Capítulo 8

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- Onde está o garoto? – O rei gritou para Siv.

- Em Orion, uma lua do planeta Betazed.

- E por que você não o trouxe para mim? – Ele continuava gritando.

- Eu não posso invadir um território estrangeiro sem provocar uma guerra, preciso de autorização diplomática para isso e eles não são nossos aliados.

- E como você sugere que resolvamos isso?

- O senhor precisa tentar um acordo com eles. Como rei de Hórus, o senhor será recebido, eu o acompanharei e, sem que saibam, levarei o garoto para o senhor.

- Ir pra o quadrante Veldonna não estava em meus planos. Eu acabei de autorizar um ataque a Tot.

- Mas com que propósito, majestade?

- Acabar com eles e qual mais seria?

- Mas estamos em trégua...

- Não mais, desde que eles não cumpriram o acordo.

- Mas eu posso leva-lo até o garoto... assim o acordo será cumprido...

- Sim, nós iremos encontra-lo, mas também vou acabar com aquele planeta.

...

Usando a fenda espacial, o comandante Finn e seus homens chegaram bem rápido a órbita de Orion. Como instruído por Seis, ele fez contato com os governantes do lugar, para sua surpresa eles o aguardavam.

- Nós somos empatas comandante, nós nos ligamos a mente coletiva do universo. Sabemos de coisas antes que elas aconteçam. – Disse Troy, o comandante do lugar.

- Então vocês também podem prever o futuro? – O comandante perguntou curioso.

- Não, apenas sabemos o que está acontecendo, não podemos prever o que acontecerá. A guerra está sendo trazida para nosso quadrante, tínhamos que estar preparados.

- Eu sinto muito se sou visto desta forma, eu vim aqui para tentar ajuda-los.

- Nós sabemos disso, a culpa é da Dra. Fenris, se ela não tivesse nos envolvido em seus experimentos, isso não teria acontecido.

- Como ela os envolveu nisso?

- Nós procurávamos uma forma de curar uma moléstia, que afligia alguns jovens betazódes, ela, como geneticista, nos foi indicada para ajudar, claro que só descobrimos depois que na verdade ela queria nos usar em suas experiências.

- Ela, antigamente, era uma boa cientista, ela infelizmente se deixou levar pela ganancia e poder. Espero que ao menos, ela tenha conseguido curar seus jovens.

- Não todos... mas isso não vem ao caso agora. Quando os outros e o Rei de Hórus chegarão?

- Pelo visto vocês sabem de muitas coisas...

- Muito além do que você pode imaginar.

...

Foi a missão mais tranquila que Yngve e Tyr já haviam participado. Seis realmente evitou que eles fossem vistos ou ficassem em perigo. Entraram e saíram de Bahal sem o menor sinal de perigo. Já na nave, Yngve percebeu que não seguiam para Orion.

- Para onde estamos indo Tyr?

- Para Tot.

- As naves de ataque de Hórus já partiram, se nós formos para lá, não conseguiremos partir antes do ataque... precisamos ir para Orion... – Seis falou aflito.

- Eu confiei em você até agora, por favor, é sua vez de confiar em mim. Precisamos ir pra Tot, nós sairemos de lá sãs e salvos.

- As variáveis não mostram isso Tyr... por favor...

- Não há discussão, você apenas não está vendo a variável certa...

- Em todas elas nós morremos...

- Não, existe mais uma e é ela que eu quero que você veja.

- Como você pode saber disso? Eu sou o vidente aqui.

- Que está com medo de ver como se salvar... de nos salvar... – Tyr fez a nave entrar em dobra máxima, alcançando a órbita de Tot em segundos.

- As naves de Hórus já estão aqui... Não teremos tempo Tyr. – Yngve falou assustada vendo as naves chegando.

- Ele vai nos salvar.

- Eu não sei como Tyr! Por favor, eu não consigo proteger você aqui...

- Está tudo bem, não tenha medo. Eu prefiro morrer com você a ter que viver sem você. Olhe como eu morrerei.

- Não! – Seis gritou.

- Eu morrerei abraçado a você, a seu lado. Feche os olhos e veja.

- Eu não posso te deixar morrer...

- Então não deixe. Feche os olhos, veja como evitar isso...

Seis estava em completo desespero. Não sabia mesmo como evitar que eles fossem mortos, não sabia também, como não havia previsto que Tyr os levaria para a morte. Sem opção, fechou os olhos e começou a ver todas as variáveis do destino que os aguardava.

Variável após variável ele via Tyr morrer em seus braços. Seu desespero foi aumentando, assim como a energia que acumulava enquanto vasculhava cada possibilidade do futuro. Mesmo de olhos fechados, lágrimas rolavam em seu rosto. Não podia aceitar a morte de Tyr, ele precisava viver, ter a felicidade que merecia.

- As naves estão mirando no planeta e na gente. – Yngve falou em desespero.

- Vamos lá Seis, eu sei que você consegue. – Tyr o abraçou como ele havia visto em todas as variáveis.

- Não! – Ele gritou horrorizado por não encontrar a variável certa.

Seis abriu os olhos que já não eram normais, duas bolas de luz, que lembravam estrelas brilhantes eram exibidas em suas órbitas. Tyr o soltou pois sentiu uma onda de choque o empurrar. A energia envolvia o corpo do rapaz, como um redemoinho de luz, ele começou a levitar, envolto nessa energia.

- O que está acontecendo? – Yngve gritou para Tyr.

- Ele conseguiu... ele conseguiu... – Tyr chorava de alegria.

A energia que o envolvia foi aumentando e um enorme redemoinho era visto. Ainda flutuando, ele foi para a parte de carga da nave, as portas se fecharam deixando-o sozinho lá. Tyr e Yngve correram para a porta, mas não conseguiram abri-la. Olharam horrorizados, a porta de carga ser aberta, Seis continuava flutuando, envolto em seu redemoinho de energia.

- Ele vai morrer... – Yngve disse mais para ela que para Tyr.

- Não vai!

Pela escotilha, os dois viram quando Seis levantou os braços e toda a energia que o envolvia foi lançada para o espaço, em direção as naves que estavam prestes a atacar. As portas externas se fecharam instantaneamente e a de acesso se destravou. Eles correram até ele e Tyr o segurou em seus braços. Ele estava desacordado.

A energia que foi lançada ao espaço, atingiu em cheio todas as naves inimigas, elas foram completamente desintegradas, não sobrou absolutamente nada. Ele havia conseguido evitar milhares de mortes em Tot.

- Como você sabia de tudo isso? – Yngve perguntou chocada.

- Minha irmã me contou....

- Sua irmã? Mas ela está morta.

- Sim está, bom, acho que não era ela...

- Como você acha que conversou com sua irmã?

- Foi no meu pesadelo, ela me contou o que eu deveria fazer...

- Você quase nos matou por causa do que sua irmã te disse em um pesadelo?

- Bom, o Seis também falou comigo lá, não foi?

- Mas ele é diferente e, está vivo.

- Sim, ele está e agora, sabemos que ele pode continuar assim.

- O que?

- Eu disse que acharíamos uma forma de mudar as coisas, ele não precisa morrer Yngve. Ele não vai morrer.

Seis - O Empata - Ficção LGBTOnde histórias criam vida. Descubra agora