1: Destruidora de Lares

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Para entender essa história: https://twitter.com/Puddins_Pumpkin/status/1285367677301723137?s=19

"Vadia, louca, depravada
Te quero na cama, na rua, no carro, na escada
Lambe esfria, bate esquenta
Eu quero, agora aguenta."
- Brasa, Jade Baraldo.

Astrid Hofferson sempre foi sua típica líder de torcida mau caráter, com tantos traços típicos que nem parecia ser de verdade.

A garota era a herdeira favorita da família Hofferson, a mais poderosa dinastia de capital do Arquipélago Barbárico graças à criação do conglomerado Nadder Incorporated nos anos 50. Então é claro que desde o segundo em que havia nascido, Astrid Hofferson tinha tudo o que queria, exatamente no momento em que queria.

Quer dizer, quase tudo, já que haviam duas coisas que nem mesmo ela poderia ter: uma vida familiar boa, já que o pai a enfiou no internato em que nossa história se passa tão logo a menina tinha idade o suficiente para ser aceita, e sua obsessão mais duradoura: o muito comum e completamente sem graça Soluço Haddock.

Não podia existir duas pessoas mais diferentes do que aqueles dois: Astrid era extremamente rica, popular, fisicamente uma das garotas mais bonitas de toda a escola, apaixonada por festas, sexo e álcool.

Soluço, por outro lado, vinha de uma família financeiramente normal, - não eram pobres, mas também não tinham dinheiro de sobra - era um garoto invisível na hierarquia escolar e o que muitos considerariam como nerd de carteirinha, tinha um grupo de amigos pequeno e seleto e passava a maior parte do tempo em suas atividades extracurriculares ou na biblioteca.

Então teoricamente, Soluço e Astrid não tinham sequer como terem se conhecido, não andavam nos mesmos círculos sociais, não praticavam os mesmos esportes e quase não tinham as mesmas aulas juntos. Quase, porque é claro que no primeiro ano os dois dividiam a mesma aula de matemática - coincidentemente uma das matérias favoritas dos dois e aquela fosse talvez a única semelhança entre eles - e muito se especula que fora ali onde a faísca do interesse da garota realmente nasceu.

Mas aquela faísca não foi o suficiente para que Astrid fizesse alguma coisa, pois até a pior das piranhas tinha alguma moral e a moral de Astrid que a mantinha na linha tinha nome e sobrenome: Rebecca Grieg, a namorada de Soluço desde que o garoto havia se transferido para a escola. Astrid podia ser muitas coisas, mas destruidora de lares não era uma delas, por isso a loira aceitou a derrota de uma batalha em que ela nem mesmo havia se esforçado para entrar e se distraiu com atletas burros, cafajestes e professores.

- Tenho certeza que vão terminar. - Astrid comentou com as amigas enquanto as três observavam de longe Soluço e Rebecca discutindo sob o pessegueiro do jardim. Não podiam ouvir o que estavam dizendo, mas as três sabiam que não era bom.

Foi Heather quem revirou os olhos.

- Tomara, quem sabe assim você para de stalkear o garoto.

Astrid riu, não prestando atenção ao comentário da amiga. Verdade seja dita, nem mesmo Heather ou Cabeça Quente aguentavam mais ouvir o tempo todo sobre como tudo era sempre "tão injusto! Eu nunca consigo nada que eu quero! Olha só pra ele, Heather... Ugh! Só está perdendo tempo com aquela pobre coitada sem graça!". Sim, o discurso era sempre o mesmo e tanto Heather quanto Cabeça Quente já haviam se conformado de que não mudaria.

Foi Rebecca quem saiu, deixando o garoto ainda debaixo do pessegueiro e para a surpresa das amigas, tão logo a garota tinha virado as costas, Astrid cruzou o jardim, ignorando o chamado das amigas.

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