Probleminha Peludo (1º ano)

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Às três da manhã no dia 30 de janeiro de 1972, Margarida Black estava deitada de barriga para cima na sua cama do seu dormitório.

Era a única acordada naquele horário. Todo o castelo estava em completo silêncio. Apenas os fantasmas perambulavam pelos corredores da escola. Naquele completo breu e silêncio, ouviam-se os roncos de Peter, que vinham do dormitório masculino.

A Black, olhava para o teto do seu dossel, com os olhos abertos, sem algum requisito de sono. Tinha a mente demasiado acordada para dormir. Não queria pensar no que estava a pensar. Por vezes, a sua mente saía das dificílimas matérias da escola para aquilo que ela tentava ignorar.

Poderia até ser uma notícia feliz para qualquer outra rapariga da sua idade, mas não para ela. Seria uma grande responsabilidade e seria difícil esconder dos seus pais. Se contasse receberia algum castigo por ser diferente ou até "apressada". Não se lembrava de outra mulher ou rapariga da sua família que tivesse tido aquilo tão cedo. Por Merlin, ela tinha onze anos recém feitos, estava apenas no primeiro ano, porque é que tinha que ser com ela?

Claro que estava feliz por ser finalmente uma adolescente e poder esfregar isso a qualquer momento na cara do seu irmão, mas, tinha que ser agora? Não podia ser quando ela fosse um pouquinho mais velha.

Mas agora que estava a aceitar começou a pensar, será que teria muito? Pouco? Teria de 28 em 28 duas como o previsto? Teria de muito em muito tempo ou de pouco em pouco? Os pensos são desconfortáveis? Ficaria mais irritadiça? Teria muitas dores? Teria que andar com pensos de um lado para o outro? Teria que perder mais de metade dos intervalos que servem para conseguir chegar a tempo à próxima aula na casa-de-banho? Teria que explicar aos professores o porquê do atraso? Iriam aceitar essa desculpa ou não iriam acreditar nela e iria chumbar por faltas? Ok, isto já é demasiado pessimista. Mas o mais importante: deveria contar aos rapazes e a Sirius?

Ok, esta pergunta só pode ser respondida tentando, só se ela dissesse saberia. Será que devia? NÃO!, ainda não era o momento.

Pelo menos tinha a Lily e a Marlene para ajudá-la.

Outra coisa que ela odiava, o seu corpo. Comparado com os da Lily e da Lene o dela era uma porcaria. A Lily era baixinha e basicamente uma tábua, lisa. A Marlene era um pouco mais desenvolvida que a Lily, tinha o rabo liso e uns pequenos seios. Mas e ela? Margarida era um pouquinho mais baixa que Sirius, tinha uma cintura fina, umas ancas largas, uns seios grandes para a sua idade e um rabo até que grande. Para Margarida o corpo dela apenas significava uma coisa: horrível.

Sirius dizia sempre que ela era a rapariga mais bonita que ele alguma vez havia visto. Mas Margarida era muito insegura, quando Sirius à um mês atrás disse que ela era inteligente e ela disse que sabia disso ela só disse aquilo porque naquela situação era verdade, nem sempre ela era inteligente.

De tanto ser rebaixada quando fazia algo de errado, mesmo que fosse por uma coisa insignificante, começou a rebaixar-se a si mesma por coisas que não afetam nada, como escrever a letra errada numa palavra de um texto. Quando ela colocava os braços em frente do rosto e dizia que era uma bosta e uma merda baixinho, para ela mesma, Sirius perguntava o que se passava e ela sempre dizia que não era nada.

-- Toca a acordar recém adolescente - grita Lene abrindo as cortinas da cama de Margarida que a olhava com uma sombrancelha erguida e um olhar cansado. - Ah, - diz a McKinnon de forma seca - ainda isso. Não acredito que passaste a noite em claro a pensar nisso.

-- Não devias passar noites em claro, faz mal - aconselha Alice, e Margarida pensa "Eu não mereço as amigas que tenho".

-- Uma também não faz mal - cantarola Marlene encaminhando-se para a casa-de-banho. - Despacha-te ruiva!

A Gémea Black (Descontinuada)Onde histórias criam vida. Descubra agora