Rebecca não conseguia assimilar tudo o que lhe ocorrera. Pôde ter Caroline em seus braços, entregue e no mesmo instante, não a tinha mais.
Seu coração, que há muito tempo não pulsava por alguém, foi trazido de volta à vida pela estudante de veterinária.
A peoa se serviu de várias doses de conhaque depois que Caroline a deixara ali. Desolada pela descoberta de seu sentimento por Caroline, Rebecca deixa seu corpo escorregar ao chão, onde se mantém encostada no sofá, vira mais copo da bebida e suspira:
---Onde você foi amarrá seu burro, Rebecca?
Rebecca sabia de que se tratava de um amor impossível, hétero e à beira de um casamento. Como ela pôde se deixar levar pelos encantos de Caroline?
A garota pôs a perder toda a convicção da peoa de jamais se apaixonar novamente!
O que Caroline tinha de tão especial, que fez Rebecca baixar sua guarda?
Ela não tem essa resposta. Mas sabe que, ali naquele momento intenso com Caroline, não havia apenas atração, iria muito além disso!
Se Caroline permitisse, Rebecca a amaria ali naquele sofá. Faria amor com sua doce Carol da forma mais gentil e suave, tal qual um jardineiro a cuidar formosamente de um jardim de azaléias.
Já Caroline saiu da casa de Rebecca aos tropeços. Correu durante todo o caminho até a sede.
Entrou rapidamente em casa e, sem dar chance de seus pais perguntarem pelo ocorrido, foi diretamente para o quarto. Onde chegou já retirando toda a sua roupa e se enfiando numa ducha de água gelada.
Caroline estava confusa, excitada, frustrada!
Deixou cair a água fria por todo o seu corpo, a fim de arrancar-lhe aquelas sensações lascivas que queimavam em seu cerne.
As digitais de Rebecca em seu corpo, fizeram um rastro de luxúria que ainda ardia em sua pele. Mesmo não tendo seguido adiante, apenas sentir a boca tão macia de Rebecca na sua e também sua mão quente em contato com sua intimidade, causou em Caroline uma confusão profana dentro de si.
Seria errado desejar tanto assim Rebecca?
Caroline respira descompassadamente enquanto deixa a água cair.
---Droga, Caroline! Você não pode!
________No dia seguinte, Rebecca não conseguira se dedicar ao seu trabalho.
Se pegava pensando em Caroline a todo momento. Seu peito doía pela sensação de incerteza que o assolava. Como ela pôde perder tanto as rédeas do seu caminho?
Hora ou outra, Rebecca buscava Caroline com seu olhar, escaneava tudo a sua volta na fazenda, na esperança de ver a loirinha passando. Mas, não foi agraciada com tamanha dádiva.
Caroline se escondeu como pôde a fim de evitar Rebecca. Ela sabia que não conseguiria ser forte o suficiente para resisti-la. O desejo pulsava em seu ser!
Se lembrava da boca da peoa, trazendo-lhe um estremecimento em seu ventre. Não aguentando mais essa situação de desejo, Caroline toma uma atitude, digamos, incoerente. Liga para Eduardo, o convidando para dormir em sua casa naquela noite.
---Mas, Carol, você não estava com cólicas?
---Acho que eu me confundi. Deveria ser apenas uma dor abdominal. Você vem ou não ?
---Tá bem . Eu vou assim que terminar meu plantão no Hospital . Até à noite, meu amor!
---Até, Eduardo!
Mais a noite, o médico chega na fazenda a tempo de jantar com os sogros e com sua noiva.
Caroline tenta ser doce e amável com Eduardo, mas tem um emaranhado de sentimentos dentro de si.
Logo depois do vinho após o jantar , Caroline e Eduardo se despedem dando “boa noite” a seus pais e se recolhendo para o quarto.
Ao entrar no quarto, Caroline parte pra cima de Eduardo. Beija-o intensamente, buscando sentir a mesma maciez, as mesmas sensações que os lábios de uma “certa garota rústica” lhe proporcionou. Porém, sabemos que Caroline jamais irá sentir o que sentiu com Rebecca!
Mesmo assim, ela se entrega a Eduardo, na ânsia de apaziguar todo o fogo que lhe consumia. Não gozou, apenas fingiu. Soube, ali o tamanho da besteira que havia feito! Usar Eduardo para tentar tirar Rebecca de seus pensamentos.
Na manhã seguinte, Caroline acorda, se arruma e desce para o café da manhã, sem esperar Eduardo. Era muito cedo, e a garota preferiu deixar seu noivo dormindo.
Estava fazendo seu desjejum na companhia de seu pai, quando são interrompidos por duas batidas no batente da sala de jantar.
Caroline levanta seu rosto e vislumbra Rebecca ali parada. Seu coração sobressalta e a trai, neste momento.
---Bom dia, Patrão! Bom dia, Dona Caroline!
Os dois respondem ao “Bom dia". Caroline sente seu rosto esquentar.
---Entra, Rebecca! Toma café com a gente!
O constrangimento é latente em ambas as partes. Carol nem consegue levantar os olhos para encarar Rebecca, que a olha de soslaio, visivelmente sem graça pela situação.
---Brigada, Patrão! Desculpe vir assim tão cedo lhe incomodar, mas precisamos daquele remédio urgente para o potrinho que nasceu. Ele deu uma piorada esta noite.
---Vou ligar no veterinário agora mesmo e pedir pra ele entregar com urgência! Ah, Carol! Depois você vai lá no estábulo junto com a Rebecca e vê o que a gente pode fazer pro pobre cavalinho.
Carol apenas assentiu e Rogério deixa a sala, com o intuito de ligar para o veterinário.
Agora, as duas mulheres estavam frente a frente, a sós.
Caroline não consegue conter o seu desconforto, tanto que sua respiração denuncia seu estado de nervosismo.
Rebecca não está diferente de Caroline! Elas, nem ao menos, conseguem se encarar, tamanho é o constrangimento!Infortunadamente, Eduardo adentra na sala de jantar neste instante.
---Bom dia! – ele cumprimenta Rebecca – Bom dia, amor! Acordei e não te vi! – ele dá um selinho em Carol.
Carol está visivelmente sem graça pela desditosa situação.
Rebecca não consegue esconder a sua decepção no momento.
---Bom, vou esperar Seu Rogério na varanda. Licença! – Rebecca deixa a sala de jantar.
_____________
Mais tarde, Rebecca auxiliava Tomás nos reparos de algumas baias (divisões onde ficam os animais) no estábulo.
A peoa estava notadamente abalada pelo fato de ter presenciado aquela cena romântica na casa de Caroline. Saber que “aquele mauricinho" esteve com sua Carol em seus braços durante toda a noite, mexe demais com os brios Rebecca!
Acha-se ridícula por se sentir assim! Afinal, eles são noivos com casamento já marcado.
Num dado momento, Rebecca derruba algumas tábuas no chão. Transtornada, ela xinga, chuta a madeira, jogando longe o martelo em suas mãos:
---Diachoo! – Rebecca brada.
---Eita! Que bicho te mordeu, muié?! – Tomás interpela a peoa.
---Nenhum!
Rebecca deixa seu companheiro de trabalho falando sozinho, monta em seu cavalo e sai em disparada para espairecer sua cabeça.
Nossa peoa não contava que, mais adiante, ela fosse dar de cara com Caroline.
♡♡♡♡
Olaaá! Mais uma atualização, minhas lindas!
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Beijos, amadas!
Gratidão! 🦋
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Anjo Indomável (Concluído)
RomansaCaroline é surpreendida quando, às vésperas do seu casamento , cai de encantos por Rebecca, funcionária da fazenda de seus pais. Rebecca é uma mulher de fibra, com personalidade e aparência rude, e que não esconde suas predileções pelo sexo feminin...