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Com as mãos ainda trêmulas, abro a gaveta da escrivaninha e enfio o bilhete lá dentro.

Tento organizar meus pensamentos e expulsar o medo do meu corpo. Inspiro profundamente e solto a respiração devagar, na tentativa de me acalmar.

Será que é o mesmo homem que vem me rodeando? Ele estava escondido?

Ou... De todas as pessoas que estavam ao meu redor quando o vento levantou minha saia, apenas James parecia ter reparado.

O medo dá lugar à raiva quando encaixo os pontos na minha cabeça. Esse menino realmente é um psicopata, como se não bastasse me ameaçar ainda tenta me assustar! E por um momento ele conseguiu.

Alcanço meu celular e saio do quarto em seguida. Em passos apressados, desço a escada e avanço para a cozinha determinada a trancar a porta que deu passagem para esse maluco.

Assim feito, volto para a sala e Louis me segue. Checo todas as janelas, confirmando que estão fechadas, então, ouço a porta principal ser aberta.

"Cheguei!" Minha mãe saúda e esboça confusão em suas feições quando olha para mim. "O que foi? Por que tá com essa cara fechada?"

"Lembra daquele homem que eu falei? Que estava atrás de mim... Já sei quem é." Reviro os olhos e ela arregala os dela.

"Quem?" Tira sua bolsa do ombro, deixa em cima da mesinha de centro e se aproxima.

"Tudo indica que é um menino que estuda lá no colégio. Amanhã resolvo isso... Não seu preocupe."

"Que bom, sabia que não passava de uma brincadeira de mau gosto." Ela fala mais para si mesma do que para mim.

Passamos o restante da noite conversando sobre coisas aleatórias até a hora de deitar. Antes de dormir, troco algumas mensagens com Harry e checo minhas redes sociais. Contas que meus pais não sabem que eu tenho. Não sei o porquê, mas minha mãe nunca quis que eu tivesse algum perfil na internet e nem ela ou o meu pai possuem algo do tipo.

Sinto meus pensamentos vacilarem e, em pouco tempo, mergulho em um sono profundo.

Um vento passa pelo meu rosto e me faz estremecer. Devagar, abro os olhos ainda sonolentos e levanto um pouco minha cabeça. Pisco uma vez e foco minha visão. A grande janela francesa está aberta e as cortinas balançam à medida em que o vento sopra. Me lembro de ter fechado antes de dormir.

Nesse instante, percebo que a parte do colchão que não é ocupada por mim afunda como se alguém acabasse de sentar. Meus pelos se ouriçam e a sensação de ter uma pessoa atrás de mim me apavora completamente. Permaneço virada para o lado contrário, sentindo meu corpo estático embaixo do cobertor.

A única coisa que passa pela minha cabeça é correr para fora daqui. Dessa forma, tento levantar o mais rápido possível, mas o braço que me impulsionou é segurado firmemente por quem quer que esteja aqui.

Com um solavanco, meu apoio some e caio novamente no colchão, com o rosto no travesseiro. Sem demora, sou virada para cima e minha mãos são presas acima da minha cabeça. Encaro, com olhos arregalados, a silhueta do homem em cima de mim. Mas, devido à iluminação precária e à sombra que seu capuz projeta em seu rosto, não consigo ver suas feições.

Adrenalina e medo correm pelo meu corpo e tento me debater para sair de seu aperto, contudo suas pernas prendem as minhas. E com essa tentativa falha de escapar, sua mão livre se encaixa ao redor do meu pescoço, me empurrando mais contra a cama. Seus dedos são frios como gelo e cortam minha respiração à medida em que pressionam minha traqueia.

Meus olhos se enchem de lágrimas devido ao desespero que me invade e abro minha boca em busca do ar, que vai sumindo.

Abro meus olhos e tento controlar as batidas do meu coração. Meu Deus, era só um sonho; ou melhor, um pesadelo! Estou esticada na cama, como na minha imaginação, mas rapidamente levanto e olho ao redor: tudo como estava antes de eu dormir.

Mesmo percebendo que nada foi real, aquele sentimento horrível ainda está em mim, então, decido me refugiar no quarto da minha mãe.

...

"Boa aula! Seu pai chega hoje e ele já me disse que quer conhecer o Harry." Minha mãe fala assim que paramos em frente ao colégio. Assinto e retribuo o sorriso. Não sei pra que eu fui falar que estou namorando. Ainda vai completar uma semana e eles já querem que eu o leve em casa.

Enquanto ando, procuro por James ao redor. No lado esquerdo do gramado, ao fundo, posso vê-lo, em seu casaco do time de futebol e com o cabelo devidamente arrumado, e imediatamente vou em sua direção.

"Olá, Kevin." Cumprimento seu amigo. "James, quero falar com você!" Ele parece surpreso por um momento, mas em seguida lança um olhar para Kevin, o qual não consigo entender.

James concorda com a cabeça e dá alguns passos para trás, esperando pelo que eu tenho a dizer.

"Olha só, eu já sei que é você que está querendo me assustar. Então, já pode parar com essa palhaçada, a não ser que você queira uma queixa na polícia contra você!" Minha vontade é de estapear seu rosto, mas me controlo. Ele une as sobrancelhas e me encara confuso. Até parece que não sabe do que estou falando.

"Serena..." James coloca a mão no meu ombro e chega para frente. Rapidamente, me prontifico em tirá-la dali. Ele dá de ombros e continua. "Eu não faço a mínima ideia do que você está falando."

"Não se faça de idiota! Você já está avisado. Se por um acaso eu te ver outra vez atrás de mim ou dentro da minha casa, eu não vou ser tão legal assim." Ele revira os olhos e eu me viro depressa, para não me estressar ainda mais.

Passo por Kevin, mas nem me despeço, já que sua atenção está no celular em suas mãos.

Finalmente o sinal toca e estamos liberados para casa. Não vi Harry no intervalo, nem nas trocas de aula e ele não respondeu minhas mensagens. O que me deixou intrigada.

Quando estou saindo da sala com as meninas, sinto o celular vibrar na minha mão e vejo uma mensagem dele pedindo para que eu o encontre na parte de trás do colégio. Falo com as garotas, que se entreolham maliciosamente, mas ignoro, e vou encontrá-lo.

"Oi! Por onde esteve?" Tento abraçá-lo, mas ele impede. "Que foi?"

"Você pode, por favor, me explicar que porra é essa?" Tenta falar o mais calmo possível e estica o celular em minha direção.

Na tela, há uma foto. Mas não qualquer foto. Ali está James e eu, sua mão em meu ombro e minha cabeça tampando seu rosto. Kevin!

Minha boca se abre ligeiramente e olho para Harry, que levanta as sobrancelhas e passa o dedo na tela.

Dessa vez surge outra imagem. Agora, minha mão está por cima da dele e ele um pouco mais para frente. Quantas fotos Kevin deve ter tirado para pegar esse exato momento, antes de eu retirar a mão de James dali?

"Então..." Harry está com as sobrancelhas unidas, formando um vinco entre elas, enquanto morde o lábio inferior. Esperando por uma resposta.

!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!

Acho que deu ruim...

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Desabafo: Não consigo escrever um capítulo e não publicar 🗣️












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