|•Capítulo quatro•|

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Nervosa e ansiosa, era este o estado em que Cassiopeia se encontrava, sua mente rondando para responder apenas uma pergunta:
"Como saber se havia tomado a decisão certa confiando em Sírius !?"

Ela podia até saber alguns fatos sobre sua vida, ou mesmo entender sua linguagem corporal, afinal, passaram anos tendo que conviver um com o outro, mas definitivamente Cassie não conhecia Sírius Black, não sabia até que ponto podia ir, ou onde estariam os limites, não fazia a menor idéia se ele iria a abandonar, ou fazer alguma burrada que acabasse entregando o jogo, mas... essa era sua última chance.

Ele podia até ser só um idiota que não poupava esforços para roubar seu melhor amigo de si, mas se havia alguma chance, mesmo que pequena de mudar o rumo da história, ela arriscaria, arriscaria por todos aqueles que amava.

Gostando ou não, confiando ou não em Sírius, ele ainda era uma das chaves, uma chave que ela não estava disposta a perder, e respirando fundo ela finalmente se decidiu.


Era agora ou nunca.

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O metal da corrente se tornava pesado entre meus dedos, talvez fosse um sinal mostrando a importância de meus próximos atos

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O metal da corrente se tornava pesado entre meus dedos, talvez fosse um sinal mostrando a importância de meus próximos atos.

Séculos de segredos sendo jogados ao alento, coisas proibidas trazidas a tona em uma única noite, de certo meus ancestrais se encontrão revirando-se no mausoléu.

"Por Merlin, o que estou fazendo!?" - murmuro cansada.

Olhando bem para os olhos daquele que agora era minha única opção, começo a falar:

— Há três séculos atrás, meu tataravô Corvus Rosier encontrou este vira-tempo, estava em uma catacumba antiga, localizada na periferia do que hoje é Londres.– Black me olha atentamente, parecendo concentrado no que estou dizendo. — Impregnado de magia antiga, com instruções escritas em uma língua que nem existe mais, claramente chamou atenção de todos, com atos mal pensados, pessoas movidas pela curiosidade e ambição perderam tudo para descobrir do que ele é capaz...– Sírius me interrompe.

— Eles morreram ?– pergunta afoito.

— Não todos, minha bisavó, foi a única que "retornou".

— O que quer dizer com "retornou"!?– fala fazendo sinais de aspas com os dedos.

— Ela já não era ela mesma, você deve ter escutado sobre Calypso Rosier.– Suspiro ao menciona-la, ela era, com toda certeza a única falha em minha família, cheia de pessoas incrivelmente inteligentes e ambiciosas.

— Como não conhece-la !?, Ela é igual a mim, a única no meio de tantas gerações de serpentes e águias a ir para Grifinória.– Diz entusiasmado, ao que parece alguém fez a lição de casa. — Ela não é sua tia-avó!? – Ou talvez não tenha feito tão bem assim.

— Não, ela era minha bisavó. – O observo, notando que está levemente surpreso. — Sua coragem e espírito grifinório parecem ter lhe trazido de volta, mas não foi o bastante para lhe curar de toda dor, ela simplesmente enlouqueceu. – Conto me movimentando pela sala. — Ao que parece seu surto foi tão grande, que seu pai teve que subornar muita gente para tirá-la da linhagem principal dos Rosier,ela foi mantida em segredo desde então, nunca souberam ao certo o motivo, mas juntando o fato de que ela retornou e meu bisavô não, já posso imaginar.

— Oh certo, e é com esse mesmo vira-tempo, o que arruinou a vida de tantas pessoas, que você pretende voltar ao passado !? – Grita estridente.

— Se acalme, está bem! – Digo em um tom ainda mais alto que o seu. — Entre nós dois, com certeza não sou eu que toma atitudes mal pensadas! – Me estresso. — Ninguém sabia ao certo o que o vira-tempo fazia, isso até mês passado...

Paro e respiro um pouco, meus olhos lacrimejam e por um segundo é como se eu voltasse a um mês atrás.

— ... Há algumas semanas, eu estava desesperada... – Engulo em seco. —
...desesperada por alguma ajuda, qualquer ajuda, não tinha mais a quem recorrer, e eu só pensei que talvez, só talvez, a minha bisavó louca pudesse me amparar, meu pai sempre falou dela, o quanto era genial e mais um milhão de coisas boas que eu só não pude pensar em mais ninguém, ela poderia até já ter partido, mas eu precisava. Então fui até a casa em que ela ficava, qual não foi a minha surpresa ao ter minhas preces atendidas, um pequeno caderno, um diário na verdade, contando ao menos as partes mais essências sobre o vira-tempo, que jurei grande parte da minha vida ser amaldiçoado, foi como uma benção! – Soluço.

Pequenas gotículas de água, agora escorrem pelo meu rosto sem permissão, como se não bastasse tudo o que estou prestes a sacrificar, ainda preciso lembrar de tudo isso, o motivo de eu ter ido até lá, tudo o que perdi.

Mais lágrimas descem por minhas bochechas, Sírius parece estupefato, como se nunca tivesse pensado na possibilidade de me ver chorar, ele parece pensar na possibilidade de me abraçar, o que me faz dar um mínimo sorriso, é Ilário a careta em que seu rosto se retorce só de cogitar essa possibilidade, não me importo no final, a última coisa que iria me ajudar agora seria Black me tocando.

Ao inspirar mais uma fez, consigo terminar de falar.

— O vira-tempo, é como algo contratual mágico, uma vez feito, não pode ser desfeito"– Esse era o momento, a hora da verdade, com o rosto o mais sério que consigo no meu estado atual, o olho nos olhos e digo.
— Quando giramos essa ampulheta, nós voltaremos cinco anos no tempo,e somente essa data é a permitida, não só voltaremos ao ano de 1977, como também regressaremos aos nossos corpos de respectivamente 15 e 17 anos, tudo o que já nos ocorreu não fará diferença, será exterminado, como se nunca tivesse existido.

Black está paralisado, com os olhos arregalados,processando a informação, resolvi o deixar em paz por alguns minutos, enquanto vou observando a sala uma última vez.

De repente sinto um tremor, isso parece despertar o mais velho, alarmada corro em direção ao pequeno vitral que temos, e em meio a mistura de cores, consigo ver os feitiços que são jogados contra a barreira protetora da propriedade, me desespero, vou rápida ao encontro de Sírius, e sem lhe dar chance de desistir passo o cordão do vira-tempo sobre nós.

— Espere! – Black grita parando meus movimentos. — Antes você me disse que isso funcionária, mas pelo preço certo! Cassiopeia qual é esse preço !?"

Meu corpo treme, e mais lágrimas saem dos meus olhos, a barreira de proteção é quebrada, sinto que os estilhaços que restavam do meu coração são pressionados até virarem pó, posso escutar os aurores chegando cada vez mais perto, dou quatro voltas na ampulheta e quando estou prestes a dar a última, falo:

Ele será pago.

E com uma dor que nunca tinha sentido antes, dou a última volta, os aurores arrebentam a porta e em um instante tudo o que posso enxergar é a escuridão.

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Com uma incrível gratidão,
XxSteh

𝐂𝐀𝐋𝐘𝐏𝐒𝐎|•𝑹𝒆𝒈𝒖𝒍𝒖𝒔 𝑩𝒍𝒂𝒄𝒌 REESCRITA Onde histórias criam vida. Descubra agora