ela ajudou-me agora... será que podemos tornar-nos amigas?

- Eu apenas chamei-os porque não vi nenhum guarda por perto e eles pareciam estar à procura de alguém. A rapariga que estava do meu lado respondeu calmamente, fazendo-me perceber que ela deveria chamar-se Sayuri.

- Eles são meus amigos. Disse baixo para ser ouvida por aquelas três raparigas, antes de me afastar um pouco delas. Alfonse, lembra-te de onde estás. Não quero que falem assim com as raparigas que me ajudaram. Aumentei o meu tom de voz, deixando a magia que tinha usado desfazer-se e revelar a minha verdadeira identidade.

- O teu cabelo... Ouvi a rapariga que atacou os homens com a Aria dizer, mas não deixei-a acabar.

- Obrigada por terem-me ajudado. Agradeci com um sorriso, virando-me para aquelas três. Elas já devem ter percebido quem eu sou.

- WOW, o teu cabelo e os teus olhos são tão lindos! Surpreendi-me ao ouvir a Aria dizer aquilo. Eu tenho medo de me enganar, mas eu quero tornar-me amiga dela nesta vida.

- Aria! Ela é a princesa Sakura. A filha do Imperador. A Sayuri disse em pânico, fazendo-me rir da reação da Aria. Ela não tinha mesmo percebido quem eu era? Assustei-me quando senti uma mão puxar-me para perto.

- Ela é a Aria...? Ele não percebeu só por causa da aparência?

- Por favor, não reajam assim. Podem dizer-me os vossos nomes? Pedi tendo cuidado com as minhas palavras enquanto ignorava o Lucas. Se ele pensar um pouco, logo vai perceber que aquela é mesmo a Aria.

- Chamo-me Aria Auburne, é uma honra conhecer a princesa imperial. A Aria disse, surpreendendo-me. Ela não pertence à casa Reizen? Se bem me lembro, ela estava sob a proteção da casa Reizen e não da casa Auburne.

- Sou a Akemi Lagrene e esta é a minha irmã Sayuri. Entendo. Então estas duas pertencem à casa Lagrene. Bem, o Hiroshi contou-me que que a casa Auburne e a casa Lagrene têm uma boa relação, por isso tem lógica estas três serem amigas. Mas a Aria não está na mesma casa que na minha vida passada. Não entendo porquê.

- Não precisam de tanta formalidade, eu estou aqui disfarçada. Mas em breve mandarei um agradecimento para as casas de Auburne e Lagrene por terem ajudado-me. Disse, vendo que a Aria estava incomodada com alguma coisa. Está tudo bem, Lady Auburne? Questionei curiosa, vendo ela olhar para alguém atrás de mim.

- Se és a princesa imperial... porque ele chamou-te de irmãzinha? A Aria perguntou, apontando para o Yukiya. Não consegui evitar o riso.

- Oh, isso é porque somos muito chegados. Conheço-a desde que nasci, por isso a Saku é como a minha irmã mais nova. Concordei com aquilo. Não era mentira, mas não era como se fosse costume o Yuki chamar-me de irmã mais nova.

- Ah, já agora, permitam-me apresentá-los, este é o Príncipe Yukiya de Irian, o Príncipe Alfonse de Auron, e este é o meu mago e amigo, Lucas Orlen. Apresentei os rapazes como se fosse tudo normal, até lembrar-me de um ponto. Verdade, como é que vocês descobriram que eu estava aqui na capital?

The Loved One - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora