Capítulo 2: Entre preparativos e vestidos.

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Saímos da sacada e voltamos para o meu quarto. Olhei de um lado para o outro procurando minha mãe, mas ela havia saído.

- Bom, - Disse Helena. - a senhorita tem uma festa de vinte e uma cerimônia do elemento para participar, então é melhor começar a se arrumar.

- Já vou, mas antes eu quero ver como o salão de baile está ficando. Quer vir comigo?

- Claro! - Helena disse se juntando a mim.

Caminhamos lado a lado até chegarmos na porta do salão.

Fiquei boquiaberta.

- Está tudo lindo! - Disse dando passos lentos ao entrar naquele lugar todo decorado com bolas de luz de verdade.

As paredes eram decoradas com dourado e havia como centro de mesa rosas brancas com as pontas pintadas da mesma cor.

- Gostou? - Minha mãe perguntou quando chegou perto de mim. - Tentei fazer do jeito que você gosta.

- Está tudo perfeito! - Disse a abraçando. - Desculpe por agora a pouco, não quis te deixar triste.

- Eu que deveria pedir desculpas. - Disse segurando meu rosto com as duas mãos. - Fui muito acelerada em relação a... bem... aquilo. Você ainda é muito jovem.

Ela tirou as mãos do meu rosto e foi escorregando pelo meu braço até chegar na ponta de meus dedos. Minha mãe os segurou e  me encarou por um instante, depois beijou minha testa e saiu, sem dizer mais nenhuma palavra.

Fiquei parada por um tempo atônita, até que sinto me puxarem pelo pulso.

- Pronto! - Helena disse me guiando de volta ao meu quarto. - Já viu o que tinha que ver, agora você precisa se aprontar.

Fomos subindo as escadarias mais rápido do que de costume e isso me deixou ofegante. Estou certa de que meu primeiro decreto como rainha vai ser colocar elevadores no castelo.

Quando chegamos no quarto, ele já estava cheio de araras com dezenas de vestidos à mostra.

- Meu Deus! - Exclamei. - É muita roupa!

- E como são muitas, precisamos começar a provar agora. - Disse Helena me puxando para a primeira arara.

Nós provamos vários vestidos. Todos eram belíssimos, mas um me chamou atenção.

Ele era longo e volumoso com pregas na base, tinha a cor creme, rosas douradas bordadas na ponta da saia e detalhes da mesma cor no decote em V não muito à mostra.

Era, sem dúvida, o vestido mais lindo que eu já vi.

- Vai ser esse. - Disse tirando-o da arara.

Helena assentiu batendo palminhas e me levou para o banho enquanto escolhia meu sapato e as joias. Eu sabia que ela iria escolher algo que eu adorasse.

Depois que eu saí, me vesti com o vestido escolhido, coloquei um salto dourado que tinha uma tira única de pedras que contornava meus dedos, além do colar de rubi que fazia par com os brincos de mesma pedra selecionado por Helena.

Colocaram uma maquiagem simples enquanto faziam meu penteado. As criadas traçaram uma parte do meu cabelo castanho e passaram para o outro lado como uma tiara e depois soltaram parte da minha franja na frente.

- Você está linda. - Disse Helena me olhando orgulhosa.

- Todas vocês fizeram um trabalho incrível. - Disse me levantando. - Obrigada a todas que me ajudaram.

As criadas sorriram, fizeram uma reverência e depois saíram me deixando apenas com Helena no quarto.

- Ei. - Disse Helena colocando as mãos nos meus ombros para que eu a olhasse nos olhos. - Vai dar tudo certo.

Eu desviei o olhar.

Ela me conhecia melhor que ninguém.

- Eu sei que está nervosa pela cerimônia e por causa da história do pretendente. - Disse colocando sua mão em meu queixo fazendo com que eu a olhasse. - Mas vai dar tudo certo. Eu estarei lá com você.

- Eu sei. - Disse a abraçando.

Eu estava tão nervosa que nem percebi que Helena já estava arrumada. Ela usava um vestido curto, dourado e colado, um salto também da mesma cor e um colar simples de ouro.

Seu cabelo cacheado estava solto, e as mechas loiras se destacavam com todo o dourado de sua roupa.

- Está pronta? - Ela me perguntou.

- Acho que sim. - Disse excitante.

Descemos as escadas e fomos para o salão principal. As portas estavam fechadas, mas eu ouvia o som da conversa dos convidados e da música tocando.

Helena fez um gesto indicando que iria se retirar. Era meu momento e eu teria que fazer sozinha, então abri as portas.   

Crônicas do dia e da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora