Remus já estava normal, tirando algumas dores e cicatrizes. Comeu a quantidade normal, voltou a ter a mesma energia, atenção, seriedade, tudo. Ele não tocava no assunto de ter saído da escola para ir visitar a sua mãe e de no dia seguinte ter aparecido na Enfermaria todo ferido. Margarida até pôs a hipótese dos pais dele o maltratarem, mas depois lembrou-se do brilho nos seus olhos ao falar deles.
No dia seguinte Margarida foi com Remus à biblioteca, Sirius e James não quiseram ir. Eles não se conseguiriam concentrar mesmo que quisessem. Remus foi à prateleira de Defesa Contra Artes das Trevas. Margarida foi à de Encantamentos, se ela tinha conseguido fazer um Aquamenti sem treino algum o que poderia fazer mais? Simplesmente pegou no primeiro livro que lhe apareceu à frente, nem se importou em ler o título.
Sentou-se na mesa em que Remus estava e abriu o livro na primeira página. Falava sobre feitiços para encantar objetos. Ela leu e leu até encontrar algo que lhe interessou.
Oppugno - encantamento que faz o objeto ou animal a que se aponta a varinha atacar uma pessoa ou animal.
Ela continuou a leitura e encontrou muitos outros encantamentos e feitiços que poderiam ser bem úteis. Quando repararam já era hora de jantar.
Estavam no início do mês de outubro, o tempo passa mesmo rápido, daqui a nada seria Halloween. As aulas estavam a ficar cada vez mais interessantes.
A aula de Transfiguração estava a ser uma seca, ainda estavam na parte teórica. Na próxima semana é que começariam a transfigurar coisas. Segundo Lily seriam coisas bem pequenas e simples, como por exemplo um fósforo numa agulha. Sirius e James estavam esperançosos de que fosse uma mesa num porco, como a professora McGonagall tinha feito na primeira aula da matéria.
Finalmente a aula acabou, Sirius e James fizeram umas palhaçadas e teriam que ficar de castigo no dia seguinte. Os dias estavam a ficar cada vez mais pequenos e frios e tinham que os aproveitar. Com esse propósito saíram do castelo ainda com as mochilas. Estava cada fez mais frio, o vento batia no rosto de Margarida e seus cabelos teimavam em colocar-se em frente dos seus olhos.
Ao lado de uma árvore podiam-se avistar três rapazes que pareciam do quarto ou quinto ano a tentar ameaçar um do primeiro. O grupo ia a conversar normalmente, Margarida olha de relance para a frente e...
-- Olhem! - exclama ela levantando a mão esquerda como que a pará-los. - O que é que se passa ali? - a sua mão direita como que por reflexo vai o bolso interno da capa onde estava
-- Aquele é o Pettigrew? - pergunta James retoricamente.
-- Margarida! - exclama Sirius.
Ela tinha a varinha na mão e corria até ao local da confusão. Colocou-se em frente do Pettigrew e apontou a sua varinha aos rapazes.
-- Vejam só, a Black também quer brincar - diz o que parece ser o chefe do trio e os outros dois riem.
Margarida não se deixa levar. Segura a varinha mais firme e levanta a cabeça como que a mostrar que não tem medo, o que era verdade. Vários alunos aperceberam-se da confusão e começaram a fazer um círculo em volta dos cinco, com uma certa distância. Sirius, James e Remus estavam no círculo, eram os que estavam mais próximos.
-- Metam-se com alguém do vosso tamanho - avisa ela.
-- E essa pessoa decerto que não és tu - diz o rapaz do lado esquerdo do chefe.
-- Deixem-na, não a envergonhes mais - diz o chefe do grupinho. - Ela não é perigo nenhum, está apenas no primeiro ano.
-- Lá por estar no primeiro ano não quer dizer que seja vulnerável - recruta ela.
-- Então mostra o que vales - desafia o mais velho, ele não o devia ter feito pois a Black adora desafios e pouca vezes perdeu um.
-- Margarida - avisa Sirius.
-- Cala-te, Sirius - manda ela.
-- Vá, estás à espera de quê? Ou não consegues?
Ele não devia ter dito aquilo. Parecia que Margarida estava a ter uma branca. O professor Flitwick nunca tinha ensinado nada sobre feitiços para atacar ou humilhar alguém. Até que se lembrou da biblioteca, do livro, dos feitiços, de tudo.
-- Oppugno - diz ela apontando a varinha a umas folhas que estavam ali perto que disparam para o chefe do trio que estava espantado, ela nunca tinha feito algum feitiço daquele tipo. - Tarantallegra - o rapaz do lado esquerdo começa a dançar sem conseguir parar. - Rictusempra - o rapaz do lado direito começa a rir e a agarrar-se à sua própria barriga por conta das inúmeras cócegas.
Margarida chega-se para trás e coloca a sua mão direita no ombro de Pettigrew que está ao seu lado. Toda a gente se ria, incluindo Remus que supostamente não iria concordar com uma brincadeira do género. Pettigrew parecia estar mais descontraído.
-- O que é que se passa? - a professora McGonagall abre caminho entre a multidão e olha para os três rapazes enfeitiçados e para Margarida, que ainda tinha a varinha na mão, e Peter. - Finite Encantatem - aponta a varinha ao trio e os efeitos dos encantamentos acaba. - Miss. Black, foi você que fez isto?
-- Sim - responde Margarida simplesmente.
-- Não sabe que é proibido utilizar magia fora das aulas e contra qualquer aluno ou professor? - pergunta ela com um olhar que é capaz de meter medo até a Merlin.
-- Sei - responde, mais uma vez, simplesmente.
-- Se sabe porque é que utilizou magia fora das aulas e contra três alunos?
-- Porque eles estavam a gozar com o Pettigrew - responde ela não sabendo se era exatamente isso que eles estavam a fazer.
-- Não sabia chamar um professor, funcionário ou Monitor?
-- Não havia nenhum por perto - responde ela.
-- Ia procurar um. E mesmo que tenha agido por bem irei retirar cinco pontos a Gryffindor pela infração - afirma ela séria. - E irei conceder mais cinco pontos a Gryffindor por defender o seu colega e por ter feito, sem treino algum, estes três encantamentos - ela dá um pequeno sorriso. - Vocês os três irão perder dez pontos cada um para as vossas equipas e ganham um castigo de uma semana - a professora sai e a multidão começa a desfazer-se ficando apenas Sirius, James, Remus, Margarida e Peter.
-- Obrigada - agradece, baixinho, Peter.
-- Não tens de quê - responde Margarida com um sorriso. - Além disso precisava de testar estes feitiços e parece que arranjei uma desculpa para os ter feito.
-- Na verdade esses feitiços são difíceis de fazer, principalmente para um aluno do primeiro ano - informa Remus. - Preferes que te tratemos por Pettigrew ou Peter?
-- Peter.
-- Sem querer parecer inconveniente, - começa Sirius, quando ele dizia aquilo que dizer que vai dizer uma porcaria qualquer - mas eles já fizeram isto mais vezes contigo? - Peter encolhe-se e cora, envergonhado, e diz que sim com a cabeça.
-- E se - começa James - tu começares a andar conosco, assim eles não vão mais incomodar-te.
-- Além de terem medo da Margarida - implica Sirius e ela dá-lhe uma cotovelada. - Au! - queixa-se.
-- Bem feito - murmura Margarida com um sorriso de lado.
O quinteto volta para o castelo sem saber que aquilo não seria apenas uma proteção, seria uma amizade.
Este capítulo não está lá muito bom e está mais pequeno do que os que costumo escrever. Se gostaram deixem voto e/ou comentários.
Abraços
Margarida Valadas
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A Gémea Black (Descontinuada)
FanficSuponho que já tenham ouvido falar da família Black, certo? Aquela família Sangue-puro e que tem nojo dos Muggles e Nascidos-muggles? Ok, agora já sabem. Esta é a história da irmã gémea de Sirius Black, Margarida Black. É difícil de se habituar a...