Capítulo 16 Piquenique

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O dia anterior havia sido indescritível para mim. E por mais que eu tentasse não pensar sobre, cada pensamento meu voltava a Melissa. Eu via seus olhos pela pequena cabana, o jeito como mexia o cabelo, jeito como olhava pro chão quando estava com vergonha, e o brilho de coragem nos seus olhos um segundo depois. Eu não parava de pensar nela um segundo, e por mais que estivesse a um bom tempo tentando trabalhar, todos os desenhos que havia feito eram dela.
Levantei pra pegar água, era um domingo bem quente. Resolvi tomar um banho pra ver se acalmava meus ânimos e pensamentos, depois vesti um short curto e um top, quando ouvi alguém bater na porta. Andei até lá enquanto enxugava meu cabelo. E não pude deixar de sorrir quando abrir a porta.
Ela me olhou de cima a baixo e logo depois corou, olhou pra chão e depois levantou a cabeça com um brilho de coragem nos olhos. Eu amava isso nela.
_ Oi, bom dia, ocupada? _ Me perguntou sem graça.
_ Bom dia Mel. Pra você nunca._ Dei espaço pra ela passar.
_ Tá afim de sair? Quer dizer, uhh, eu queria te levar em um lugar, se você não tiver ocupada é claro, por que senão a gente pode marcar pra outro dia.
Minha vontade era beija-la alí mesmo, mais eu não podia fazer isso, porque prometi que iria no tempo dela.
_ Pra onde a gente vai?
_ Surpresa. _ Ela disse colocando as mãos no bolso da bermuda.
_ Que tipo de roupa eu visto? Ou eu vou assim mesmo?
Ela olhou pra minha barriga a mostra, engoliu saliva, o que me fez rir.
_ Acho melhor vc colocar uma camisa. Bom você decide. Coloca algo confortável pra você. E biquíni.
_ Biquíni? Então a gente vai nadar?
_ Para de ser curiosa Leah.

