EXTRA 2

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NA: Eu sei, vocês devem estar pensando: Eu esperei todo esse tempo para saber o que aconteceria com Harry/Draco e você posta outro extra? Eu sei, me desculpem, mas sejam amores, não me xinguem muito, que no sábado eu posto o próximo capítulo, pode ser? Espero que gostem! :*
S

ummer A: Oi, amada! Adorei que o beijo te despertou sensações boas, adoro quando isso acontece comigo quando estou lendo alguma história, ou vendo algum seriado, enfim, quando a gente se sente no lugar do personagem e experimenta as mesmas sensações que ele! Só não posso responder sobre o Harry, é mais gostoso descobrir lendo, certo? Desculpe a demora, prometo não demorar mais tanto com as atualizações! Beijos!
S. R. Malfoy: Oi, linda! Ah, pode acreditar, Harry agarrou mesmo o nosso loiro fofo! Não deixou o Draco nem pensar no que estava acontecendo. hahaha! Lemon no casarão abandonado? Ai, você me dá ideias muito boas, mas que não sei se serão possíveis de ser colocadas em prática, auhauh! Own, você lembrou do Mordred, que querida você é, ele te manda mordidinhas carinhosas por isso! Obrigada, beijokas!
Larissa: Oi, querida! Ah, auhaua, é tão bom quando um beijo desperta esses sorrisinhos de felicidade na gente *O* Eu queria muito participar de um Carnaval de Veneza daquela época, mas talvez um dia eu possa vivenciar um dos dias de hoje mesmo. Mas imagina, um mascarado lindo te perseguindo por um palazzo e... tá, parei de delirar. uahauahu, só o Draco tem essa sorte, snif. Muito obrigada pelos elogios e pelo carinho! Beijokas!
Srta Laila: Oi, flor! Sua conta está desabilitada a receber mensagens privativas, então venho por aqui te agradecer por estar acompanhando e comentando! Espero que goste desse novo extra Marino/Andrej! Beijos!
E ao pessoal que comentou no anônimo e não deixou nenhum nome, agradeço imensamente também! Adoro cada palavra que me deixam de carinho e incentivo e sugestões! Beijokas!

Era uma Vez em Veneza

EXTRA .2.
A

s semanas passaram de uma forma estranha depois daquela noite em que Marino tocou-me como eu jamais imaginei ter de experimentar de novo. Eu repassava mentalmente as lembranças de seus toques em momentos em que me distraía sozinho e tremia involuntariamente enquanto esperava a chegada da noite e, consequentemente, a chegada dele.
Ele sempre vinha, todas as noites, porém, não me tocou em nenhuma delas. Ele vinha e mantinha uma distância confortável entre nós. Primeiro ele me assistia dançar e tocar; e eu invariavelmente errava um passo ou uma letra toda a vez que meus olhos se encontravam com seus azul-cerúleos em tons frios.
Quando eu descia, sentava ao seu lado, envergonhado demais para olhá-lo de queixo erguido, mas ele apenas conversava comigo. Mesmo quando a casa se tornava mais silenciosa, ficávamos apenas nós e poucas pessoas no salão suntuoso com cheiro de rosas vermelhas e incensos adocicados. Às vezes passávamos a noite inteira juntos, em outras ele partia pela madrugada, sumindo pelas sombras noturnas da Sereníssima.
Em poucos dias eu me vi interessado em tudo que ele tinha para me contar.
Eu ri irônico quando ele contou que já havia sido um pirata do mediterrâneo, sem acreditar realmente. Mas, depois que ele partiu, fiquei me perguntando se seria ou não verdade. Ele tinha dezenas de histórias para contar. Já havia passado por inúmeros lugares, inúmeros feudos, inúmeras cidades do distante Império Bizantino. Também me contava histórias antigas que não eram suas, lendas, guerras, cidades perdidas pelo tempo.
Eu me via fascinado pela entonação suave e calma que escapava de seus lábios bem-desenhados enquanto narrava Grécia Antiga, Roma, As Cruzadas, batalhas no Mediterrâneo e tudo que havia para saber. Eu cheguei a pensar que poderia descobrir o mundo através de suas palavras. Quando dei por mim, já me sentava bem perto dele e deixava que ele acariciasse minha mão enquanto falava. Eu lhe enchia de perguntas impertinentes, as quais, entretanto, não pareciam incomodá-lo.
Houve uma noite em que ele não apareceu, e eu me senti estranhamente desapontado. Se fosse antes, eu teria vibrado, mas naquela noite me senti sozinho, com um frio inexorável por mais que eu me aconchegasse perto da lareira. Eu não queria admitir, mas sentia saudades.
Marino apareceu no dia seguinte e acariciou minha bochecha quando me aproximei dele correndo, como um garoto impulsivo cheio de expectativa. Isso fez meu corpo retrair, e ele retirou a mão lentamente, encarando-me com atenção. Minha bochecha formigou onde ele havia tocado, e fiquei aliviado pelo fim do toque.
"Por que não veio ontem?" Perguntei, desviando o olhar assim que nos sentamos no sofá em um canto mais distante que parecia ter-se tornado nosso.
"Tive alguns contratempos." Foi tudo que ele disse. Desejei saber mais, porém não tive coragem de perguntar. Foi nessa noite que ele inverteu o jogo e começou a perguntar sobre mim. Sobre minha vida, meus gostos, meus anseios, tudo. Todo mínimo detalhe, ele queria saber, e eu fui contando, porque ninguém até aquele momento havia se interessado por uma vida tão medíocre quanto a minha. E justamente Marino, que havia visto tanto, sabia tanto, e tinha uma vida tão interessante, queria saber de mim.
Não demorou para que, numa madrugada praticamente fria no salão, eu acabasse narrando como havia acabado em Veneza. Como meus pais haviam chorado para que não me levassem como pagamento da dívida que haviam adquirido com o mercador inescrupuloso de nossa pequena cidade litorânea. Meus olhos se encheram de água, e eu não me importei em me agarrar às roupas dele e esconder meu rosto em seu peito, umedecendo-o com meu choro.
Marino acariciou gentilmente meus cabelos, enquanto eu continuava a narrativa, falando tudo que me oprimia o peito de um modo doloroso todas as vezes em que ficava sozinho, em um quarto escuro, esperando pela noite e pelos pesadelos que me atormentariam até o raiar de um novo dia. Seus toques me acalmaram, e percebi como era agradável ter sua mão fria sobre a minha pele quente.
No dia seguinte, ele falou que deixaria Veneza, e eu senti um frio estranho na barriga, uma sensação desagradável enquanto me perguntava se meu relato da noite anterior, regado a lágrimas e soluços e um silêncio meditativo da parte dele, o teria repugnado, fazendo-o partir.
"Você vai me deixar?" Perguntei, hesitante, apenas para me sentir estúpido assim que as palavras deixaram minha boca. Sua expressão, sempre tão fechada, não mudou. Mas ele estendeu o braço e tocou meu rosto. Fechei os olhos, não estranhando como antes o gesto.
"Você quer que eu o deixe?" Ele perguntou.
Meus olhos se abriram de imediato e eu o encarei profundamente, com o coração acelerado.
"Não." A resposta surpreendeu até mesmo a mim. Eu segurei a barra de seu sobretudo preto e me aproximei, meio desesperado, meio hesitante. "Não. Não me deixe."
Levei um susto quando sua mão escorregou para minha nuca e ele abaixou o rosto para me beijar. Seus lábios gelados pressionaram-se contra os meus, em um toque cálido que causou um tremor violento em meu corpo. Ele se afastou ao me sentir tremendo, pálido, e sorriu tristemente, acariciando meus cabelos.
"Voltarei assim que o Carnaval em Veneza começar." Ele avisou, antes de me deixar.
Eu o olhei partir sem saber o que sentir. Eu não sabia o que estava acontecendo, pois eu o queria e não queria por perto, em uma mistura tortuosa de sentimentos conflitantes. Eu não havia me esquecido de Draco. Em alguns momentos eu olhava para a fina cicatriz em minha mão e sentia meu coração se comprimir dolorosamente, obrigando-me a segurar com todas as forças o soluço que queria se exteriorizar de meu peito.
E eu tinha medo de Marino e do momento em que ele deixaria de apenas usar nosso tempo para conversar e viesse a me tratar como o prostituto que eu era. Ainda assim, voltei a sentir saudades, e peguei-me tocando distraidamente meus lábios ao pensar no beijo gentil, porém de certo modo regado de uma ânsia impaciente, que ele havia me dado.
Marino não voltou quando começou o Carnaval, e eu quase não me importei, encantado demais com o clima novo, animado e exuberante dos dias de festa. Não havia como não se contagiar com aquela atmosfera de alegria. Mesmo assim, meu humor decaía quando eu via Draco, com uma garota que eu não conhecia, chegar ao bordel. Escondi-me dele nos quatro primeiros dias, até que, no quinto, distraí-me, dando oportunidade para que ele se aproximasse e me pegasse de surpresa.
Fui rude com ele. Contei uma mentira. Quis magoá-lo como ele me magoou, e não demorou nada para que depois eu me arrependesse, sentindo-me bobo e infantil. Eu continuava amá-lo, mesmo sabendo que ele nunca retribuiria. De alguma forma, eu nunca deixaria de me sentir conectado a ele, de me sentir bem e seguro ao seu lado. De querer continuar a ser seu amigo.
Mas um coração ferido não consegue demonstrar muito bem seus sentimentos mais puros.
Então no sexto dia, Marino apareceu, e eu não acreditei em mim mesmo quando sorri ao vê-lo, apenas para depois disfarçar minha expressão, felizmente conseguindo evitar que ele visse minha alegria. Eu estava fantasiado de arlequim quando ele se aproximou em seus passos silenciosos que não pareciam tocar realmente o chão. Ele parou perto de mim, olhando-me fixamente, e minhas pernas agiram por conta própria ao avançar e abraçá-lo, meu corpo quase sumindo entre seus braços fortes quando retribuiu o abraço e afundou o rosto em meu pescoço, aspirando profundamente meu perfume.
Eu saltei para trás, ligeiramente assustado ao perceber o que estava fazendo.
"Achei que não voltava mais." Comentei, tentando soar natural.
"Você pediu que eu voltasse." Ele disse, e eu corei, mordendo o lábio e agradecendo internamente por estar usando uma máscara.
"Por que você faz isso? Por que age assim...?" perguntei, mais para mim mesmo. Mas ele ouviu. Na verdade, eu achava que ele possuía o irritante dom de ler meus pensamentos.
"Eu não quero te forçar a nada, de novo."
Eu o encarei intensamente, mas sua expressão era um livro fechado, seus olhos eram difíceis de compreender, e suas ações não precediam sua reputação. Marino sorriu quase imperceptivelmente para mim, antes de estender-me a mão.
"Gostaria de acompanhar-me em um passeio pela cidade?" perguntou, galante. E eu aceitei, não poderia dizer não de qualquer maneira. Ele pagava pela minha companhia. O pensamento me deixou cabisbaixo até que chegássemos à Praça de São Marcos, repleta de pessoas lindamente fantasiadas. Marino parou em uma banca e comprou-me um bracelete de prata, cravejado com diamantes, e colocou-o no meu pulso pequeno.
Eu o olhei aparvalhado.
"Não posso..."
"Eu decido o que você pode ou não pode." Ele recusou minha recusa, e eu torci os lábios, sentindo-me como um objeto que deveria ser enfeitado. Mas quando ele sorriu, enigmático, eu senti um frio na espinha e desviei o olhar, emburrado.
Marino não estava fantasiado, e isso o destacava mais do que todos naquele mar de roupas escandalosas. Um pouco depois ele me comprou um doce, e acabamos em uma sacada da onde poderíamos ver o desfile das melhores fantasias. Eu me distraí, lambuzando-me de glacê enquanto observava, compenetrado.
"Olhe aquela!" Apontei. "Você viu aquela máscara? É meio assustadora..."
Eu parei de falar ao sentir os dedos longos de Marino fecharem em meu punho. Eu me virei para ele, vendo-o levar minha mão suja de glacê para sua boca. Mordi os lábios quando ele lambeu e sugou meus dedos, lentamente, deixando-me zonzo. Tentei me afastar, mas ele fez o contrário e me puxou contra ele. Eu gemi e apertei os olhos quando ele beijou e lambeu com a ponta da língua meu lábio inferior, recolhendo qualquer resquício de doce que houvesse ali.
Meu corpo se arrepiou tanto que ardeu.
Eu me afastei bruscamente assim que pude, afastando sua mão com um tapa. Ele me olhou, sério, como sempre, e eu abaixei o olhar, sentindo-me desconfortável. Eu não o repugnava, mas era difícil permitir que alguém me tocasse intimamente depois de tudo. Eu me lembrava de cada detalhe daquela viagem de navio, e era difícil fechar os olhos e não ser assombrado pelas memórias ao ter lábios alheios sobre os meus.
"Desculpe." Eu disse.
"Eu gostei da máscara." Ele comentou calmamente, voltando a olhar para o desfile. "É bela. Mesmo sendo assustadora." Ele tirou alguns fios de cabelo que lhe atingiram o rosto devido à brisa fraca, e eu continuei a olhá-lo.
"Eu também acho." E não soube se me referia à máscara lá embaixo, ou a ele e tudo que causava em mim.
Dali nós entramos numa das festas abertas, em um palazzo com vista para o Adriático. Eu dancei na festa, como um arlequim saltitante, de novo contagiado por aquele clima cintilante do carnaval. As pessoas aplaudiram e eu fiz uma reverência profunda.
"Eu quero dançar." Avisei assim que cheguei perto de Marino, e puxei-o para onde os convidados dançavam em pares sincronizados. Ele me segurou pela cintura e encarou de cima, com os olhos azuis profundos sobre os meus.
"Não entendo você. Num minuto, está sério e distante, e em outro, alegre e receptivo." Ele disse, junto ao primeiro passo da dança. Eu ri, sem saber exatamente por que, e desviei o olhar, sentindo sua mão firme em meu quadril.
"Eu gosto de dançar." Murmurei.
"Eu não." Ele replicou. Eu o encarei no mesmo momento em que ele me fez girar e cair novamente em seus braços. Não disse mais nada, e eu tampouco. Apenas deslizamos pelo salão como um par entre tantos, acompanhando a música fluída.
Quando paramos, eu me enchi de drinques adocicados, que me deixaram zonzo e entorpecido depois de alguns copos. Marino me segurou, e seu toque dessa vez queimou-me inteiro. Eu o olhei com o coração agitado, reparando nos detalhes de seu rosto belo, emoldurado pelos longos cabelos dourados, do mais puro ouro derretido. Toquei-lhe os fios, atraindo suas orbes para mim, em uma interrogação muda.
"Me beija." Pedi, debilmente. Um aviso medíocre e baixo soou em minha mente quando ouvi minhas próprias palavras, mas eu o ignorei. Marino não hesitou, não negou. Sua mão segurou os cabelos em minha nuca e ele desceu os lábios contra os meus de uma maneira muito menos gentil do que da última vez. Beijou-me com uma fome e desejo que me deixaram tonto, ansioso e expectante. Sua língua tinha gosto de tabaco, cravo, e algo que ardia quando tocava a minha e explorava os recantos úmidos de minha boca. Eu gemi, passando os braços por seu pescoço e estremecendo com o agarre forte em meu quadril.
Quando me afastei, em busca de ar, ele pousou os lábios em minha bochecha, com os olhos fechados, parecendo buscar por algum controle. Neguei-me a tentar entender por que o havia beijado e me abracei fortemente a ele, descansando meu rosto em seu peito.
"Andrej," Ele chamou. Eu comecei a me sentir tonto e entendi que havia bebido demais.
"Marino... eu não estou me sentindo muito bem." Falei, minha voz engrolada enquanto minha cabeça rodava, acompanhando a melodia da música e a dança dos casais, que giravam, trocando incansavelmente de pares, como se a visse se resumisse a isso: trocar de amor, de casa, de roupas, de companhia, até encontrar aquela que os agradem; como as moças rodando seus vestidos longos e rabiscando o salão como um quadro borrado de tintas em tons vibrantes.
Marino praticamente me carregou para um dos quartos do palazzo e fechou a porta, trancando-a assim que entramos. O quarto era bonito, ainda que simples, mas a cama chamou minha atenção acima de todas as coisas. As colchas de seda verde-escura ofuscaram meus olhos e em cambaleei para trás, subitamente experimentando uma vertigem cruel.
"Você precisa deitar." Marino falou quando minhas costas bateram em seu corpo e ele segurou meus ombros. Não consegui evitar que ele me carregasse para a cama, a qual me recebeu com uma maciez que me deixou ainda mais fraco em suas garras.
Marino retirou minha máscara
"Você vai... abusar de mim?" A pergunta soou ridícula até mesmo para mim, e minhas bochechas queimaram como se houvesse fogo tocando-as. Eu me encolhi instintivamente quando ele se sentou perto de mim, porém isso não o impediu de tocar meus cabelos.
"Talvez." Ele respondeu, me fazendo prender a respiração. Sua mão desceu pelo meu corpo e eu senti que não conseguia puxar o ar da maneira correta.
Ele segurou um de meus pulsos e o prendeu acima de minha cabeça. Quando dei por mim, seus lábios estavam contra os meus, sugando minha boca calmamente, em carícias entorpecentes. Mas não consegui corresponder. Arfei e me contorci quando sua mão gelada entrou por baixo de minha fantasia, tocando meu abdômen quente.
Ainda com a boca sofrendo uma exploração minuciosa pela língua de Marino, eu arqueei o quadril, gemendo contido, com o coração acelerado, esperando nervosamente que ele tornasse os toques ainda mais íntimos e intensos; porém ele subitamente se afastou, deixando-me atordoado sobre a cama, como um boneco usado e esquecido sobre um colchão macio.
"Mas não hoje."
Eu o encarei sem entendê-lo realmente. Eu tinha receio do momento em que ele cansaria de esperar, porém a expectativa, a espera, a incerteza de quando isso aconteceria deixavam-me ainda mais inquieto. Em certos momentos – como aquele – eu queria que ele terminasse logo com isso.
Eu acabei adormecendo no quarto desconhecido e, quando acordei, Marino estava sentado numa poltrona perto da janela. Já escurecia lá fora, mas ele ainda usava os últimos resquícios do sol para ler um livro que deveria ter tirado da longa estante do quarto repleta deles.
"Eu... quanto tempo eu dormi?" perguntei, erguendo um pouco o corpo e esfregando os olhos. Marino abaixou o livro.
"Duas horas, talvez." Ele se ergueu e veio até mim, estendendo a mão. "Sente-se melhor?"
Eu assenti.
Nós voltamos ao bordel e eu estranhei quando ele parou na entrada, sem me acompanhar para dentro.
"Você não vem?" Perguntei.
"Tenho assuntos a resolver." Ele nunca me dizia nada sobre sua vida atual, apenas fatos distantes que os anos haviam apagado de suas feições maduras. Ele veio me beijar, mas eu virei o rosto, mais por instinto do que por outro motivo. Isso não o agradou – sua expressão tornou-se mais fechada do que nunca.
"Eu talvez não possa vir vê-lo nos próximos dias." Ele avisou. Eu não falei nada, mas apertei meus punhos ao lado do corpo. Isso seria um castigo por eu ter virado o rosto? Porque a sensação era realmente de um castigo.
Ele foi embora, e eu fiquei parado no mesmo lugar, perdendo a noção do tempo até que o homem que guardava a entrada do bordel tocasse meu ombro e me tirasse de meu devaneio profundo. Eu entrei e ignorei todos.
Tudo que eu queria era não me sentir tão sozinho quando ele estava longe.

Era uma vez em veneza Onde histórias criam vida. Descubra agora