Capítulo 7: Entre visitas e cavalgadas.

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  Fiquei o resto da tarde lendo livros sobre política da guerra, psicológica, como liderar e coisas do tipo e acabei adormecendo em cima da mesa. Acordei de manhã com as costas doendo e o rosto com o formato da minha caneta. Merda! Me levanto e começo e enquanto me preparo para o banho lembro da noite anterior. De como eu estava com raiva de ser como sou, de ser fraca, chorona e não ter nem um pouco de instinto de liderança. Ainda tem as crises de ansiedade, que me deixam mais vulnerável ainda. E se de fato tiver aquela guerra que eu vi no cristal? Que por sinal, não contei a ninguém. Estou com raiva de Lluc por ser tão desdenhoso, grosso e insensível. Estou com raiva deles terem desprezado meu texto sem nem terem lido, sei que ninguém é obrigado a ler nada, mas custava tentar? Pelo menos Mahina fez isso. Ela parece ser uma pessoa boa.

Começo a me ensaboar e depois a enxaguar meu corpo na banheira.

Acredito ter chegado em uma conclusão: Vou tentar ser uma pessoa melhor. Uma líder melhor, me cuidar e sair do mundo dos livros por um tempo para viver a vida real. Vou voltar a fazer equitação, esgrima e arco e flecha como fazia antes. Vou me preparar para uma guerra que nem sei se é real. E o pior de tudo é que terei de fazer isso sozinha. Ninguém poderá saber, pois se soubessem, os habitantes iriam surtar. Não quero que isso aconteça.

Saio do banheiro enrolada com uma toalha. e quando vou me sentar na cama Zahara aparece.

- Bom dia Eli... O que aconteceu com o seu rosto. - Zahra correu até mim e segurou minhas bochechas com as duas mãos para analisá-las.

- Dormi em cima da caneta. - Digo. - Relaxa, não aconteceu nada.

- Certo... vamos tomar banho... Você já tomou?

- Tomei, Zahra.

- Certo, então vamos escolher seu vestido.

- Eu não quero usar vestido hoje.

Ela se vira para mim com uma cara de confusa e pergunta:

- Não quer usar? O que aconteceu?

- Nada. - Minto. - Só quero voltar a praticar os esportes que praticava antes.

- Então tá. - Zahra abre o closet. - Já que não vai usar um vestido, nem preciso trazer a arara com oq eu lavei e passei. Hum... deixe-me ver... Esse! Ela pega uma calça de equitação azul marinho que estava pendurada no cabide junto com uma camisa branca e o "casaco" também azul marinho que usa em cima da blusa.

Eu começo a vestir a roupa enquanto Zahra pega as botas e o capacete.

Depois de me vestir, ela faz um rabo de cavalo baixo em mim, mas minha franja continua solta (ela bate um pouco mais abaixo que meu queixo) e eu desço para o café da manhã.

Tenho que concordar que a minha roupa de equitação é bem mais justa comparado aos meus vestidos soltinhos e mostra muito bem as minhas curvas, mas eu não imaginava aquela reação quando cheguei na sala de café.

Quando eu abri as portas, Mahina abriu um sorriso orgulhoso, Serafim, Ayla e Luís arregalaram os olhos e Lluc derrubou, literalmente, o garfo que estava comendo no chão.

Arqueei a sobrancelha.

- Bom dia. - Disse como se nada tivesse acontecido nessa mesma sala no dia anterior.

Comecei a comer minha salada de frutas e eles ainda me olhavam. Levantei o rosto e eles desviaram a cara, menos Mahina.

- Você está linda. - Mahina fala sorridente.

Crônicas do dia e da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora