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Abro a janela e saio para a pequena varanda. Me encolho um pouco quando um vento frio passa por mim e chego bem na frente. Harry está no gramado olhando para mim, agora sem a fantasia.

"Posso subir?" Solto uma lufada de ar em meio a uma risada silenciosa e assinto. Ele vai para o lado esquerdo e em instantes sobe para meu lado. "Eu ia ficar lá embaixo, mas vi aquela grade ali do lado. Você sabia que é fácil entrar aqui com..."

Sem que eu percebesse, uma enorme carga emocional toma conta de mim e começo a chorar. Envolvo meus braços ao redor de Harry e ele me aperta contra seu corpo. Talvez eu não tenha chorado antes pelo estado de choque, mas agora penso que eu poderia não estar aqui. Poderia estar jogada em qualquer lugar dessa cidade e todos que eu conheço nunca saberiam o que aconteceu.

"O que foi?" Harry afaga meu cabelo e eu me sinto extremamente protegida com ele por perto.

Tento controlar minha respiração e minhas lágrimas, mas é em vão. Ele começa a caminhar e eu apenas o sigo, ainda com o rosto em seu peito. O ar fica mais quente e percebo que entramos no quarto.

"Está tudo bem..." Devagar, levanto meu rosto e olho para seus olhos verdes. Suas sobrancelhas estão levantadas e ele parece não entender o porquê do meu choro. "Você está assim por minha causa?"

"Não..." Lá fora, o vento não cessa. Então me solto dele para fechar a janela.

"O que aconteceu com você?!" Harry arregala os olhos e me segura antes que eu possa abraçá-lo novamente. Ele joga para trás os poucos fios de cabelo que estavam para frente. "Por que seu pescoço está marcado assim?" Analisa minha pele e meus olhos transbordam mais uma vez.

Quando eu termino de contar, ele parece perplexo. Leva as mãos ao cabelo, puxando os fios para cima e depois cobre o rosto. Harry senta-se na cama e permanece com as mãos no rosto, até que levanta olha para mim e estica os braços para que eu vá até ele.

"Me desculpa." Meu coração se quebra vendo seus olhos cheios de lágrimas. Ele me puxa e eu fico sentada em seu colo. "Eu não devia ter te deixado sozinha. Eu sou um idiota, por favor, me desculpa."

"Harry, não é sua culpa." Acaricio sua bochecha.

"Mas se eu não tivesse saído nada disso teria acontecido. Você está bem mesmo?" Harry tem os braços em volta da minha cintura me segurando como se eu fosse fugir.

"Ninguém sabe o que pode ou não acontecer. Isso não foi culpa sua! Não fica assim." Meus olhos coçam devido ao choro e eu imagino meu rosto vermelho e inchado agora.

"Eu devia ter te protegido..." Ele resmunga com o rosto em meu cabelo.

"Estou bem agora." Levanto seu rosto e dou um selinho em sua boca. "Mudando de assunto, você vai se desculpar com o Nathan." Harry revira os olhos e me faz rir. Seco uma última lágrima que ainda escorria e o abraço.

"Sério? Eu já pedi desculpa pra você."

"Você foi um idiota com ele! Por que fez aquilo? Você sabe que ele é meu amigo." Seus olhos verdes passam por cada parte do meu rosto e ele afasta uma mecha de cabelo que caiu na frente do meu rosto. "Para de me olhar assim, me deixa envergonhada." Rio sem graça e olho para baixo.

"Eu não consigo ver outra pessoa perto de você, mas vou me controlar. Desculpa ter sido um idiota e desculpa ter te deixado sozinha." Harry segura meu rosto com as duas mãos e cola seus lábios nos meus.
É tão bom senti-lo tão perto assim.

Ele me dá mais um selinho e outro e outro. Então, começamos um beijo; sua língua delicadamente em minha boca e seus lábios quentes contra os meus.

"Acho melhor eu ir, está tarde." Harry sussurra quando ficamos sem ar.

"Não. Fica aqui." Falo ainda mais baixo. "Por favor."

Seu olhar penetra o meu e ele assente, então, eu me levanto para trancar a porta - se meus pais entrarem aqui e o verem, estamos perdidos. Certifico-me de que a janela está realmente fechada, fecho as cortinas e apago a luz, deixando apenas o abajur aceso.

Meu namorado se afasta e eu me deito ao seu lado, com a cabeça em seu peito. Ele começa a passar os dedos pelo meu cabelo e deixa um beijo na minha testa. O silêncio é confortável e eu me sinto acolhida com ele, seu cheiro me abraçando e o calor de seu corpo me aquecendo. Não demora muito para que meus olhos fiquem pesados.

"Eu te amo, Serena." Ouço o moreno sussurrar, mas o sono já está me levando.

...

Me mexo na cama e me aperto mais a Harry. Afundo meu rosto na curva de seu pescoço e tento voltar a dormir, mas o barulho da maçaneta da porta me desperta. A pessoa insiste mais uma vez e para quando percebe que realmente está trancada.

"Harry!" Sussurro e balanço o rapaz ao meu lado. "Harry, acorda!"

Ele resmunga e eu continuo empurrando seu braço.

"Que foi?" O rapaz murmura com a voz extremamente grave.

"Queria que você ficasse aqui, mas meus pais já acordaram." Apoio meu cotovelo na cama e olho para ele. Seu cabelo está bagunçado e ele sorri de lado quando finalmente abre os olhos.

"Me acostumaria a acordar com essa visão."

"Para com isso!" Ele ri de mim e se levanta me puxando junto.

"Já que está me expulsando..." Deixa um selinho demorado em minha boca e se abaixa para calçar os tênis.

"Você é tão dramático." Ele solta uma risada. "Não estou te expulsando, você sabe. Se meus pais te verem aqui eu vou ficar encrencada."

"Eu sei... Até mais, então." Aperto ele em um abraço e ele logo retribui. Harry deposita um beijo em minha cabeça e ficamos assim por um tempo.

Abro a janela e ele desce pela grade, depois de me dar um último beijo. O observo passar em silêncio pelo gramado ao lado da casa e depois ele some do meu campo de visão. Fico aqui por mais um tempinho e retorno ao meu quarto.

Troco de roupa e saio para o banheiro. Com tudo feito, desço as escadas para encontrar meus pais. Antes de chegar à cozinha, ouço os dois conversando mais baixo que o normal.

"E se for, Adam?" Minha mãe soa aflita e isso me chama atenção. Caminho mais devagar.

"Como pode ser Elizabeth?" É a vez de meu pai falar. "É praticamente impossível!" Eu estou entendendo absolutamente nada do que eles estão falando.

De repente, Louis solta um miado atrás de mim e eu levo um susto. Meu coração dispara por um momento e eu olho para ele.

"Louis, por onde esteve?" Pego o bichinho no colo e vou para a cozinha.

"Bom dia, flor do dia."

"Bom dia, mãe." Me sento ao lado do meu pai.

"Sua porta estava trancada hoje." Ele comenta enquanto toma seu café.

"Eu achei que me sentiria mais segura." Dou de ombros. Meu pai concorda.

"Estamos aqui." Minha mãe sorri e coloca um prato com panqueca na minha frente. Ponho Louis no chão e começo a comer.

"Mais tarde vamos na delegacia levar os tais bilhetes para o sargento." Assinto.

Só quero que a polícia consiga descobrir quem está por trás disso e que toda essa situação acabe logo.

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Só queria dizer que fico MUITO feliz com as mensagens e comentários de vocês. Não sei se sabem, mas isso é um grande incentivo. OBRIGADA!!

Espero que estejam gostando da história. Por favor, não se esqueçam de votar e comentar. E se puderem, falem da fic para os amigos <3

Beijão e se cuidem!!!

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