Coloquei um biquíni, o mesmo short que eu estava e uma camiseta, calcei um tênis. Voltei pra sala, e Melissa estava sentada no sofá, olhando os desenhos que eu acabara de fazer. Me sentei do lado dela. Ela tinha uma expressão neutra o que me deixou em alerta.
_ Tudo bem? _ Perguntei.
_ Você me desenhou. Ficaram muito bons.
_ Você gostou?
_ Sim. Mas porque tantos desenhos meus?
_ Eu não sei. Eu só fui desenhando. Eu não quero que você fique sem graça por isso.
_ Eu não estou. É só que você me vê de uma forma muito intensa. Não sei se isso é bom. Eu não quero te magoar Leah. Não mesmo.
_ Não se preocupe com isso. É só você ser sincera com você mesma que eu sei que não vai me magoar.
_ Acho melhor a gente ir.
Ela disse deixando os desenhos em cima da mesa e se levantando. Peguei meu celular e a segui, indo em direção a porta. Entramos no carro em silêncio, ela dirigia pensativa. Era silencioso a estrada também, só se ouvia o som da natureza por perto, isso até meu celular começar a tocar. No terceiro toque eu já o havia atendido.
_ Alô.
_ Fala mana. Como estão as coisas por aí?
_ Estão bem. E com você e a Agnes?
_ É sobre isso mesmo que queria falar contigo, eu a amo Leah. Amo mesmo, sei que não tive um imprinting por ela, mas o que sinto por ela é muito forte. Não quero esconder dela quem eu sou, ou fui, nem esconder minha irmã, minha família, sabe? Eu quero me casar com ela, mas quero que ela me aceite com tudo que vier. Quero que ela saiba que se um dia tivermos um filho ele pode vir a ser como eu.
_ Não sei nem o que te dizer Seth, o concelho nunca vai deixar você contar pra ela, mas eu concordo com você quanto a isso. Eu acho que ela deveria saber mesmo sobre isso.
_ Por isso te liguei Leah, eu vou pra La Push no próximo final de semana, vou pedir ao conselho, e gostaria muito que você estivesse lá pra me apoiar.
_ Vou tentar ir Seth. Mas não prometo nada. Eu tenho que desligar agora.
_ Obrigado Leah. Tchau.
_ Tchau.
Melissa dirigia em silêncio. Havíamos saído da cidade a uns vinte minutos quando ela pegou uma trilha pra fora da estrada, ela estacionou e foi pro porta malas. Pegou duas mochilas, me entregou uma e pegou a outra e uma câmera.
_ Vamos?
_ Sim.
Depois de mais uns dez minutos andando em silêncio por uma trilha estreita começamos a conversar.
_ Seu irmão quer te ver?_ Ela perguntou receosa.
_ Sim. Ele quer que eu vá a La Push. Pra dar apoio e suporte pra ele.
_ E você vai?
_ Não sei ainda. Quero ir, porque sei que poucos vão ficar do lado dele e também porque sei como é ser a garota que não sabe de nada. E é um saco. Mas ao mesmo tempo não sei quanto tempo consigo ficar longe de você.
_ Doe físicamente em você? Ficar longe de mim?_ Ela perguntou parando pra me olhar.
_ No início é só um incômodo, mas com o tempo vai ficando físico. É como um mal estar generalizado por todo o corpo.
_ Quanto tempo você consegue ficar longe de mim?
_ Não sei ainda. Quando te vi pela primeira vez a gente ficou um tempo longe e eu já estava incomodada com a distância.
Voltamos a andar em silêncio, depois de uns quarenta minutos caminhando chegamos a um cachoeira maravilhosa.
_ Uau. Que lindo._ Disse maravilhada com o local.
_ É um dos meus lugares favoritos. Venho sempre aqui. Vem.
Ela pegou minha mão enquanto me guiava pra um lugar pra deixar as mochilas e a câmera, no mesmo lugar ela começou a tirar suas roupas ficando só de biquíni, fiz o mesmo e a segui para a água. Mergulhamos por um bom tempo, brincamos dentro da água e conversamos também. Enquanto eu dava um mergulho mais profundo não percebi quando Melissa saiu da cachoeira. Ela já havia vestido o shorts e estendia uma toalha em cima de uma pedra enorme.
_ Mel, porque tu não me chamou.
_ Por que você estava curtindo seu mergulho.
Vesti meu shorts também e a camiseta. Melissa tinha pensado em tudo, havia várias comidas ali. Bolos, sanduíches, brownie, suco, jujubas e etc.
Comemos conversando sobre coisas aleatórias. Depois de um tempo ali curtindo o sol Melissa pediu ajuda pra guardar as coisas para irmos. Quando achei que voltaríamos por onde havíamos vindo ela me chama pra irmos para o outro lado. Caminhamos por umas duas horas, até chegarmos no topo da montanha. Ela estendeu a toalha no chão e colocou suas coisas lá. Eu estava tão maravilhada pela vista. Eu olhava o horizonte com o sorriso de orelha a orelha.
_ Ei Leah!_ Melissa me chamou e quando eu virei ela tirou uma foto minha._ É tão difícil de ver você sorrindo. Tive que registrar o momento.
_ Você é muito boba neh Mel. A coisa que eu mais faço é sorrir igual idiota pra você.
_ Eu sei._ Ela riu._ Mas eu ainda não tinha registrado.
Ela se aproximou me abraçando pela cintura o que me fez arrepiar, colocou o queixo no meu ombro e disse.
_ Agora você sabe qual é o meu lugar preferido. E porque.
_ Estou muito feliz por você ter me mostrado esse lugar lindo. E principalmente por ser importante pra você.
_ Você ainda não viu a melhor parte Leah. Vem.
Ela me puxou pra onde tinha estendido a toalha. Tinha uma pedra próxima que eu usei pra me encostar e Melissa ficou entre minhas pernas encostada contra meu peito. Ficamos ali um tempo tirando fotos, até começar o por do sol, nessa hora ela se levantou me puxando pra perto dela. Fiquei a abraçando pela cintura enquanto ela abraçava meus braços que estavam volta dela.
_ A melhor parte.
_ A melhor parte.
Seus olhos brilhavam com o reflexo do por do sol.
_ É perfeito Mel.
_ Eu sei.
Ela ficou de frente pra mim agora, nossas respirações já pediam espaço uma pra outra. O beijo foi lento, cheio de carinho, sentimento, e desejo. Paramos quando nos faltou o ar. Nos beijavamos mais algumas vezes o céu já estava estrelado quando fomos embora. Melissa havia levado lanternas e dessa vez pegamos uma outra trilha, uma que nos fez estar no carro em meia hora.
Quando chegamos ao carro começamos a nos beijar antes de irmos o que nos atrasou um pouco. Meu banco estava lá atrás, Melissa estava no meu colo, com uma perna de cada lado. Ela beijava meu pescoço, enquanto acariciava meu seio com uma mão e a outra estava dentro do meu shorts me masturbando. Tudo isso me fazia gemer no ouvido dela, enquanto apertava um pouco sua coxa e bunda. Não demorou muito tempo e gozei, ela me beijou e mordeu minha boca relaxando o corpo em cima do meu.
Depois de termos controlado nossas respirações, nos ajeitamos nós nossos respectivos bancos e voltamos pra cidade. Agora conversamos sobre amenidades, a mão de Melissa sempre pousava na minha coxa nos intervalos de trocar a marcha e minha mão acariciava se cabelo, ou as vezes sua mão que estava na minha perna.
Quando chegamos em frente da cabana. Nos despedimos com vários beijos. Melissa disse que só não ficava por que tinha um jantar em família.

Lupina esmeraldaOnde histórias criam vida. Descubra agora